No ano passado, o Distrito Escolar da Filadélfia [SDP] convidou os professores a participarem de uma conferência sobre “fetiche”, “sadomasoquismo”, “sexo trans” e “transa além dos binários”.
No começo de julho de 2021, o Gabinete de Diversidade, Equidade e Inclusão do distrito mandou os convites para a Conferência de Bem-Estar Trans da Filadélfia aos professores e funcionários na lista de e-mails SDP Connect, promovendo a conferência como uma forma de “aprender mais a respeito das questões enfrentadas pela comunidade trans”. A conferência foi organizada pelo Centro Mazzoni, uma organização de ativismo LGBTQ que trabalhou junto ao distrito em programas de educação sexual. (Contactado para comentar, o Distrito Escolar da Filadélfia descreveu sua promoção da conferência como parte de seu compromisso com “a criação de ambientes equitativos e inclusivos” e disse que “não tinha informações” sobre o número de professores que compareceram ao evento. O Centro Mazzoni não retornou contato.)
Consegui vídeos de um site público que mostram que a conferência foi bem além do eufemismo do distrito escolar a respeito de “questões enfrentadas pela comunidade trans”. O evento incluiu sessões em assuntos como “A Jornada Adolescente: Preparando Jovens para os Cuidados Afirmativos de Gênero” [N. do T.: Cuidado afirmativo ou afirmação de gênero é aceitar a autoidentificação de supostos transexuais sem grande questionamento, com frequência dando-lhes hormônios do sexo oposto. Não é o tratamento para todos os casos, especialmente se forem manifestados na infância], “Bigger Dick Energy: A Vida Pós-Masculinização [Via Cirurgia de Redesignação de Gênero]” [N. do T.: Dizer que alguém tem “big dick energy” é similar a dizer que é “machão”], “Próteses para o sexo”, “O Vai e Vem das Luvas Masturbadoras” e “Sexo trans: a transa além dos binários”. Os conferencistas incluíram educadores, ativistas, adultos e adolescentes. Houve sessões explícitas sobre pênis protéticos, brinquedos de masturbação e dispositivos de ejaculação artificial que alguns palestrantes promoveram abertamente para menores. Como explicou um palestrante de uma sessão, “não há limite de idade, porque eu sinto que todos devem poder acessar certas informações”.
A conferência começou com apresentações promovendo bloqueadores da puberdade, tratamentos hormonais, remoção de seios e cirurgias genitais. Em uma sessão, “A Jornada Adolescente: Preparando Jovens para os Cuidados Afirmativos de Gênero”, o dr. Scott Moser, diretor do Centro de Confirmação de Gênero de São Francisco, explicou que ele realizou “mais de duas mil cirurgias de torso” que envolvem remover os seios das garotas, e que não há idade limite para começar a “jornada de gênero”. “Eu não uso uma idade mínima de nenhum tipo no meu trabalho”, disse ele, explicando que está disposto a fazer consulta com crianças a partir dos dez anos com o consentimento dos pais. Em outra sessão aberta para as crianças, “Hormônios Masculinos e Feminilizantes Afirmativos de Gênero para Adolescentes e Adultos”, Dane Menkin, diretor regional de serviços LGBTQ na clínica Main Line Health, deu um endosso para uma gama de tratamentos que vão dos hormônios bloqueadores da puberdade a apertar os seios com tecido para “masculinizar” garotas adolescentes. “Promovo enfaticamente que você possa apertar por tantas horas diárias quanto você for capaz de tolerar”, disse ele.
Outras apresentações da Conferência de Bem-Estar Trans envolveram temas sexuais explícitos. Dois ativistas trans que transicionaram do feminino para o masculino, Kofi Opam, estudante de pós-graduação na Universidade de Iowa, e Sami Brussels, que faz ilustração médica, fizeram uma apresentação de título “Bigger Dick Energy” na qual explicaram o processo da faloplastia [cirurgia que cria uma emulação de pênis] e de uso de um pênis artificial para “navegar pela vida sexual que envolve encontros com estranhos e sexo casual/anônimo”. Chase Ross, ativista transgênero e YouTuber, apresentou uma série de sessões sobre “packers” [pênis de silicone usados para fazer volume na roupa de baixo], “luvas masturbadoras” e “próteses para sexo”, mostrando vários objetos de sua coleção de mais de 500 próteses genitais. “Já testei e toquei em muitos — protéticos, de verdade, muitos. Este é um dos que dão a sensação mais realista quanto ao interior de um pênis”, disse ele durante uma demonstração. “É um grandão, este é, tipo, gigante. OK, deem-me duas horas sozinho que colocarei no meu traseiro”, disse ele durante outra sessão.
A apresentação mais extrema na conferência de três dias foi “Sexo trans: a transa além dos binários”. Jamie Joy, que se diz “fetichista”, “poliamorosa”, “uma grande vadia” e Lucie Fielding, que se diz “branca, queer, fetichista, poliamorosa, visivelmente não-deficiente, judia, meio bruxa, não-binária e trans feminina” conduziram a sessão. As duas conduziram uma apresentação a respeito da linguagem politicamente correta para a anatomia, incluindo termos tais como “buraco da frente” e “buraco de trás”, e compartilharam informações pessoais sobre como organizar orgias para que os bacantes “explorem suas fantasias e perversões em grupo”. As instrutoras depois discutiram várias atividades de fetiche [“kink”], incluindo fetiches com roupa de cachorrinho, Mary Poppins e tapas. “Ainda não explorei muito o meu fetiche de mamãe. E acho que esta noite quero sentir que estou sendo paparicada, mas também um pouco punida”, disse Joy.
É importante lembrar que essa conferência não é um caso isolado. O Centro Mazzoni, que a organizou, recebeu mais de US$ 5 milhões em contratos com o governo no ano passado e conduz programas de sexualidade em escolas de toda a região. O Distrito Escolar da Filadélfia tem parceria com o centro em pesquisa de saúde sexual e em programas de educação sexual para os alunos, e a diretora de liderança docente do distrito, Amy Summa, está no conselho administrativo do Mazzoni. Apesar dos eufemismos do distrito escolar a respeito de “bem-estar” e “autoestima”, o conteúdo da conferência revela uma ideologia sexual impregnada de teoria queer radical, não de educação sexual baseada no bom senso. Os pais e pagadores de impostos devem perguntar por que o Gabinete de Diversidade, Equidade e Inclusão do distrito convidou os professores para participar de uma programação desse tipo.
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Christopher F. Rufo é membro sênior do Instituto Manhattan e editor contribuinte do City Journal.
©2022 City Journal. Publicado com permissão. Original em inglês.