Starbuck afirma que não quer destruir as empresas que expõe: “Isso não é cancelamento. É capitalismo”.| Foto: Divulgação/robbystarbuck.com
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O chamado “ativismo de consumo” da direita americana vem ganhando novos contornos nos últimos meses. 

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Em vez de apenas deixar de comprar produtos de empresas alinhadas com a filosofia woke, o público conservador está descobrindo outra forma eficiente de protesto: a exposição de marcas tradicionais que, sem fazer alarde, aderiram radicalmente à agenda esquerdista. 

Mas não se trata de uma movimentação anônima, ou liderada por um coletivo virtual sem rosto. Pelo contrário. Por trás dessa onda de manifestações, está o filho de uma refugiada cubana que rapidamente virou o pesadelo das corporações enredadas pelo politicamente correto. 

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Robby Starbuck, de 35 anos, é um cineasta e influencer do Tennessee até então mais conhecido por suas participações em programas da emissora Fox News e canais do YouTube com orientação conservadora. Até que sua estratégia de revelar as iniciativas de DEI (diversidade, equidade e inclusão) desenvolvidas por grandes companhias começou a funcionar.

Tudo começa no X, onde ele “abre os trabalhos” postando uma lista com as políticas identitárias adotadas por seu alvo do momento – como cotas de contratação, treinamentos “conscientes” e patrocínios a eventos promovidos por grupos minoritários. 

Algumas delas chegam a ser bizarras, como o pedido da John Deere (gigante do ramo de maquinários agrícolas) para que seus funcionários incluíssem seus “pronomes preferidos” em todas os e-mails internos.

Após a exposição, quem entra em ação é o público, que passa a compartilhar as informações nas redes sociais e a lotar os canais de comunicação das empresas com reclamações.

A mobilização também conta com a ajuda de simpatizantes famosos, que turbinam o processo demonstrando apoio em suas contas – Elon Musk, o senador republicano Rand Paul e Chaya Raichik (criadora do perfil Libs of TikTok, especializado em divulgar o lado mais bisonho dos progressistas) fazem parte desse grupo.

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Iniciada em junho, a campanha já impactou, além da John Deere, a Tractor Supply (varejista de produtos rurais), a Harley-Davidson e a Jack Daniel’s. Em todos os casos, as companhias vieram rapidamente a público anunciar a revisão ou extinção de seus programas de DEI. E, segundo analistas do mercado, outras devem se antecipar e fazer o mesmo, para evitar retaliações. 

As quatro primeiras marcas escolhidas por Starbuck têm uma característica em comum: seus executivos ignoraram o perfil historicamente conservador de seus consumidores fiéis. Não à toa, a maioria delas emitiu comunicados centrados em pedidos de desculpas ao público. 

Como a Tractor Supply, que interrompeu todas as suas iniciativas woke e apagou de seu site qualquer menção ao tema. “Ouvimos de nossos clientes que os decepcionamos. Levamos esse feedback muito a sério”, afirmou o grupo em um comunicado oficial. 

Robby Starbuck, por sua vez, garante que seu objetivo não é destruir essas empresas – e, sim, restaurar a sanidade do meio corporativo, principalmente a partir da cultura da neutralidade e de valores como a meritocracia. “Isso não é cancelamento. É capitalismo”, diz.

Filme de Robby Starbuck mostra como a esquerda tenta controlar as crianças

Até pouco tempo, muita gente não sabia que Starbuck é dono de um vasto currículo como diretor e produtor da área audiovisual. Especialista em videoclipes, já trabalhou com artistas como Snoop Dogg, Megadeth, Akon, Metric e Machine Gun Kelly, entre vários outros. 

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Este ano, no entanto, ele chamou a atenção do público e da imprensa com seu primeiro longa-metragem independente, o documentário War on Children (“Guerra Contra as Crianças”). 

Disponível em plataformas online, o filme denuncia as mazelas da infância no mundo contemporâneo – do tráfico sexual ao vício em games e redes sociais, com destaque para a tentativa de controle imposta pelos defensores da ideologia de gênero. 

À primeira vista, o projeto parece um produto oportunista lançado na esteira do sucesso de O Som da Liberdade, longa sobre a exploração de crianças que faturou milhões de dólares no ano passado. Mas a trajetória de sua mulher, a cantora Landon Starbuck, desfaz essa impressão. 

Creditada como produtora do filme, ela é uma conhecida ativista conservadora pelos direitos da infância. Inclusive fundou uma organização voltada para o combate ao abuso e à mutilação infantil, a Freedom Forever. 

Os dois se conheceram há 15 anos, na Califórnia, quando Robby dirigiu um dos videoclipes de Landon. Lá se casaram e tiveram três filhos, porém decidiram se mudar para o Tennessee quando, segundo ela, “o clima político se tornou insustentável para os conservadores”. 

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Além de ver sua vida cotidiana ser impactada pelas políticas democratas do estado (responsáveis, entre outros problemas, pelo aumento da criminalidade), o casal passou a ser “cancelado” pela sociedade local.

“A Califórnia que conhecemos um dia não existe mais. E muitos de nossos amigos passaram a nos rejeitar, porque não era aceitável ser próximo de uma família cristã, conservadora e cubano-americana que votou em Trump”, disse Landon a um podcast

Família cubana do cineasta perdeu tudo com a instalação do comunismo 

Ciente de suas origens, Robby Starbuck também é um incansável inimigo da ditadura cubana e do comunismo. Em suas redes sociais, o influencer costuma postar fotos antigas de sua família, com registros de mesas fartas, encontros festivos e pessoas bem vestidas, para mostrar como era a Ilha antes da revolução marxista.

“Meus avós e minha mãe perderam tudo pelo que trabalharam por causa do comunismo em Cuba. Você fantasia sobre um tipo de comunismo que nunca existiu e nunca existirá. Acho que posso falar sobre a realidade do comunismo um pouco melhor do que você”, afirmou recentemente, ao confrontar um militante socialista no X.

Esse tipo de embate virtual só tem aumentado após a repercussão de War on Children e o êxito de sua cruzada anti-DEI, bem como perfis negativos publicados em veículos progressistas. 

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Nessas reportagens, o cineasta é retratado com um agitador oportunista, desesperado por alguma atenção depois de ter fracassado em Hollywood e nas eleições de 2022 (Starbuck concorreu a uma vaga na Câmara dos Deputados como candidato independente, após desentendimentos com dirigentes republicanos). 

Sua resposta aos críticos, no entanto, se limita a uma frase de efeito, que ele usa como slogan pessoal: “Eu costumava dirigir estrelas, agora luto pela liberdade”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]