No penúltimo fim de semana em Berkeley, na Califórnia, um grupo de neocomunistas antifas – “antifascistas” – criminosos atacaram manifestantes pacíficos em um protesto chamado “Não ao Marxismo na América”, empunhando bastões e spray de pimenta com escudos caseiros nos quais se lia (sem brincadeiras) “Não ao ódio”.
O Washington Post reportou como um manifestante pacífico “foi atacado por cinco antifas vestidos de preto, cada um distribuindo chutes e socos em um homem tentando desesperadamente se proteger”. Membros da organização estudantil Republicanos da Faculdade de Berkeley foram perseguidos por capangas que os seguiram até um posto de gasolina e exigiram que eles “dessem o fora” do carro, alertando, “Nós estamos sedentos por supremacistas e há mais de nós”.
A organizadora do protesto antimarxista não é uma supremacista branca. Amber Cummings é uma autodenominada “mulher transexual que abraça a diversidade” e havia anunciado no Facebook que “qualquer grupo racista como a KKK (e) Neo Nazis ... não é bem-vindo”. O protesto era necessário, disse Cummings, porque “Berkeley é um dos locais de origem nos Estados Unidos para o Movimento Marxista”.
Como que para provar o ponto de Cummings, o movimento antifa respondeu com botas de cano alto e tacos – porque a definição do grupo de “fascista” inclui não apenas neonazistas, mas também qualquer um que se oponha à sua visão totalitária de mundo.
E sejamos claros: Totalitários é o que eles são. Mark Bray, um professor da Universidade de Dartmouth que tem defendido as violentas táticas antifas, recentemente explicou no Post que “os membros do grupo são majoritariamente comunistas, socialistas e anarquistas” que acreditam que a violência física “é tanto eticamente justificável quanto estrategicamente efetiva”. Em outras palavras, eles não são diferentes dos neonazistas.
Defensores de ideologias assassinas
Neonazistas são violentos defensores de uma ideologia assassina que matou 25 milhões de pessoas no último século. Antifas são violentos defensores de uma ideologia assassina que, de acordo com “O Livro Negro do Comunismo”, matou entre 85 e 100 milhões de pessoas no século passado. Ambos praticam a violência e pregam o ódio. Eles são moralmente indistinguíveis. Não há diferença entre aqueles que agridem pessoas inocentes em nome da ideologia que nos deu Hitler e Himmler e aqueles que agridem pessoas inocentes em nome da ideologia que nos deu Stalin e Dzerzhinsky.
Os Estados Unidos derrotaram duas ideologias assassinas no século XX. Logo, nós todos deveríamos ter repulsa de ver nossos conterrâneos americanos carregando cartazes de qualquer um dos dois movimentos, estejam eles carregando bandeiras vermelhas do comunismo ou bandeiras pretas do nazismo. Ainda assim, não temos.
O comunismo não é visto atualmente como um mal comparável ao nazismo. Como Alex Griswold recentemente apontou, o New York Times publicou nesse ano não menos que seis artigos de opinião defendendo o comunismo, incluindo artigos enaltecendo Lênin como um conservacionista, explicando por que o stalinismo inspirou os americanos e argumentando que os bolcheviques eram românticos em sua causa e que as mulheres tinham relações sexuais melhores sob o jugo do comunismo. Pode-se imaginar o Times publicando artigos similares sobre os nazistas?
Minha mãe e meu avô lutaram contra os nazistas na Polônia durante a Segunda Guerra e a família dela enfrentou o terror stalinista que veio a seguir quando a ocupação nazista foi substituída pela dominação soviética. Então me perdoe se eu vejo pouca distinção moral entre a suástica e a foice e o martelo. Ambos são maléficos e seus adeptos modernos precisam ser condenados – principalmente quando eles se atrevem a cometer atos de violência em nosso meio para levar adiante suas visões odiosas.
Esquerda e a direita, ambas têm a responsabilidade de policiar seus próprios movimentos. Nos anos 60, William F. Buckley excomungou a antissemita Sociedade John Birch da direita respeitável e, hoje, conservadores têm a responsabilidade de fazer o mesmo com os nacionalistas brancos da chamada “alt-right”.
Aqueles na esquerda têm responsabilidades também – responsabilidades que poucos estão cumprindo. Na segunda-feira, eu requisitei ao escritório da líder da minoria na Câmara Nancy Pelosi, do partido Democrata da Califórnia, a sua declaração de condenação.
Em crédito a ela, Pelosi emitiu uma forte declaração na terça-feira afirmando que “as ações violentas de pessoas se autodenominando antifas em Berkeley neste fim de semana merecem inequívoca condenação, e os criminosos devem ser presos e julgados. Na Califórnia, assim como em todo o nosso país, nós fazemos grande reverência ao direito constitucional de discordância pacífica e liberdade de expressão. A não-violência é essencial para a garantia desse direito”.
Parabéns para ela. Mas por que outros líderes democratas não fizeram o mesmo? Após Charlottesville, a mídia exigiu corretamente que o presidente Donald Trump e todos os republicanos condenassem os neonazistas e a KKK. Então onde estão as ligações para os democratas condenaram os antifas – e a condenação pública brutal para aqueles que falham em fazê-lo? Se neonazistas vestidos de preto tivessem atacado manifestantes pacíficos em uma marcha “Não ao racismo na América” em Berkeley, os políticos em Washington estariam se atropelando para expressar seu repúdio – e qualquer um que falhasse em fazê-lo seria demonizado. No entanto, quando neocomunistas cometem esse tipo de violência, a esquerda deixa passar.
Isso não pode continuar assim.
*Marc Thiessen escreve uma coluna semanal para o Washington Post sobre política externa e doméstica.
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