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Existem os problemas de Primeiro Mundo. E existem os problemas da progressista San Francisco

Durante uma reunião de sete horas, conselheiros de San Francisco debateram se a presença de um pai gay e branco é diversidade o bastante para a cidade. (Foto: PIxabay)

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Existem os problemas de Primeiro Mundo. E existem os problemas de San Francisco, como decidir se um homem branco e gay de uma filha “multirracial” agrega diversidade o bastante a um comitê parental voluntário cheio de mulheres.

Essa é a mais recente controvérsia do Conselho de Educação de San Francisco, o mesmo que, em janeiro, voltou por apagar os nomes de norte-americanos problemáticos, como George Washington e Abraham Lincoln, das escolas da cidade.

Na reunião do conselho, realizada na terça-feira (9), um dos itens da pauta era a indicação, aparentemente inócua, de um novo membro para o Conselho Parental. O candidato era Seth Brenzel, cantor profissional e diretor-executivo de uma aclamada escola de música da região. Brenzel também é declaradamente gay, casado e pai, de acordo com sua biografia na Internet. Não conseguimos contato para ele que comentasse o caso.

A indicação de Brenzel começou a enfrentar contrariedade antes mesmo de o conselho trazer o assunto para a discussão. Ainda na apresentação do relatório do Conselho Parental, alguns membros do conselho e também pessoas presentes à reunião começaram a questionar a falta de diversidade do conselho.

“Até onde entendo, eles não são um grupo parental diverso”, disse uma mulher que, na transcrição da reunião, se identifica como Tara.

Como reação, uma representante do conselho apresentou a composição étnica e racial do grupo: duas afro-americanas, uma asiática-americana, três latinas, uma de uma ilha do Pacífico e três brancas. “Atualmente, todos são mulheres”, disse ela, de acordo com a transcrição. “Todas são mães”.

O comissário Matt Alexander, membro novo do conselho e ex-diretor distrital, notou a “falta de representatividade de árabes, vietnamitas e nativos norte-americanos”, além de “pais chineses”. Alexander, que se identificou como “o único membro branco aqui”, disse que “parece que os brancos estão sobrerrepresentados no Conselho Parental”. Cerca de 15% dos alunos do distrito são brancos.

“Provavelmente ouvirei reclamações dizendo que estou falando para os pais brancos não se envolverem. Quero deixar uma coisa clara. Não é isso o que estou dizendo”, afirmou ele, de acordo com a transcrição. Depois, acrescentou: “Os pais brancos tendem a ter muito privilégio, poder e acesso ao conselho educacional”.

Os pais se enfileiraram para debater. A candidatura de Brenzel foi formalmente discutida.

Uma pessoa disse que o conselho não era inclusivo e “não espelha o governo de Joe Biden”. Outra, uma “pessoa de cor abertamente queer”, disse que adicionar outro branco ao conselho seria “muito, muito problemático”. Ela disse ainda que “outras vozes precisam ser ouvidas antes dos homossexuais brancos”.

“O Distrito Educacional de San Francisco operava e ainda opera sob o conceito da supremacia branca”, disse outra pessoa.

Vários dos presentes se manifestaram em defesa de Brenzel. Um dos pais o descreveu como “líder incrível”, inclusivo e afetuoso. Outro disse que ele seria o único homem do conselho e também o único representante da comunidade LGBTQ, acrescentando que “a diversidade vai além da cor da pele”. Outro disse que Brenzel é “superqualificado para o cargo. Ele está preparado para trabalhar e vocês deveriam ser gratos por isso”.

“Acho que isso é apenas um espetáculo político, a fim de que vocês possam dizer que impediram um branco de entrar para o conselho”, disse outra pessoa, de acordo com a transcrição.

Uma das presentes, identificada na transcrição como Cindy, chamou a reunião de “linchamento público” e “assédio por parte de pessoas poderosas”.

“Vocês acabaram de dizer que não há homens o bastante no grupo”, disse ela. “Ele é pai e gay – e tem uma família interracial. Não sei de que mais vocês precisam. Ele é uma boa pessoa. É tudo o que tenho a dizer”.

O debate consumiu duas horas, como dito pela colunista Heather Knight, do San Francisco Chronicle. Ela escreveu que, depois de sete horas de reunião, não se falou sobre a reabertura das escolas de San Francisco.

A vaga que Brenzel pretendia preencher não era a única do conselho, de acordo com um dos representantes. O conselho é composto por 15 membros regulares e 3 suplentes. Ele atualmente conta com 10 membros regulares e nenhum suplente, então há espaço para outros candidatos mesmo sem a presença de Brenzel.

Por fim, o conselho decidiu não votar a indicação de Brenzel, pedindo que os representantes encontrassem outros candidatos à vaga.

Ryan Mills é repórter na National Review.

© 2021 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês

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