O uso de veículos para cometer atentados terrorista em cidades tem se tornado recorrente nos últimos 15 meses, desde que no ano passado um homem dirigindo um caminhão atropelou uma multidão que festejava a Queda da Bastilha em Nice, no sul da França, matando 86 e ferindo mais de 400 pessoas.
Depois disso, episódios assim se repetiram em Berlim, Estocolmo, Barcelona e, agora pela primeira vez nos EUA com maior número de vítimas, Nova York.
A tática é defendida pela facção terrorista Estado Islâmico, que a divulga em material de propaganda no qual e instrui aqueles dispostos a cometerem atentados.
Com o território sob seu controle na Síria e no Iraque cada vez menor, treinar militantes em técnicas mais sofisticadas, que pressuponham maior coordenação, habilidade em atirar ou em montar e detonar bombas, torna-se cada vez mais difícil.
Sem treinamento
Caminhões, camionetes e vans, por sua vez, podem ser operados por quase qualquer pessoa, sem a necessidade de treinamento especial.
Não requerem coordenação com outros indivíduos, preparo prévio e nem mesmo financiamento. Em Berlim, por exemplo, o caminhão pilotado por um terrorista que atingiu um mercado natalino tradicional e deixou 12 mortos era roubado. No caso de Nova York, era alugado.
Os veículos tampouco despertam maior suspeita e, ao se tornarem a própria arma do atentado, acabam livres de revistas e aparelhos de segurança. O uso frequente de caminhões e vans, algo tão banal e intrínseco ao dia a dia, também contribui para atingir um objetivo central do terrorismo, que é instalar um clima de permanente medo, insegurança e ansiedade.
Em termos de estratégia, seria possível dizer que se tratam de uma simplificação, com menor alcance mas também com menor investimento de tempo, gente e dinheiro, do que a tática de sequestrar aviões usada pela Al Qaeda nos atentados de 11 de Setembro, quando quase 3.000 pessoas foram mortas, a maior parte delas bem perto de onde ocorreu o atentado desta terça.
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