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História

Sete fatos que não te contaram sobre a revolução comunista em Cuba

Homenagem a Che Guevara em Havana: Nem Fidel o aguentava mais | Pixabay
Homenagem a Che Guevara em Havana: ditadura comunista exilou e matou até os aliados (Foto: Pixabay)

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Saudada em prosa e verso pela esquerda mundial, a ditadura cubana, predileta de dez entre dez intelectuais e artistas de esquerda no Ocidente, tem uma história de traições, torturas e assassinatos que remonta os primeiros dias da revolução comandada por Fidel e Raúl Castro e Ernesto Che Guevara.

Muitos dos aliados de primeira hora de Fidel e companhia só queriam se ver livres da brutal ditadura de Fulgêncio Batista e promover eleições livres. Contavam com a promessa feita por Castro em uma entrevista dada ao The New York Times em 1957: "O poder não me interessa. Depois da vitória, quero regressar à minha cidade e retomar a minha profissão de advogado", afirmou então.

Evidentemente não foi isso que aconteceu, e Fidel se tornou um dos ditadores mais longevos da história, ficando 49 anos à frente do poder em Cuba, desde a tomada de poder em 8 de janeiro de 1959. Os aliados que sentiram-se traídos por Fidel se tornaram opositores e passaram a ser perseguidos pela ditadura. Muitos foram presos, torturados e fuzilados.

Este é apenas um dos fatos da revolução cubana que não são ensinados nas escolas, não são temas de filmes, não provocam a indignação de partidos que se denominam democratas, mas defendem cegamente qualquer ditadura comunista. Conheça abaixo outros fatos esquecidos da revolução cubana:

1. Tribunais de exceção

“Nós vamos erguer o mais impressionante paredão de fuzilamento da história da humanidade”. As palavras ditas em 1961 pelo ministro da Reforma Agrária de Cuba, Antonio Núñez Jiménez, refletem bem qual era a moral reinante entre os revolucionários. Logo depois de tomarem o poder, os comunistas executaram centenas de soldados de Fulgêncio Batista — só nos primeiros dois anos foram 587 que enfrentaram o pelotão de fuzilamento de forma “oficial”.

O ambiente era semelhante a uma arena romana. O “julgamento” (se é que assim podia se denominar algo feito à margem do Estado de Direito) do comandante Jesus Sosa Blanco foi realizado em um ginásio de esportes com 18 mil pessoas presentes. Depois da acusação, o veredicto foi dado pela multidão: polegares virados para baixo, indicando como destino o fuzilamento.

2. Traição aos democratas

A história do primeiro presidente de Cuba após a revolução ilustra bem a tragédia do autoritarismo — seja ele de direita ou esquerda. Manuel Urrutia ganhou notoriedade em Cuba quando ainda era juiz durante a ditadura de Batista. Ele se recusou a condenar jovens que haviam apoiado o famoso desembarque de Fidel em Cuba no barco Granma, pois a constituição de 1940 reconhecia o direito de lutar contra um governo ditatorial. De forma pouco surpreendente, a ditadura de Batista o forçou ao exílio.

Fidel Castro o indicou ao cargo de presidente quando a revolução ainda estava em curso, justamente por ser uma figura moderada e sem comprometimento político. Ao notar a radicalização de Fidel e a aproximação com o comunismo, não restou opção a não ser renunciar e sair do país como refugiado político.

Urrutia não foi o único a ser traído. O primeiro-ministro, José Miró Cardona, expoente da oposição a Fulgêncio Batista, durou apenas seis semanas no cargo. Assim como Urrutia, renunciou quando viu o regime radicalizar e buscou refúgio na embaixada da Argentina. O ministro das Finanças, Rupo Lopez Fresquet, também deixou o governo.

Jorge Zayas, diretor do jornal Avance, conhecido pela forte oposição à ditadura de Batista, também foi obrigado a se exilar ainda em 1960. No mesmo ano, outros tiveram pior sorte. O americano William Alexander Morgan, que ajudou Fidel a combater Batista e foi aclamado herói nacional, caiu em desgraça por se opor à aproximação com a União Soviética e acabou fuzilado, acusado de ser um agente da CIA.

