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A elite do PCO (Partido da Causa Operária) já sabe como vai passar a virada para 2025: celebrando os ataques terroristas do Hamas enquanto bebe champanhe e consome pratos de nome complicado.
O partido mais radical da esquerda brasileira ainda tem ingressos disponíveis para a sua requintada festa de Ano Novo. A celebração vai acontecer em um buffet no bairro paulistano do Ipiranga. O valor do ingresso está em R$ 460, ou 10 dias de trabalho de alguém que recebe um salário mínimo.
Aos interessados, esta é a agenda do réveillon do PCO: o evento começa às 21h, com serviço de entradas e bebidas. Uma hora depois, a banda Revolução Permanente vai ao palco. O grupo de rock, formado por militantes do partido, também se apresentou em outras festas de ano novo do PCO (aparentemente, não é tão fácil encontrar outro conjunto que transforme as ideias revolucionárias em músicas).
Mas a banda costuma atualizar o seu repertório. Uma das novidades é uma tradução da música "Rossa Palestina", cantada pelos comunistas na Itália. Segundo o PCO, a canção trata da “luta do povo palestino com armas nas mãos, das crianças às mulheres, contra o inimigo sionista”.
À meia-noite, a festa de ano novo comunista terá queima de fogos e, meia hora depois, uma ceia acompanhada por um sorteio de prêmios. A partir daí, a pista de dança segue aberta até às 3h.
Quem for à festa do PCO não precisará se preocupar com a escassez de alimentos. O cardápio do evento inclui champanhe e itens que o proletário médio não costuma consumir: grissinis, risoto de funghi, tornedor e escalope de filé ao molho roquefort. De sobremesa, torta de chocolate amargo cheesecake e "bombons finos".
A julgar pelas fotografias do último réveillon do PCO, os comunistas estarão bem-vestidos, com terno e gravata para os homens e vestidos longos para as mulheres.
Loas ao terrorismo
Dada a aparente dificuldade de uma revolução trotskista no Brasil, o Partido da Causa Operária parece mais interessado na eliminação do Estado de Israel. A festa de Ano Novo do partido terá “uma grande homenagem à resistência palestina” — que é como o PCO define grupos terroristas como o Hamas.
“A operação heroica do Hamas, que em 2023 provocou uma onda de mobilizações no mundo árabe e em outros países, será lembrada como parte do combate internacional contra o imperialismo”, diz o material de divulgação do evento.
Em março do ano passado, o eterno presidente do PCO, Rui Pimenta, viajou até o Catar para se encontrar com Ismail Haniyeh, o chefe do braço político do Hamas. O líder terrorista foi eliminado em 2024 no Irã.
A loja do partido vende itens com a marca da organização islâmica, assim como do Hezbollah.
PCO não tem nem vereador, mas recebe recursos públicos
O PCO se define com uma sigla de "extrema-esquerda" que surgiu em 1978 "como um agrupamento de militantes trotskistas rompidos com a Organização Socialista Internacionalista". Mas foi só em 1997 que o partido ganhou o registro no Tribunal Superior Eleitoral. Antes disso, os membros do atual PCO faziam parte de uma corrente minoritária dentro do PT e, mais tarde, do PSTU.
O PCO é o partido com menor número de filiados no país — pouco mais de 7 mil eleitores. O PSTU tem quase 15 mil. O PSOL, perto de 294 mil; o PT, 1,6 milhão.
Apesar da irrelevância eleitoral, o PCO tem acesso a recursos públicos. Em 2024, o partido recebeu R$ 3,4 milhões para gastar nas campanhas municipais — embora não tenha eleito um vereador sequer.