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Primeiro ela atacou os Estados Unidos. Depois, a adoção. Agora, mulheres. Sinceramente, com uma pauta tão extensa de extremismo político, é um mistério como a Nike encontra tempo para vender alguma coisa. Mas, a despeito de todas as campanhas radicais da empresa, a mais recente é que está mesmo causando espanto. A gigante do varejo escolheu um lado no debate sobre a presença de transgêneros nos esportes – e não é o lado das meninas.
Qual atreladas estão as grandes empresas aos ativistas LGBT? Bom, uma das maiores fabricantes de equipamentos esportivos acaba de dizer a metade de seu público consumidor que ela não se importa com o futuro do esporte feminino. O credo feminista progressista da Nike já era.
No Tennessee, um dos estados que cogita a possibilidade de proibir que meninos biológicos compitam contra meninas, a empresa realmente sugeriu que garantir um ambiente de competição justo para as meninas “põe nosso sucesso econômico coletivo em risco”. Se algo põe em risco nosso sucesso econômico, esse algo está destruindo metade do esporte estudantil, universitário e profissional.
Ainda assim a Nike, juntamente com 142 outras empresas, está trabalhando ativamente para impedir que o Tennessee (e ao menos seis outros estados norte-americanos) lute contra a injustiça dos transgêneros nos esportes.
O caso de Connecticut
“Eu apoio que eles sejam fieis a si mesmos e tenham coragem para fazer aquilo no que acreditam”, diz a atleta Selina Soule, de Connecticut, sobre os transgêneros.
Mas o esporte é “uma situação completamente diferente. Está cientificamente provado que homens são mais fortes do que as mulheres. É injusto pôr alguém que é biologicamente homem e que não passou por nenhuma terapia hormonal para competir com meninas cisgênero. (...) É péssimo quando damos duro a temporada toda, nos esforçamos ao máximo, só para chegarmos às competições estaduais e sermos vencidas por alguém que é um homem biológico, perdendo o campeonato por causa disso”.
E esses meninos não estão roubando apenas troféus; eles estão roubando bolsas de estudo também. Com a Olimpíada no horizonte e o debate explodindo em todo o mundo dos esportes, até mesmo atletas que se identificam como gays ou lésbicas estão chamando isso pelo seu nome real: trapaça.
A tenista Martina Navratilova sempre foi uma grande aliada do movimento LGBT, mas ela não teve problemas para apontar que a ideologia radical está matando os esportes e as competições saudáveis. “Ela está punindo os inocentes”, escreveu ela, indignada. “E isso é uma loucura”.
Se há algo de bom nessa loucura é o fato de que mais e mais pessoas estão começando a perceber o problema criado por diretrizes e decisões que não se baseiam na realidade anatômica, e sim no sentimentalismo.
Na semana passada, Soule — juntamente com duas corredoras de cross-country, Chelsea Mitchell e Alanna Smith — anunciaram uma ação para recuperar seu esporte.
“Nosso sonho não é chegarmos em segundo ou terceiro lugar, e sim ganharmos por esforço próprio”, disse Mitchell. “Só estamos pedindo uma chance justa”.
Para essas meninas e outras tantas no país, é horrível saber o resultado de uma corrida antes mesmo de ela começar. E só porque alguém acredita ser uma menina não significa que seu corpo vai agir como um corpo de menina.
“Obrigar as meninas a serem espectadoras do próprio esporte é algo que vai contra o Artigo IX”, disse a advogada da Alliance Defending Freedom, Christiana Holcomb. “As políticas de Connecticut violam a lei e revertem 50 anos de políticas voltadas para as mulheres”.
A questão criou uma coalização improvável de feministas, progressistas, conservadores e pais que levou o deputado Greg Steube, republicano da Flórida, a apresentar um projeto de lei para deixar claro que a biologia – e não o politicamente correto – é que deve determinar a que categoria você pertence.
(…) Até mesmo pessoas de extrema esquerda — incluindo jogadores famosos — estão dizendo que não é justo que mulheres compitam contra homens nos esportes femininos.
E embora extremistas possam dizer que isso é insensível, os fatos falam por si.
Os homens têm 30 vezes mais testosterona do que as mulheres. Isso obviamente ajuda os homens a terem corpos maiores e mais fortes (...). Para mim, é uma loucura termos de apresentar projetos de lei sobre algo como isso. Mas este é o mundo em que vivemos hoje, infelizmente.
Tony Perkins é presidente do Family Research Council.