Detalhe do livro de exercícios voltado para crianças em idade pré-escolar de Portland com temática anti-Israel| Foto: Reprodução
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Portland, Oregon, ganhou a reputação de cidade mais radical da América. Seu sistema escolar público foi um dos primeiros a defender o racialismo de esquerda e há muito tempo empurra os alunos para o ativismo político. Assim como na morte de George Floyd, há quatro anos, a irrupção do terrorismo do Hamas em Israel forneceu aos revolucionários das escolas públicas de Portland outra causa do momento: agora eles abandonaram o punho erguido do Black Lives Matter e trocaram pelo keffiyeh [lenço] preto e branco dos militantes palestinos.

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Obtive uma coleção de documentos publicamente acessíveis produzidos pela Associação de Professores de Portland, uma afiliada do sindicato estadual de professores, que incentiva seus mais de 4.500 membros a "Ensinar sobre a Palestina!" (O sindicato não respondeu a um pedido de comentário.)

Os planos de aula estão imersos em radicalismo, e começam a ensinar os princípios da "descolonização" a alunos de apenas quatro e cinco anos de idade. Para crianças do pré-jardim, o sindicato promove um livro de exercícios do Coletivo Feminista Palestino, que conta a história de um menino palestino fictício chamado Handala. “Quando eu tinha apenas dez anos, tive que fugir de minha casa na Palestina”, diz o menino aos leitores. “Um grupo de intimidadores chamados sionistas queria nossa terra, então a roubaram à força e machucaram muitas pessoas.” Os alunos são incentivados a criar um slogan que possam gritar em um protesto e a completar um labirinto para que Handala possa “voltar para casa na Palestina” — representada como um mapa de Israel.

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Outros recursos para o pré-jardim incluem um vídeo que repete mantras da esquerda, incluindo “Eu me sinto seguro quando não há polícia,” e um slideshow que glorifica a intifada palestina, ou resistência violenta contra Israel. A lista de recursos recomendados também inclui um “guia sensorial para crianças” sobre como participar de protestos. Ensina às crianças o que elas podem ver, ouvir, provar, tocar e cheirar em protestos, e promove fotografias de slogans como “Abolir Prisões” e “Do Rio ao Mar” [canto que prega o fim de Israel].

No jardim de infância até a segunda série, as ideologias se intensificam. O sindicato dos professores recomenda uma lição, “Arte e Ação para a Palestina,” que ensina aos alunos que Israel, assim como os Estados Unidos, é um opressor. O objetivo é “conectar as histórias de colonos da Palestina aos Estados Unidos” e “celebrar a cultura e a resistência palestina ao longo da história e no presente, com foco na resistência das crianças palestinas.”

A lição sugere que os professores reúnam os alunos do jardim de infância em um círculo e lhes ensinem a história da Palestina: “Há 75 anos, muitos tomadores de decisão ao redor do mundo decidiram tirar a terra palestina para criar um país chamado Israel. Israel seria um país onde as regras eram principalmente justas para pessoas judias de pele branca,” diz a lição. “Há uma GRANDE palavra para quando a terra indígena é tomada para criar um país, isso se chama colonialismo.”

Antes do lanche, o professor é incentivado a compartilhar “keffiyehs, bandeiras e cartazes de protesto” com as crianças, e a fazê-las criar seu próprio material de propaganda, com slogans como “PALESTINA LIVRE, DEIXE GAZA VIVER, [e] PALESTINA SERÁ LIVRE.” A intenção, de acordo com a lição, é mover os alunos em direção a “ação coletiva em apoio à libertação palestina.”

O currículo recomendado também inclui um panfleto intitulado “Todos pela Palestina.” O panfleto é explicitamente político, com um subtítulo berrando em letras maiúsculas: “PAREM O GENOCÍDIO! ACABEM COM A AJUDA DOS EUA A ISRAEL! PALESTINA LIVRE!” Os autores denunciam “a longa guerra genocida do sionismo contra a vida palestina” e incentivam os alunos a apoiarem políticas de “boicote, desinvestimento e sanções” contra Israel.

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O panfleto inclui cantos que os professores podem adotar na sala de aula. Alguns implicam apoio à militância e à violência política: “A resistência é justificada!”; “Saudamos todos os nossos mártires! mães, pais, filhos e filhas!”; “Justiça é nossa demanda! Sem paz em terra roubada!”

Não está imediatamente claro até que ponto as lições “Ensinar sobre a Palestina!” foram adotadas nas salas de aula das escolas públicas de Portland. Mas o sindicato dos professores afirma que o distrito tem “censurado ativamente os professores” por promoverem ideologias pró-Palestina; em resposta, montou um guia legal para como os professores podem continuar promovendo as lições sob o disfarce de atender aos padrões curriculares estaduais.

Christopher F. Rufo é pesquisador sênior no Manhattan Institute, editor colaborador do City Journal, e autor de Revolução Cultural Silenciosa.