O músico britânico Roger Waters declarou nesta segunda-feira (4) seu apoio ao ditador venezuelano Nicolás Maduro e disse que ele é alvo de uma tentativa de golpe feita pelo presidente americano, Donald Trump.
Em postagem nas redes sociais, o cantor e compositor pediu para os "EUA tirarem a mão da Venezuela".
Na mensagem, Waters ainda convocou seus seguidores para participarem de uma manifestação de apoio a Maduro na frente da sede das Nações Unidas em Nova York.
"Parem essa última insanidade americana, deixem a população venezuelana em paz. Eles têm uma democracia real, parem de tentar destruí-la para que o 1% possa roubar seu petróleo", escreveu ele.
O músico ainda usou as hashtags "Nicolás Maduro" e "Parem o golpe de Trump na Venezuela".
A Venezuela vive atualmente uma crise política que opõe Maduro ao líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, que se autodeclarou presidente encarregado do país.
O Legislativo não reconhece a autoridade do ditador porque considera que a votação que o reelegeu em maio de 2018 não foi legitima - o pleito foi boicotado pela maioria da oposição e foi marcado por denúncias de fraude.
Guaidó recebeu o apoio de diversos países, incluindo dos Estados Unidos, do Brasil e de parte da Europa.
A note from Roger:
â Roger Waters (@rogerwaters) February 3, 2019
THIS IS TODAY!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
STOP THIS LATEST USG INSANITY, LEAVE THE VENEZUELAN PEOPLE ALONE. THEY HAVE A REAL DEMOCRACY, STOP TRYING TO DESTROY IT SO THE 1% CAN PLUNDER THEIR OIL.
US HANDS OFF #VENEZUELA! #NICOLASMADURO #STOPTRUMPSCOUPINVENEZUELA pic.twitter.com/AFi89IGcgV
Esquerdista
Conhecido por suas posições políticas, Waters costuma manifestar publicamente seu apoio a líderes de esquerda, incluindo o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez (1954-2013) e o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
Em outubro do ano passado, durante a eleição brasileira, o ex-integrante da banda Pink Floyd virou alvo de polêmica durante passagem pelo país. Em seus shows, ele exibiu no telão a hashtag #EleNão, usado por críticos do então candidato (e atual presidente) Jair Bolsonaro (PSL).
Ele também incluiu o Brasil em uma lista de países ameaçados pelo fascismo, citando novamente Bolsonaro.
A lista incluía outros líderes mundiais, como o presidente americano Donald Trump, o premiê húngaro Viktor Orbán e a líder da direita radical na França, Marine Le Pen.
Bolsonaro chegou a entrar na Justiça com uma ação contra Fernando Haddad (PT), por suposto abuso de poder econômico praticado nos shows de Waters, mas o caso acabou arquivado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).