A decisão da Universidade de Princeton de remover o nome "Woodrow Wilson" de sua Escola de Relações Públicas e Internacionais é uma grande vitória para ativistas progressistas, e as implicações se estendem para muito além do campus.
Dificilmente me surpreende, no ambiente polarizado de hoje, que minha alma mater tenha cedido à pressão de progressistas radicais. O que é surpreendente, no entanto, é que a escola tenha cedido agora, depois de permanecer resoluta contra a pressão por tantos anos.
Há cinco anos, como parte de um esforço nacional mais amplo para reescrever a história americana, os estudantes de Princeton montaram uma campanha para remover o nome do presidente Woodrow Wilson (democrata que foi presidente americano de 1913 a 1921) da escola por causa de suas visões racistas e seus esforços para impedir a matrícula de estudantes negros. Em resposta, o Conselho de Curadores formou um comitê para analisar o assunto. No ano seguinte, o conselho divulgou um relatório detalhando como lidar com o legado do presidente Wilson.
O relatório de 2016 chegou a esta importante conclusão:
A Escola de Relações Públicas e Internacionais Woodrow Wilson e a Faculdade Woodrow Wilson devem manter seus nomes e… a universidade precisa ser honesta e receptiva sobre sua história. Isso requer transparência no reconhecimento das falhas e deficiências de Wilson, bem como das visões e realizações que levaram à nomeação da escola e da faculdade em primeiro lugar.
Que reconfortante -- um reconhecimento de que a escola deve ser "honesta e receptiva sobre sua história" e empregar uma abordagem sofisticada para reconciliar as falhas morais de Wilson com suas realizações na universidade.
A declaração de Princeton reconhece tacitamente o fator principal aqui. Não era o nome "Woodrow Wilson" que estava sob ataque; a própria história era o alvo. Como vemos em todo o país, os progressistas agora usam as táticas de Alinsky na própria história. A fórmula de Saul Alinsky de "escolher um alvo, congelá-lo, personalizá-lo e finalmente polarizá-lo" não é mais reservada para pessoas vivas; figuras históricas e até episódios da história recebem o tratamento de Alinsky.
Em 1852, Daniel Webster fez um discurso na Sociedade Histórica de Nova York, sobre a importância e a "dignidade" da história. "A dignidade da história", ele orou, "consiste em recitar eventos com verdade e precisão". A história não se desculpa em sua apresentação de fatos. A história exige que examinemos fatos e incidentes que nos deixam desconfortáveis. Esse estudo nos desafia, nos inspira e serve como um chamado à ação em nossas próprias vidas.
A campanha de pressão progressista não é sobre progresso. Pelo contrário, é uma tentativa de apagar partes da história que os esquerdistas não gostam. É um caminho perigoso, pois muitos ativistas de esquerda estão tentando demolir estátuas de Abraham Lincoln, o presidente que deu início à Proclamação de Emancipação, libertando escravos.
Acontece que a história está pouco preocupada com o nosso nível de conforto.
No discurso, Webster também explicou que o principal objetivo da história é "ilustrar o progresso geral da sociedade". História e progresso estão intrinsecamente ligados. A história conta a história do progresso, e o progresso é possível estudando a história -- e, em alguns casos, aprendendo com os erros do passado.
O que o incidente de Princeton nos lembra, no entanto, é o quão pouco os progressistas se importam com o progresso. Eles são incapazes de reconhecer o progresso da universidade, que a escola observou em seu comunicado de 2016, ao rejeitar as políticas racistas de Wilson e defender a matrícula de estudantes negros. A ex-primeira dama, Michelle Obama, formada em Princeton, frequentemente cita sua experiência em Princeton como uma oportunidade empoderadora -- que só foi possível com o progresso da escola.
Como comemorarmos as realizações dos EUA se não reconhecemos por onde começamos?
A mudança de nome da escola de Princeton faz parte de um movimento maior de destruição. Enquanto os americanos assistem com horror e descrença enquanto estátuas, monumentos nacionais e até memoriais de guerra são removidos e desfigurados, ficamos nos perguntando: Qual é o objetivo final de toda essa destruição? Quando isso vai parar?
Elihu Yale, um dos primeiros benfeitores da Universidade de Yale, participou ativamente do comércio de escravos, incluindo a compra e o envio de escravos para a colônia inglesa de Santa Helena. As universidades americanas estão repletas desse tipo de racismo: William Marsh Rice, a família Lowell de Boston, Thomas Jefferson e padres jesuítas em Maryland, todos usaram os lucros derivados do trabalho escravo para construir algumas das universidades de maior prestígio no país. A derrubada dessas instituições vai satisfazer os progressistas?
Mudar o nome de uma faculdade ou remover a estátua de um Patrono Fundador mudará as crenças racistas de um integrante da Klu Klux Klan? Apagar certos livros e filmes do nosso léxico público realmente mudará o ódio na alma de alguém? Essas mudanças podem agradar progressistas por enquanto, mas seu objetivo é muito maior.
Em meu próximo livro, “The Capitol of Freedom: Restoring American Greatness (O Capitólio da Liberdade: Restaurando a Grandeza Americana)”, eu exploro esse mesmo tópico. Os progressistas estão determinados a destruir não apenas estátuas, mas também memórias históricas, porque sabem que a história americana é incompatível com seus objetivos. Os documentos fundadores dos EUA e até as histórias por trás das estátuas no edifício do Capitólio dos EUA contam a história da grandeza americana e oferecem um roteiro para renovar o compromisso com os princípios fundadores.
A escravidão é uma parte terrível da história americana. Apesar do que dizem os progressistas, a abolição da escravidão ocorreu por causa de, não obstante, da história e da fundação dos EUA. Uma nação formada com liberdade como principal objetivo de governo estava no caminho certo. O século XIX melhorou no que o século XVIII errou terrivelmente, e o século XX continuou a se basear nos avanços do século XIX. A cada século que passa, caminhamos em direção a um país melhor. Isso é progresso.
Desde a sua fundação, a história dos EUA é a história da liberdade individual e da responsabilidade pessoal, com o governo limitado como um meio para realizar as duas coisas. A Constituição americana protege simultaneamente a liberdade individual e frustra a agenda progressista. Os progressistas são constantemente frustrados em suas tentativas de transformar os EUA em uma sociedade socialista e sem Deus por causa da Constituição. É de admirar que eles dediquem tanto de sua energia a minar, subverter e burlar a Constituição?
Os progressistas sabem que o que pode ser apagado pode ser substituído. Derrubar estátuas e remover nomes de instituições é o primeiro passo necessário para reformular o futuro do país.
Para os americanos que desejam parar a destruição causada pelos progressistas, Princeton fornece a resposta. Não, não a Princeton de 2020 com sua decepcionante decisão de abandonar o nome de Woodrow Wilson, mas a Princeton de 2016 que reconheceu a importância de ser sincero sobre a própria história.
Na luta contra a agenda progressista, a história americana não é apenas o que procuramos proteger -- é também nossa principal arma.
Ken Buck é deputado pelo Colorado no Congresso Americano. Ele é membro do Comitê Judiciário da Câmara dos EUA e do Comitê de Relações Exteriores da Câmara
© 2020 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês
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