Com a presença de apenas quatro senadores, a CPI dos Maus Tratos ouviu nesta terça-feira (21) o depoimento do atual presidente do Santander Cultural, Marcos Madureira, para falar sobre a exposição "Queermuseu", cancelada pela instituição após polêmica nas redes sociais.
A exposição "Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira", com temática LGBT, estava em cartaz desde 15 de agosto no Santander Cultural em Porto Alegre e deveria permanecer no local até 8 de outubro, mas foi cancelada em setembro após pressão de grupos que a acusavam de apologia à pedofilia.
Leia também
- Em comunicado interno, Santander fala sobre “censura ‘como não se via desde a ditadura’”
- Seis coisas sobre a exposição no Santander Cultural
- Exposição do Santander abre debate: o que é arte?
- Com pornografia e zoofilia, exposição cancelada pelo Santander teve visita de crianças
- O que os casos do Santander e do MAM dizem sobre a educação
Na sessão, o presidente da comissão, senador Magno Malta que chamou em discurso no plenário a exposição de um "acinte à moral" e a acusou de apologia à pedofilia questionou se o presidente levaria os filhos para a mostra e o interrompeu diversas vezes.
Madureira afirmou que a exposição foi cancelada devido a ameaças e disse que as obras retratadas não faziam apologia à pedofilia e a outros crimes.
"Sabe por que o sr. não me respondeu até agora? Porque não levaria os seus filhos", disse. Malta aproveitou a comissão para fazer novas críticas à exposição, que afirmou conter obras com "cristofobia, católicofobia, evangélicofobia e familiofobia".
Não estava presente na sessão o relator da CPI, senador José Medeiros (PODE-MT). Apenas os senadores Humberto Costa (PT-PE), Eduardo Amorim (PSDB-SE) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA) ouviram o depoimento.
Madureira afirmou que a exposição recebeu 27 mil pessoas, e que um "pequeno grupo de pessoas" que gravou vídeo com parte da exposição passou uma visão "totalmente distorcida" de seu conteúdo.
A seleção contava com 270 obras que tratavam de questões de gênero e diferença. Os trabalhos, em diferentes formatos, abordam a temática sexual de formas distintas, por vezes abstratas, noutras mais explícitas. São assinados por 85 artistas, como Adriana Varejão, Cândido Portinari, Lygia Clark, Yuri Firmesa e Leonilson.
Após o depoimento, Magno Malta fechou a sessão para a oitiva do depoimento do ex-presidente da instituição, Sérgio Rial, que comandava o Santander Cultural à época da exposição.
Ainda deve ser ouvido pela CPI o curador da exposição, Gaudêncio Fidélis.
Governadores e oposição articulam derrubada do decreto de Lula sobre uso da força policial
Tensão aumenta com pressão da esquerda, mas Exército diz que não vai acabar com kids pretos
O começo da luta contra a resolução do Conanda
Governo não vai recorrer contra decisão de Dino que barrou R$ 4,2 bilhões em emendas