Escultura “A cabeça de Platão”, em exposição em Barcelona, Espanha, em 2014| Foto: EFE/Toni Albir
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Tive a honra de estudar sobre comunicação com o grande Wade West. Ele nos dizia que, ao expressarmos algum conceito em nossos artigos, seria normal nos perguntarmos se o público leitor concordaria com o que escrevemos. Wade West nos recomendava a seguinte expressão: SW³.

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O significado, em Inglês é:

Some Will

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            Some Won't

            So… What?

Ou seja: o leitor vai concordar? Alguns sim, alguns não — e daí?

Baseado nisso, eu não deveria responder a críticas. No entanto, o artigo de Bruna Frascolla de 06/01 pode induzir o leitor a pensar que escrevi asneira ou pior, que não conheço Platão (lembrando que estudei História e Arqueologia Clássica).

Escreve Bruna: “Qualquer pessoa com um mínimo de instrução em humanidades (categoria que sem dúvida inclui uma quantidade proporcionalmente grande de judeus) pensaria duas ou três ou um milhão de vezes antes de escrever que "fomos eleitos [isto é, os judeus] para levar ao mundo uma série de mensagens tais como [...] o conceito de ética e moral; os conceitos de não matar, não roubar, não dar falso testemunho etc." A pessoa que escreve uma barbaridade dessa nunca ouviu falar da República de Platão na vida, para achar que é possível uma sociedade humana se organizar sem princípios morais...”.

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Leitor, apesar de Bruna não mencionar (por esquecimento ou por falta de cultura), os judeus receberam a incumbência de transmitir estes valores ao mundo quando saíram do Egito. Platão escreveu 'A República' em 375 BCE, portanto o mundo vinha sendo ensinado pelos judeus sobre tais valores por longos 895 anos antes de Platão escrever seu livro. Quando Platão nasceu, seus tataravós e os bisavós de seus tataravós já haviam aprendido de algum judeu o significado destes valores.

Atribuir a Platão o início da divulgação desses conceitos seria o mesmo que atribuir a Lula a invenção do sindicalismo (que, diga-se, sequer completou 200 anos). Quem se propõe a escrever para o grande público deveria pesquisar um pouco antes de escrever.

No fim do artigo Bruna ainda atribui a moralização do mundo a Jesus. Aqui cabem mais três observações: Jesus nasceu quase 1400 anos depois de D'us entregar a Bíblia (Torá) aos judeus; Jesus nasceu 432 anos depois de Platão e, por fim, Jesus era judeu, jamais abandonou o Judaísmo e difundiu os princípios judaicos.

Esclarecidos estes pontos, termino com uma mensagem para um ano de realizações a todos, esperando que o terrorismo seja finalmente contido e que a paz reine neste conturbado mundo.

Marcos L. Susskind é radialista e guia de turismo em Israel.

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