O que o governo britânico está fazendo com um bebê e sua família é quase inacreditável. O governo determinou que Alfie Evans, afligido por um distúrbio neurodegenerativo raro, tem uma qualidade de vida tão ruim que nenhum esforço deve ser feito para mantê-lo vivo.
Ele foi retirado da respiração artificial, mas continuou respirando, surpreendendo os médicos. Ele também foi privado de água e comida. Seus pais querem levá-lo para a Itália, onde um hospital está disposto a tratá-lo. O governo britânico diz que não, e tem policiais estacionados para impedir que o menino seja resgatado. Afinal, para o governo, o melhor é matar o menino.
Editorial: Alfie Evans e a repetição da tragédia
Existem casos de fim de vida que levantam questões genuinamente complicadas. O mesmo tratamento médico pode ser obrigatório em um conjunto de circunstâncias, permissível em outro e cruel em um terceiro. Há áreas cinzentas.
Este não é um desses casos. Não há motivos para crer que fornecer nutrição e hidratação ao bebê, ou tratamento em geral, cause sofrimento a ele — ou que prolongar sua vida prolongará seu sofrimento, uma vez que não há indicação de que ele esteja sofrendo.
A família não está pedindo ao governo britânico para pagar tratamentos caros. Eles só querem a liberdade de levar o menino para as pessoas que tentarão mantê-lo vivo, em vez de causar a morte dele.
As considerações que movem o governo são de que os médicos do bebê acreditam ser improvável que ele jamais chegue a um alto nível de funcionamento cognitivo ou que seja capaz de sobreviver por conta própria, e provavelmente sua condição acabará por matá-lo. Os tribunais decidiram que Alfie Evans, portanto, não tira proveito de continuar vivendo.
É realmente simples assim: o governo decidiu que é o melhor interesse do bebê morrer, e está tentando garantir que ele morra rapidamente. Ele está superando os direitos dos pais no processo.
Leia mais: Alfie Evans e o desejo de matar de juízes e médicos
A família e seus defensores afirmam, com justa indignação, que é bárbaro condenar alguém à morte por fome pelo crime de depender dos outros, e que os pais têm o direito de tomar decisões médicas por seus filhos. Os tribunais estão tratando os pais como se estivessem nas garras de emoções irracionais, embora compreensíveis. Eles estão apenas amando seu bebê. Na verdade, é o estado britânico que está reagindo de maneira irracional e quase incompreensível.
O jornal The Guardian relata que o caso se tornou um "grito de guerra para os conservadores" nos Estados Unidos. Ok, então. Minha pergunta é: por que os progressistas também não estão horrorizados com o comportamento do governo britânico? Não deveria todo mundo estar indignado?
Ponnuru é colunista da Bloomberg View. Ele é editor sênior da National Review, professor visitante do American Enterprise Institute e colaborador da CBS News.
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