Cientistas deram um passo importante na busca por tratamentos para a retinose pigmentar, uma doença genética que causa perda progressiva da visão e pode levar à cegueira. Em um experimento com ratos, eles usaram uma nova técnica de edição genética chamada "prime editing" (PE), que funciona como uma espécie de “corretor genético” de alta precisão. O estudo foi publicado na renomada revista científica Nature.
A pesquisa focou em restaurar a produção de uma proteína essencial para a visão, chamada PDE6B. Essa proteína ajuda as células da retina (a parte do olho responsável por captar a luz) a funcionarem corretamente. Nos ratos com retinose pigmentar, os cientistas conseguiram reparar o gene defeituoso e impedir a degeneração das células da retina, permitindo que os animais voltassem a enxergar melhor.
Os pesquisadores da universidade de Jiao Tong de Xangai, na China, destacaram que a retinose pigmentar é a forma mais comum de distrofia hereditária dos olhos. Tratamentos eficazes hoje são atualmente inexistentes.
“A precisão e a baixa incidência de efeitos adversos a tornam uma estratégia promissora para futuras aplicações terapêuticas em humanos”, disseram os pesquisadores no estudo.
Retinose pigmentar
A retinose pigmentar é uma doença genética que afeta a retina, dificultando a visão em ambientes com pouca luz. Com o tempo, o problema se agrava, podendo levar à perda da visão periférica e, em alguns casos, à cegueira completa.
O mal se caracteriza pela degeneração progressiva dos fotorreceptores da retina e, consequente, do declínio visual. Atualmente, cientistas estão estudando diferentes formas de tratamento para essa condição, incluindo terapia genética, técnicas para rejuvenescer as células da retina e até o uso de retinas artificiais. No Brasil, estima-se que cerca de 50 mil pessoas tenham a doença, e há um projeto de lei para incluir seu tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS).
Esta reportagem compilou dados do estudo utilizando a ferramenta Google NotebookLM.