3. Fim do direito à greve

David Salvador, presidente da Confederação dos Trabalhadores Cubanos, a maior organização sindical do país, foi condenado a 12 anos de cadeia por não concordar com o aparelhamento da CTC. Com sua prisão, o caminho ficou livre para o regime controlar o sindicato, que pediu o fim do direito à greve. Sim, em Cuba é proibido fazer greve.

4. Perseguição religiosa

Muitos padres católicos apoiaram Fidel Castro no início da revolução pela perspectiva do fim da ditadura de Fulgêncio Batista. Quando os comunistas começaram a executar membros do antigo regime de forma brutal, por meio de julgamentos “expresso” e fuzilamentos, a Igreja protestou.

A represália veio rapidamente. Igrejas e colégios católicos foram desapropriados, inclusive o colégio jesuíta em que o próprio Fidel estudou na infância. No fim de 1961, 131 padres foram expulsos do país. Formalmente a população podia praticar livremente sua religião. Na prática, quem fizesse isso via se fechar o acesso ao ensino superior e a cargos governamentais.

5. Perseguição aos estudantes

No Brasil, organizações estudantis e de jovens tomadas pela ideologia esquerdista como a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a UJS (União da Juventude Socialista) louvam o regime cubano. Em Cuba, é bem provável que muitos de seus líderes e integrantes estivessem na cadeia.

Pedro Luís Boitel, adversário do ditador Batista, também não tolerava Fidel Castro. Ao se candidatar à presidência da FEU (Federação Estudantil Universitária), provocou a ira do regime. Além de perder a eleição de cartas marcadas para Rolando Cubella, candidato dos Castro, foi condenado a dez anos de prisão sob uma acusação forjada. Se não bastasse tudo isso, foi enviado para Boniato, uma das piores prisões do país. Morreu em 1972, após fazer uma greve de fome de 53 dias, durante a qual foi impedido de receber assistência médica. A ditadura ainda negou à mãe de Boitel o direito de ver o corpo do filho.

6. Gestapo Vermelha

Era o apelido do Departamento de Segurança do Estado (DSE), também conhecido como Dirección General de Contrainteligencia, inspirado na polícia secreta nazista. A tarefa do DSE é espionar a população cubana e infiltrar agentes em movimentos de oposição. Fundada em 1959, funciona até hoje e estima-se que empregue 15 mil funcionários.

É dividido em vários departamentos, cada um cuidando de um setor da sociedade cubana. Há uma seção específica para vigiar funcionários públicos, outra para espionar trabalhadores da área da Cultura, como escritores e cineastas, e uma seção com mais de mil agentes para fazer escutas telefônicas. Correspondências também são violadas pelos agentes. O objetivo é saber a opinião de cada habitante e seu alinhamento ideológico. Há agentes infiltrados até em igrejas e outras instituições religiosas.

7. Campos de concentração e reeducação de homossexuais

A UMAP (Unidade Militar de Apoio à Produção) funcionou entre 1964 e 1967 e foi o embrião do sistema penitenciário cubano. Na prática, eram os responsáveis pelos campos de concentração da ilha. Assim como nos gulags soviéticos, eram enviados para esses campos todo tipo de gente: opositores políticos, religiosos e criminosos comuns, o que tornava esses lugares ainda piores.

A rotina nesses campos era de maus-tratos, escassez de alimentos e isolamento. Homossexuais também eram enviados para passar por um processo de “reeducação”. Muitos eram professores e estudantes universitários, despedidos pelo simples fato de serem homossexuais. Julgamentos públicos foram conduzidos na Universidade de Havana, nos quais os “réus” eram obrigados a reconhecer seus “vícios” e pedir demissão.

Em outros locais da ilha os presidiários eram forçados a trabalhar em pedreiras extraindo pedras e mármore. As condições eram terríveis. Quem se recusasse a trabalhar era mantido em fossas cheias de fezes por horas.

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