Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Chris Brown

Portal de cultura africana celebra cantor condenado por agredir mulher negra 

O cantor norte-americano Chris Brown comparece a uma audiência judicial ao lado de seu advogado Mark Geragos (à direita) em Los Angeles, Califórnia, EUA, 09 de maio de 2014. Brown se declarou culpado de agredir sua então namorada, a cantora Rihanna.
O cantor norte-americano Chris Brown comparece a uma audiência judicial ao lado de seu advogado Mark Geragos (à direita) em Los Angeles, Califórnia, EUA, 09 de maio de 2014. Brown se declarou culpado de agredir sua então namorada, a cantora Rihanna. (Foto: EFE/PAUL BUCK)

Ouça este conteúdo

A conta da Africanize no Instagram, com mais de dois milhões de seguidores, celebrou o show do cantor e rapper americano Chris Brown, de 35 anos, realizado no Allianz Parque, em São Paulo, no último domingo (22), com vídeos da performance e frases como “O Allianz inteiro cantou junto com Chris Brown ao som de SENSATIONAL!” e “Chris Brown emocionou o Allianz Parque com essa clássica que tocou nossos corações. Quem também cantou com lágrimas nos olhos?” 

A Africanize se define como a “maior plataforma de conteúdo dedicada à cultura negra e afro-diaspórica na América Latina”, e mantém contas, além do Instagram, no X, no Facebook e no Linkedin. A plataforma é dirigida por Wanessa Fernandes.

Chris Brown, o cantor celebrado pela conta, ficou conhecido por ter agredido com extrema violência sua então namorada, a também cantora Rihanna, em 2009. Brown foi condenado a cinco anos de liberdade condicional, a seis meses de serviço comunitário e a frequentar sessões de terapia, além receber uma ordem para não se aproximar de Rihanna.  

No documentário “Chris Brown – Welcome to my life”, lançado em 2017, o cantor deu detalhes de sua agressão a Rihanna. “Lembro que ela tentou me chutar, e daí eu realmente a acertei, com o punho fechado, dei um soco nela. Acertei o seu lábio. Quando eu vi, entrei em choque. Fiquei me perguntando por que raios havia batido nela. Depois disso, ela apenas cuspiu na minha cara, cuspiu sangue na minha cara e isso me enfureceu ainda mais”.  

Em 2017, uma outra ex-namorada de Brown obteve uma ordem de restrição de cinco anos contra ele, por causa de mensagens de texto e de voz em que ele a ameaçava. 

Celebridades no show

O jogador Paulinho, do Atlético Mineiro, conhecido por ter comemorado a vitória de Lula nas eleições de 2022, foi um dos presentes ao show de Brown no Allianz. Entre os famosos que também estiveram no estádio, destaque para a cantora Ludmilla e sua esposa Brunna Gonçalves. Em show realizado no Rio de Janeiro, em 2023, Ludmilla divulgou uma campanha de alerta sobre a violência contra a mulher com o seguinte mote: "Ouviu um NÃO? Respeite a decisão". 

Festa

A Africanize também foi uma das organizadoras de uma festa realizada para celebrar a vinda de Chris Brown ao país, que, de acordo com a chamada de promoção da festa na internet, era “um momento muito aguardado pelo Brasil há [sic] 14 anos”, além de ser “histórico”.

Reação 

Nos comentários de uma publicação da Africanize no X exaltando Chris Brown, vários usuários se manifestaram lembrando o passado violento do rapper. “Uma página que se diz defensora das mulheres negras exaltando um agressor que desfigurou o rosto de uma mulher negra”, escreveu uma usuária. “Esqueceram o que ele fez com a Rihanna ou agora está liberado voltar a gostar de agressor de mulher?”, escreveu outro. 

Outro lado 

A Gazeta do Povo entrou em contato com a Africanize, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Tudo sobre:

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.