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Califórnia

São Francisco quer retirar o nome de Abraham Lincoln e de outros abolicionistas das escolas públicas

Memorial de Lincoln, em Washington, DC
Memorial de Lincoln, em Washington, DC: até ele está sendo cancelado pela esquerda militante (Foto: BigStock)

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São Francisco está levando sua guerra contra a história muito a sério.

Esqueça a pandemia, o aumento da criminalidade, a incerteza econômica, o acúmulo de lixo e as verdadeiras cidades formadas por tendas nas ruas.

Tudo isso pode esperar.

A maior prioridade de São Francisco agora é mudar os nomes das escolas para garantir que todos eles estejam em constante evolução com os padrões da esquerda militante.

O Comitê Consultivo de Nomes Escolares do Distrito Escolar Unificado de São Francisco, criado em 2018, criou uma lista de 44 escolas a serem imediatamente renomeadas na cidade.

Eis os critérios pelos quais o comitê avaliou os nomes das escolas para a mudança:

  • Qualquer um diretamente envolvido na colonização das pessoas.
  • Proprietários de escravos ou participantes da escravidão.
  • Perpetuadores de genocídio ou escravidão.
  • Aqueles que exploram trabalhadores/pessoas.
  • Aqueles que oprimiram ou abusaram diretamente de mulheres, crianças, gays ou transgêneros.
  • Aqueles ligados a quaisquer abusos causados contra direitos humanos ou ambientais.
  • Aqueles que são notadamente racistas e/ou supremacistas brancos e/ou defenderam crenças racistas.

Dada a forma bastante extensa como a opressão e o racismo são definidos pelos “antirracistas” militantes, esta lista poderia se estender a praticamente qualquer um, em qualquer momento, em qualquer situação.

O comitê sugere homenagear “nações indígenas e comunidades indígenas”, bem como aqueles “que fizeram contribuições extraordinárias para a humanidade ou em defesa da Mãe Terra”.

No entanto, os indígenas na América praticavam a escravidão, frequentemente tomavam terras de seus vizinhos e praticavam um manejo florestal bastante ruim, todos itens problemáticos de acordo com as diretrizes dos militantes.

Não é um bom sinal para as próximas celebrações do Dia dos Povos Indígenas.

Então, quem realmente foi tratado como bandido para ser expurgado?

George Washington, Abraham Lincoln, Thomas Jefferson, John Muir, Junipero Serra e muitas outras personalidades do passado americano – pessoas que estão entre as mais importantes da história humana.

De alguma forma, um movimento que começou com a eliminação de generais confederados terminou removendo Lincoln, Washington, e os principais abolicionistas. Quem poderia imaginar?

A Lowell High School tem em seu nome uma homenagem a James Russell Lowell, um abolicionista célebre. O herói dos direitos civis Martin Luther King Jr. se inspirou em Lowell em seu discurso “We Shall Overcome”.

Mesmo assim, o nome de Lowell deve ser retirado porque, para o comitê, o zelo dele pela causa antiescravidão foi considerado insuficiente.

E o que dizer de King, um lendário herói dos direitos civis que não fez parte da lista dos condenados? Pergunta-se como ele pode sobreviver aos padrões do comitê ou à ideologia dos militantes.

A maior contribuição de King para o mundo, convencer os americanos a tratar uns aos outros por seu caráter e não pela cor da pele e aderindo aos princípios da igualdade definidos na Declaração de Independência, é agora considerado algo racista pelos chamados antirracistas.

Igualdade é ruim, equidade é bom. Discriminação racial pode ser positiva, desde que seja dirigida contra as pessoas certas. Claramente não há mais lugar para King.

O herói trabalhista Cesar Chávez também deveria ser queimado nesta fogueira. Afinal, Chávez se opôs à imigração ilegal quando jovem. De alguma forma, a Escola Primária Cesar Chávez não está na lista, mas como vimos com Lowell e outros, não dá para perdoar um pequeno deslize ou uma quedinha para o lado errado da história.

A sabedoria deste momento exige que os bons e os grandes não fiquem no caminho de nossa vontade de ser perfeito.

Curiosamente, a recomendação do comitê inclui a senadora Dianne Feinstein, democrata da Califórnia, cuja escola primária homônima foi colocada na lista, de acordo com o New York Post, “porque ela teria substituído uma bandeira confederada vandalizada em 1986”.

Não parece bom para a senadora.

Uma pesquisa do San Francisco Chronicle colocou a Escola Primária Dianne Feinstein no topo da lista de nomes a serem mudados.

Talvez os esquerdistas de São Francisco ainda não a tenham perdoado por dizer a um grupo de estudantes ativistas ambientalistas que o Green New Deal era inviável.

Se você não é puro, você deve passar por uma limpeza profunda.

Não é difícil enxergar o absurdo de toda essa iniciativa de mudança de nome em geral, mas é ainda mais ridículo se considerarmos que está ocorrendo: estamos passando por uma pandemia, e as escolas estão fechadas.

O apresentador da Fox News Greg Gutfeld comparou o plano de renomeação com “tentar passar suas meias durante um incêndio em uma casa”.

Em um momento notável de bom senso, o prefeito de São Francisco, London Breed, que geralmente apoia mudanças de nome, detonou o apelo do comitê para o expurgo coletivo bem no meio de uma crise.

“Para lidar com as iniquidades, precisamos primeiro colocar nossos filhos de volta nas salas de aula”, disse Breed em um comunicado.

“O fato de nossos filhos não estarem na escola é o que está conduzindo às desigualdades em nossa cidade, não o nome de uma escola”, disse o prefeito.

Se o conselho escolar aprovar as mudanças de nome em dezembro, São Francisco gastará uma enorme quantidade de dinheiro mudando os nomes das escolas de toda a cidade, escolas que por um bom tempo ainda devem ficar vazias, sem receber nenhuma criança. De alguma forma, isso é perfeitamente adequado ao tipo de governança disfuncional, absurda e cheia de sinalizações vazias de virtude da esquerda aos quais estamos nos acostumando a ver no belo, mas quebrado Estado Dourado.

©2020 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

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