PT derrete até na região Nordeste. O 1º turno se foi e com ele a confirmação de que o governo Lula 3 é responsável direto pelo insucesso do Partido dos Trabalhadores. Até mesmo no reduto histórico de lula, São Bernardo do Campo (SP), não deu pro PT.
Passado o famigerado primeiro domingo das eleições municipais, algumas coligações recolhem os cacos de um fim de semana onde quase tudo deu errado. De fato, participar do jogo político não é tarefa fácil e é preciso entender com quem você está se aliando, mesmo que a memória do eleitor seja curtíssima e, por vezes, o QI também.
Quem tem muita poeira para limpar na casa inteira é o PT de Lula, Gleisi Hoffmann, Paulo Pimenta, José Dirceu, Dilma Rousseff, Rui Costa e toda a trupe. No Nordeste, região que geralmente concede preferência à esquerda petista, o time de Lula não conseguiu vencer em nenhuma capital. É o retrato de um governo mal feito.
Ascensão da direita
A direita ligada a Jair Bolsonaro (PL) sai do primeiro turno das eleições municipais mostrando força em todas as regiões do país. Em 17 das 26 capitais em disputa, candidatos apoiados pelo ex-presidente foram eleitos ou estão no segundo turno. Já presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou o PT, por outro lado, conseguiram eleger no primeiro turno ou levar para o segundo turno apenas 7 candidatos nas 26 capitais.
Para deputados federais da direita, a vantagem dos candidatos ligados a Bolsonaro deve fortalecer o campo conservador sobre a esquerda em 2026, quando serão realizadas eleições para deputado, senador, governador e presidente da República.
No Nordeste, onde Bolsonaro perdeu para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, candidatos da direita despontaram. A vitória mais expressiva para a direita ocorreu em Maceió (AL), onde o candidato de Bolsonaro, João Henrique Caldas (PL), o JHC, foi reeleito prefeito no primeiro turno com mais de 83% dos votos. Em Fortaleza (CE), André Fernandes (PL) ficou em primeiro lugar, com 40,2%, e vai como favorito para o segundo turno contra Evandro Leitão (PT), que obteve 34,3%. Em Aracaju (SE), Emília Correa (PL), também liderou a disputa do primeiro turno, com 41,6%, e é favorita para vencer Luiz Roberto (PDT) no segundo turno.
Papel do Centrão
Em 2020, o Centrão elegeu seus candidatos em 3.022 cidades. Ou seja, considerando somente o 1º turno, o Centrão conseguiu aumentar esse número com mais 512 prefeituras, um crescimento geral de 16%. E o número de prefeituras conquistadas pelo centrão tende a crescer no 2º turno, que ocorrerá em 51 cidades.
O PSD, partido do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, foi a legenda que mais elegeu prefeitos em todo o país, 882 no total. Ao todo, são 228 prefeitos a mais que em 2020, um crescimento de 36%.
Em segundo lugar, o MDB fecha o primeiro turno à frente de 855 prefeituras, 71 a mais do que nas eleições anteriores, ou 10% de aumento. O PP, do presidente da Câmara, Arthur Lira, conseguiu eleger 748 prefeitos, 63 a mais que em 2020, um incremento da ordem de 10%.
O Centrão segue à frente da maior parte das prefeituras do país. PSD, MDB, PP, União Brasil e Republicanos elegeram um total de 3534 prefeitos. Isso representa 64% dos 5.518 municípios que decidiram seus mandatários no 1º turno.
Berço do PT, São Bernardo do Campo terá 2º turno sem candidato do partido
Berço nacional do PT, São Bernardo do Campo, no ABC paulista, terá um segundo turno sem o partido do presidente Lula. O deputado estadual Luiz Fernando, irmão do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, era o nome do Partido dos Trabalhadores na busca pela prefeitura, mas, com apenas 23% dos votos, ficou fora da disputa. Seguem no segundo turno Marcelo Lima (Podemos) e Alex Manente (Cidadania).
Ao lado de Luiz Fernando, Lula disse que gostaria que sua votação simbolizasse "que temos que escolher o melhor". Mas nem mesmo o apoio explícito foi suficiente para levar o candidato do PT adiante na disputa pela prefeitura de São Bernardo do Campo.
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