O Lou Ruvo Center for Brain Health, em Las Vegas: quem autorizou isto?| Foto: Wikimedia Commons
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Quando um leitor chamou minha atenção pela primeira vez para o Lou Ruvo Center for Brain Health, em Las Vegas, projetado por Frank Gehry e concluído em 2010, achei necessário antes de escrever sobre ele perguntar se era real ou uma paródia photoshopada. Uma ou duas vezes em minha carreira, fui enganado por montagens e fiquei parecendo um tolo. Não queria que isso acontecesse de novo na minha idade avançada, como se não tivesse aprendido nada.

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Mas então outro leitor também chamou minha atenção para isso. Não, era bastante real, infelizmente — parte metal dobrado e brilhante (grande parte dele sem qualquer função estrutural), parte caixa branca rígida. Os dois elementos díspares aparentemente representavam os hemisférios direito e esquerdo do cérebro. Deus nos proteja de arquitetos-estrelas com ideias simbolistas, que têm a mesma relação com ideias reais que o kitsch tem com a arte.

Olhar para esta estrutura induz um estado de ansiedade ou, alternativamente, uma sensação de enjoo do mar. Houve um terremoto, ou talvez um ataque terrorista, para torcer o metal dessa forma e colocar as janelas em ângulos peculiares? Foi projetado por um paciente com lesão cerebral e dificuldades de percepção?

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Enquanto isso, na antiga cidade de Arles, no sul da França, com seu famoso anfiteatro romano, Gehry projetou um prédio para um centro de artes que mais parece uma construção do artista gráfico M.C. Escher, mas revestido de alumínio, um material garantido para fazer qualquer edifício parecer barato, não importa o quão caro seja.

Dois edifícios nunca foram mais bem-sucedidos em chamar a atenção para seu arquiteto do que estes. Essa, parece-me, é a sua principal função: a imortalização de Frank Gehry. As gerações futuras — supondo que os edifícios não tenham sido melhorados pelo único meio possível, a demolição, e supondo que seu estilo não se tornou entretanto um vernáculo, o que é muito improvável — perguntarão inevitavelmente: "Quem projetou isso?" Assim, o nome de Frank Gehry quer viver.

Mas eles terão feito a pergunta errada. As perguntas certas, ou pelo menos mais importantes, serão "Quem permitiu isso?" e "Por que eles permitiram isso?"

Nenhuma resposta simples ou final a essas perguntas será possível. Se, por exemplo, dizemos que os patronos e aqueles que concederam permissão para construir acreditavam que estariam exibindo uma falta de compreensão da arquitetura ao se opor aos projetos de certos arquitetos, então a pergunta se torna: “Por que eles tinham tão pouca confiança em seu próprio julgamento de não ser capaz de resistir aos pífios argumentos dos arquitetos?" Ou seu gosto era tão degradado que eles realmente gostavam do que os arquitetos lhes ofereciam? Então surge uma questão sobre o colapso das elites.

Em qualquer caso, parece que por enquanto estamos presos aos arquitetos-estrela e seus projetos de auto-propaganda.

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©2021 City Journal. Publicado com permissão. Original em inglês
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