Usuários do Twitter, incluindo o ator e apoiador de Barack Obama Kal Penn, estão pedindo a suspensão da conta do presidente Donald Trump na rede social, após ele ter postado, na semana passada, que “as soluções militares dos EUA já estão em seus postos, preparadas e carregadas caso a Coreia do Norte aja de forma imprudente”.
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Críticos do tweet do presidente dizem que a retórica presente nessas postagens reflete uma ameaça de violência contra a Coreia do Norte que viola as regras e termos de serviço do Twitter.
“Parece muito claro que você não pode ameaçar assassinatos em massa através de uma guerra nuclear, certo @twitter? Perguntando por 7,4 bilhões de amigos”, escreveu Penn junto de uma imagem dos termos de serviço do Twitter.
Ainda é incerto se o Twitter pretende agir em prol dos pedidos feitos para que a conta de Trump seja suspensa. A empresa se nega a comentar sobre o assunto, citando uma política de não discutir contas individuais “por razões de privacidade e segurança”.
Também não é certo se os tweets de Trump de fato se constituem em uma violação dos termos de serviço. Enquanto Trump realmente enviar um claro aviso para a Coreia do Norte, as apostas não se limitam a uma leitura legalista das políticas do Twitter. A empresa talvez precise ponderar os tweets de Trump contra o seu próprio compromisso com a liberdade de expressão e também pesar o valor de interesse público das reflexões sem filtro de Trump.
Diplomacia pública
Se a Ucrânia e a Rússia podem se envolver em diplomacia pública no Twitter quando batalham uma contra a outra com memes, então poderia ser, indiscutivelmente, também para Trump uma forma de diplomacia buscar intimidar a Coreia do Norte com tweets, por mais alarmantes que estes sejam.
Subjacente a tudo isso, é claro, está também a necessidade comercial do Twitter de engajamento com sua plataforma – um requisito cada vez mais importante para seus negócios em uma época em que nossa atenção coletiva nunca esteve tão fragmentada.
Esta não é a primeira vez que pessoas acusaram Trump de violar as regras do Twitter. No mês passado, por exemplo, ele foi criticado por tuitar um vídeo de si mesmo modificado em que ele batia em alguém fora de um ringue de luta. O rosto da vítima havia sido obscurecido pelo logo da CNN – deixando a impressão para os espectadores que Trump estava literalmente batendo na CNN.
“Se isso não é uma ameaça direta de violência contra os cidadãos americanos que trabalham na CNN, é certamente uma celebração da violência”, escreveu na época Adrienne LaFrance, editora da revista The Atlantic.
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