Uma nova manifestação contra a performance do bailarino e coreógrafo Wagner Schwartz na 35ª edição do Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), terminou em agressão física a funcionários neste sábado (30). A assessora de imprensa do museu, Roberta Montanari, foi agredida por uma manifestante com um soco e xingada de "pedófila". Outros funcionários foram igualmente agredidos, física e verbalmente, por 20 pessoas que se reuniram em frente à sede do museu para protestar contra a performance de Schwartz.
Na terça-feira (26), na abertura do Panorama, tradicional mostra bienal do MAM, Schwartz fez uma performance, a La Bête, em que se colocava no lugar de um "bicho" da artista carioca Lygia Clark, para ser manipulado pelo público. O "bicho" da artista, representante do movimento neoconcreto brasileiro, é uma peça de metal que pode ser manipulada pelas pessoas. Uma mulher e a filha de cinco anos se aproximaram do artista e tocaram seu corpo. Um vídeo com a cena foi exibido por um internauta e desencadeou uma série de acusações de pedofilia na rede e ameaças à integridade física do curador da mostra, Luiz Camilo Osório.
O diretor do MAM, Felipe Chaimovich, acompanhado do advogado do museu, João Turchi, disse à reportagem que vai prestar queixa na delegacia. "O Icom (International Council of Museums) recomendou a todos os museus do mundo que não tratem suas obras de maneira diferenciada e é essa recomendação que o MAM vai seguir, pois a performance de Wagner Schwarz não é diferente". A solidariedade que entidades como a Associação Brasileira dos Críticos de Arte (ABCA) e museus prestaram ao MAM prova, segundo Chaimovich, que a má interpretação dessa performance por quem não estava presente à abertura provocou acusações improcedentes.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura