A guerra da Síria vem se transformando lentamente em uma catástrofe, e envolvendo quase todo o mundo. Veja como isso começou, por que está cada vez mais complicado e o que pode acontecer a seguir.
Como a guerra na Síria começou?
Em março de 2011, protestos pacíficos eclodiram em todo o país como parte das revoltas da Primavera Árabe. Os organizadores pediam reformas democráticas ao presidente da Síria, Bashar Assad, mas seu governo respondeu com violência. Em resposta, alguns dos manifestantes se uniram a militares desertores para formar o Exército Sírio Livre, um grupo rebelde que queria derrubar o governo. Em 2012, essa luta armada havia se transformou em uma guerra civil.
O que a Rússia está fazendo na Síria?
A Rússia há muito apoia o governo de Assad. A Rússia ajudou a construir as modernas forças armadas sírias, e Assad é um dos mais fortes aliados do presidente russo Vladimir Putin no Oriente Médio. A Rússia muitas vezes impediu uma ação internacional significativa na Síria, vetando propostas no Conselho de Segurança da ONU, e Moscou mudou o curso da guerra a favor de Assad com uma intervenção militar em 2015.
Por que os Estados Unidos estão envolvidos?
Os Estados Unidos têm relutado em se envolver demais na Síria, mas foi obrigado a agir por dois motivos.
Primeiro, o Estado Islâmico começou a se firmar no país em 2013. No ano seguinte, os Estados Unidos lançaram ataques aéreos contra o grupo militante. O país finalmente enviou tropas para a luta, e cerca de 2.000 forças dos EUA foram enviadas.
Em segundo lugar, os Estados Unidos agiram para punir o governo de Assad por usar armas químicas como sarin e gás cloro contra a própria população.
Quais foram essas ações específicas?
Em 2012, o presidente Barack Obama chamou o uso de armas químicas de uma "linha vermelha" que levaria à intervenção militar. No ano seguinte, um ataque com gás sarin no leste de Ghouta matou cerca de 1.400 pessoas, de acordo com a avaliação do governo dos EUA. Obama pressionou por um ataque, mas não conseguiu a aprovação do Congresso.
Tentou-se uma solução diplomática. O Conselho de Segurança da ONU ordenou que Assad destruísse seu estoque de armas químicas e assinasse a Convenção sobre Armas Químicas, que proíbe os países de produzir, armazenar ou usar tais armas.
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Mesmo assim, houve vários relatos de ataques com armas químicas desde então. Um ataque particularmente grave aconteceu em 4 de abril de 2017. Quase 100 pessoas foram mortas na cidade de Khan Sheikhoun, no norte do país, em um aparente ataque de sarin. O ataque ganhou as manchetes mundiais e a atenção do presidente Trump, que expressou horror às imagens de "crianças inocentes, bebês inocentes" envenenadas por um agente nervoso. Apenas alguns dias após o ataque, Trump autorizou um ataque com míssil em uma base aérea síria. Foi o primeiro ataque direto dos EUA contra o regime sírio na guerra.
Quem ajuda Assad na região?
Um dos principais aliados de Assad é o Irã. O Irã precisa da Síria para mover suas armas e milícias por todo o Oriente Médio. Então, quando o governo Assad foi ameaçado, o Irã entrou em cena para apoiá-lo. O mesmo fez o Hezbollah, o partido político libanês e milícia que é aliado próximo de Teerã.
Isso aborreceu os rivais do Irã na região, como a Arábia Saudita e a Turquia. Então eles começaram a enviar armas e dinheiro para rebeldes anti-Assad, incluindo milícias extremistas. Israel começou a atacar bases de Assad com ataques aéreos.
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Isso significa que hoje existem muitas guerras sendo travadas dentro da Síria. O governo sírio ainda está em guerra com os rebeldes. Israel está em guerra com as forças apoiadas pelo Irã. E os Estados Unidos estão tentando matar o Estado Islâmico.
Como tem sido a vida dos sírios?
Horrível. Famílias sírias muitas vezes não têm o básico, como comida, abrigo e cuidados médicos. As crianças não podem ir para a escola. A guerra está sendo travada nas cidades e nas ruas.
Desde o início da guerra, mais de 465.000 sírios foram mortos, mais de um milhão foram feridos e 12 milhões - mais da metade da população do país - foram obrigados a fugir de suas casas. Mais de 5,5 milhões mudaram-se para o exterior e foram registrados como refugiados.
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