Jaraguá do Sul (SC): entre as melhores cidades para morar no Brasil| Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
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É bom viver em Santa Catarina. O estado teve a segunda média mais alta no ranking de cidades da Gazeta do Povo (6,14 pontos), atrás apenas de São Paulo.

Dentre os municípios catarinenses, as cinco maiores notas têm uma combinação de pequenas e médias cidades. Em comum, elas têm os bons índices educacionais e as taxas de criminalidade relativamente baixas.

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Conheça melhor os destaques de cada quesito entre os 295 municípios de Santa Catarina.

Arabutã: a boa vida na serra catarinense

A cidade catarinense com o melhor desempenho no ranking da Gazeta do Povo foi Arabutã (4,4 mil habitantes), que obteve 7,43 pontos. O município também ficou em nono lugar no ranking nacional.

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Encravada na serra catarinense e fruto da colonização alemã, a pequena cidade não teve homicídios, suicídios ou acidentes de trânsito nos levantamentos anuais mais recentes. A coleta de lixo cobre praticamente todas as residências, e — apesar do tamanho — a cidade tem uma biblioteca pública.

A educação é outro ponto forte de Arabutã. Lá, 97% da população é alfabetizada, e as escolas públicas da cidade obtiveram boas notas no IDEB, que mede a qualidade da educação pública.

O município tem ainda um bom desempenho no quesito Saúde. A cidade conta com 23 leitos hospitalares, o que a deixa muito acima da média nacional nesse critério. O PIB per capita (R$66,6 mil) também ultrapassa o de cidades de maior porte e é 50% melhor que a média do Brasil.

Embora a culinária local não seja um critério no ranking das cidades, Arabutã tem uma vantagem a mais: a cidade, fruto da colonização alemã, é conhecida como a capital catarinense da cuca — a torta alemã que faz sucesso entre os turistas.

Educação puxa a nota de Joaçaba

Em segundo lugar entre as cidades de Santa Catarina está Joaçaba (30,4 mil habitantes), com 7,39 pontos. O município do oeste catarinense ficou com a 11ª maior nota do país. O forte de Joaçaba é a educação. Com um número elevado de vagas no ensino superior, a cidade recebeu nota 10 nesse indicador.

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Os bons números da segurança pública também ajudam. A taxa de homicídios de Joaçaba costuma ficar abaixo dos 10 assassinatos por 100 mil habitantes, o que indica uma situação sob controle — embora longe do ideal. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina, não houve homicídios na cidade de janeiro a julho deste ano.

Joaçaba conta ainda com uma boa infraestrutura urbana, três salas de cinema e um PIB per capita de R$ 77,6 mil.

É uma cidade completa com uma população relativamente pequena.

Jaraguá do Sul: polo econômico

A terceira maior nota de Santa Catarina ficou com Jaraguá do Sul (182,6 mil habitantes), na região norte do estado.

A segurança e a educação ajudam a explicar a nota. Na cidade, o índice de alfabetização é de 98,5%, e a taxa de homicídio em 2022 foi de apenas 1,5 mortes por 100 mil habitantes. A infraestrutura urbana também tem pontos positivos. Por exemplo: não há “aglomerados subnormais” (termo que o IBGE usa para se referir a favelas) na cidade, que tem a economia impulsionada pela indústria de metais e o setor têxtil.

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A 40 quilômetros Blumenau, Brusque (131,4 mil habitantes) ficou em quarto lugar dentre as melhores cidades de Santa Catarina com 7,23 pontos. Em quinto, está Cocal do Sul (17,2 mil habitantes), que obteve 7,21 pontos.

As 5 melhores cidades de Santa Catarina

  1. Arabutã - 7,43 pontos
  2. Joaçaba - 7,39 pontos
  3. Jaraguá do Sul - 7,26 pontos
  4. Brusque - 7,23 pontos
  5. Cocal do Sul - 7,21 pontos

As melhores cidades acima de 100 mil habitantes

Não há megalópoles em Santa Catarina. Apenas 14 municípios do estado têm mais de 100 mil habitantes, e nenhum deles chega a 700 mil moradores. Felipe Marques, professor de Administração Pública da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), afirma que isso contribui com a qualidade da gestão municipal.

"Cidades menores tendem a ter menos problemas ligados à vida nas grandes cidades, como a violência urbana, trânsito, poluição e pessoas em situação de rua. Também costumam ser cidades com população mais homogênea, com necessidades e demandas semelhantes para serem atendidas", diz o professor.

Segundo Marques, um fator histórico impulsionou o desenvolvimento das cidades catarinenses: no estado, latifúndios são raros. "Historicamente, durante o processo de ocupação do Estado, predominou o trabalho livre e decorrente da imigração", afirma ele, que prossegue: "Isso favoreceu o assentamento em pequenas e médias propriedades rurais, descentralizadas ao longo do território do Estado, o que contribuiu para reduzir as desigualdades sociais e regionais ao descentralizar também a riqueza".

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No grupo de cidades catarinenses com mais de 100 mil habitantes, a nota mais alta foi a de Jaraguá do Sul (7,26 pontos). Brusque, Blumenau, Itajaí e São José completam as cinco primeiras posições.

