A indústria do aborto mente ao dizer que o procedimento é mais seguro do que um parto.| Foto: Pixabay

A gestação mata; o aborto salva.” Era o que dizia um texto recente publicado pelo New York Times e escrito pelo dr. Warren Hern. Isso é o que eu chamo de isca para leitores desavisados. A verdade é o que o aborto mata.

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Um feto é um ser humano vivo. O coração humano começa a bater no começo da gestação. Daí o surgimento, recentemente, das chamadas “leis do coraçãozinho”, criadas para proteger a vida. No caso Roe vs. Wade, que legalizou o aborto nos Estados Unidos, a Suprema Corte determinou que a vida do feto não tem a característica (mal definida) de “ser uma pessoa”, mas ele jamais negou que tal vida é um ser humano vivo.

Trabalho como ginecologista/obstetra há 28 anos e sou grata pela responsabilidade de cuidar de dois pacientes: o bebê por nascer e sua mãe. Amo e valorizo a vida dos dois, e não tenho dúvidas de que todo ser humano por nascer tem o potencial de dar contribuições importantes para o mundo.

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Estudos imprecisos

Não estou sozinha. Estudos indicam que nove entre dez ginecologistas/obstetras jamais realizariam um aborto se suas pacientes pedissem. Essa estatística basta para repelir a afirmação falsa de que o aborto é uma necessidade de saúde da mulher.

Em seu texto, Hern repetiu a ideia comum de que “o aborto é mais seguro do que o parto”. Mas ele deve saber que os estudos que supostamente documentam o baixo risco de morte durante abortos se baseiam em dados discutíveis. Para começar, eles se baseiam em relatos voluntários – uma metodologia notadamente fraca.

Além disso, eles são extraordinariamente deficientes no que diz respeito às certidões de óbitos. Estudos europeus com registros de qualidade mostram que 94% das mortes relacionadas a abortos não são identificadas nas certidões de óbito. Assim, as mortes associadas ao aborto registradas pelo Centro de Controle e Prevenção a Doenças representam apenas a ponta do iceberg.

Usando os poucos dados que foi possível coletar, o órgão concluiu que o risco de morte da mãe aumentava drasticamente ao longo da gestação. O risco de um aborto no segundo trimestre era 15 vezes maior do que o risco de um aborto realizado na oitava semana, 30 vezes maior do que o risco em meados do segundo trimestre e 76 vezes maior do que depois de constatada a viabilidade de vida fora do útero.

Abortos tardios

Os defensores do aborto dizem que abortos tardios são raros. Na verdade, cerca de cem mil abortos depois do primeiro semestre. Entre eles estão 13 mil abortos que ocorrem depois que o feto já é viável fora do útero.

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Quando a salvar a vida da mãe, quase nenhum destes abortos tardios são realizados por problemas de saúde. Ao contrário, eles ocorrem por causas externas que afetam a saúde mental e o estado emocional da mãe – coisas como indecisão, abandono parental e coerção.

Há ainda mais motivos para ser cético quanto aos relatórios que garantem ao público norte-americano que o aborto é mais seguro do que a gestação (ou do que Tylenol ou uma injeção de penicilina). Os estudos em larga escala que supostamente atestam a segurança do procedimento foram conduzidos por ativistas pró-aborto do Guttmacher Institute e outras organizações ideologicamente semelhantes.

Há muito dinheiro envolvido na indústria do aborto. Os abortos custam entre US$500 e US$10 mil. A renda e os lucros aumentam à medida que aumenta o acesso ao aborto. Por consequência, estudos financiados pela indústria do aborto deveriam ser analisados com cuidado e validado por pesquisadores independentes.

Os legisladores não se contentaram em acreditar cegamente na indústria do tabaco quando ela dizia que ao país que fumar era seguro e não causava câncer. Da mesma forma, eles deveriam ser céticos diante de relatórios e afirmações vindas da indústria do aborto. A escassez de dados implora por mais pesquisa.

Um argumento frequente na defesa de abortos tardios é que eles podem ser necessários para salvar a vida da mulher. É verdade que temos visto mais gestações de risco por causa da idade e de doenças crônicas como obesidade, hipertensão e diabetes.

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Mas também é verdade que hoje temos uma especialidade inteira na obstetrícia – a medicina materno-fetal – dedicada a ajudar a mãe e a criança a passarem pela gestação em segurança. No caso (raro) de a gestação representar um risco à vida da mãe depois que o feto já é viável fora do útero, o obstetra pode fazer um parto por indução ou cesariana, sem sacrificar o bebê.

Os defensores do aborto querem que você acredite que um parto é extremamente perigoso. Mas a mortalidade materna nos Estados Unidos é de apenas 18 em 100 mil partos. Sim, eu queria que fosse zero – a morte de uma só mãe é uma tragédia indescritível. Mas o risco de se morrer no parto é apenas ligeiramente maior do que o risco de morrer num acidente de automóvel (10,3/100 mil por ano).

A despeito do perigo, não evitamos entrar num carro para realizarmos nossas atividades diárias. Então por que deveríamos defender que as mulheres matem seus filhos não-nascidos a fim de protegerem suas próprias vidas?

Ingrid Skop é presidente da Associação Norte-americana de Obstetras e Ginecologistas Pró-vida. Ela é obstetra/ginecologista há 28 anos.

© 2019 Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

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