A nota da capital Florianópolis foi 6,5. Embora tenha bons indicadores em certas áreas, a cidade peca pelo mal desempenho em alguns critérios, como o índice de abastecimento de esgoto (57,1%), o PIB per capita (inferior ao de quase todas as cidades catarinenses acima de 100 mil habitantes) e o alto número de moradores de rua.

As cinco maiores notas entre as cidades acima de 100 mil habitantes

  1. Jaraguá do Sul - 7,26
  2. Brusque - 7,23
  3. Blumenau - 7,05
  4. Itajaí - 7,00
  5. São José - 6,92

Veja outros indicadores das cidades catarinenses.

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As maiores notas em Economia

Com um PIB per capita acima de R$ 210 mil (cinco vezes o índice nacional), Itajaí se destaca como um polo industrial, além de se possuir um dos portos mais movimentados do país. O nível de emprego da cidade também é acima da média, o que influencia a nota final.

As cinco maiores notas no quesito Economia

  1. Itajaí - 6,55
  2. Araquari - 6,45
  3. Piratuba - 6,32
  4. Vargem Bonita - 6,05
  5. Treze Tílias - 6,00

Além de Itajaí, Joinville (5,5) e Jaraguá do Sul (5,37) são as cidades acima de 100 mil habitantes com o melhor desempenho nesse quesito.

As cidades com melhor educação em Santa Catarina

As cidades catarinenses com maior nota na categoria Educação combinam um analfabetismo perto de zero com um número elevado de vagas no ensino superior. Em primeiro lugar na lista, Luzerna (5,8 mil habitantes) alcançou ainda notas elevadas no IDEB.

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As cinco maiores notas de Educação em Santa Catarina

  1. Luzerna 8,95
  2. Itapiranga 8,90
  3. Joaçaba 8,53
  4. Orleans 8,51
  5. Capivari de Baixo 8,45

Entre as cidades com mais de 100 mil habitantes, o melhor desempenho em Educação foi o de Blumenau (8,24), seguido por Florianópolis (7,97) e Balneário Camboriú (7,82).

Melhores notas na Saúde em Santa Catarina

No quesito saúde, Joaçaba se destaca como a cidade com o maior número de médicos por habitante no estado. São mais de 2,7 mil médicos para uma população de 30,4 mil habitantes. Em segundo lugar no quesito Saúde, São Pedro de Alcântara é o município com mais leitos hospitalares por habitante.

  1. Joaçaba - 7,41
  2. São Pedro de Alcântara - 6,81
  3. Meleiro - 6,61
  4. Florianópolis - 6,48
  5. Arroio Trinta - 6,46
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Quando se leva em conta apenas as cidades com mais de 100 mil habitantes, o melhor desempenho no quesito Saúde é o de Florianópolis (6,48), seguido por Balneário Camboriú (6,32) e Jaraguá do Sul (6,22).

As cidades mais seguras de Santa Catarina

Um total de 149 cidades catarinenses não tiveram homicídios em 2022 — ano dos últimos dados nacionais divulgados pelo IPEA, órgão de pesquisa ligado ao Ministério do Planejamento. Dessas, Pomerode (34,3 mil habitantes), Penha (33,7 mil) e São João Batista (32,7 mil) têm as maiores populações.

Entre as 14 cidades com mais de 100 mil habitantes, as maiores notas em Segurança Pública foram as de Jaraguá do Sul, Tubarão e Brusque. As três tiveram menos de 5 homicídios por 100 mil habitantes em 2022.

Como o ranking foi feito

O levantamento da Gazeta do Povo inclui dez categorias diferentes, e utiliza um total de 21 indicadores. Alguns deles, por serem mais relevantes, ganharam peso maior no cálculo da nota final de cada cidade. Veja abaixo a lista das estatísticas levadas em conta no ranking, além das fontes utilizadas.

1. Educação - Peso 1,5

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-IDEB Ensino Fundamental - anos finais (2021)

-IDEB Ensino Médio (2021)

-Índice de analfabetismo (Censo 2022)

-Vagas de ensino superior (Censo da Educação Superior 2022)

2. Taxa de homicídios (IPEA, 2022) - Peso 1,5

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3 . Saúde - Peso 1,5

-Número de leitos hospitalares (DataSUS, 2024)

-Mortes evitáveis (DataSUS, 2024)

-Número médicos (DataSUS, 2024)

4. Economia - Peso 1,5

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-PIB (Produto Interno Bruto) per capita  (IBGE, 2021)

-População empregada (Caged, 2024)

5. Infraestrutura - Peso 1,5

-Vias públicas com pavimentação e meio-fio na área urbana (IBGE, 2021)

-Domicílios ligados à rede de esgoto (IBGE, 2021)

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-Abastecimento de água (IBGE, 2021)

-Aglomerados subnormais (favelas) (IBGE, 2021)

-Domicílios com coleta de lixo 2022 (IBGE, 2021)

6. Expectativa de vida (IBGE, 2021) - Peso 1

7. Mortes no Trânsito (DataSUS, 2022)- Peso 1

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8. Suicídios (IPEA, 2021) - Peso 1

9. Cultura - Peso 1

-Salas de cinema (Ancine, 2023)

-Bibliotecas públicas (Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, 2023)

10. Famílias em situação de rua (Cadastro Único para Programas Sociais, 2023) - Peso 1

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]