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Redes sociais e privacidade

Vaza texto onde VP do Facebook defende crescimento mesmo que "custe vidas"

Memorando escrito pelo vice-presidente do Facebook, Andrew Bosworth, em 2016, veio à público nesta sexta (30) | Reprodução Youtube/IAB - Interactive Advertising Bureau
Memorando escrito pelo vice-presidente do Facebook, Andrew Bosworth, em 2016, veio à público nesta sexta (30) (Foto: Reprodução Youtube/IAB - Interactive Advertising Bureau)

Vazou, na última sexta-feira (30), um memorando interno do Facebook em que o vice-presidente Andrew "Boz" Bosworth diz que o crescimento da rede social deve ser uma prioridade mesmo que usuários se machuquem no processo. A mensagem foi escrita e enviada em 2016, mas divulgada ao público pelo Buzzfeed agora. 

"Talvez isso custe uma vida ao expor alguém a bullies. Talvez alguém morra em um ataque terrorista coordenado através das nossas ferramentas. Mesmo assim, nós ainda conectamos pessoas", diz o texto, cujo título é "The Ugly" (“O Feio”). 

Ele argumenta que as práticas "questionáveis de obtenção de contatos" são justificáveis porque o objetivo da rede social é conectar pessoas.

Ao ser contatado sobre essa mensagem, o CEO Mark Zuckerberg distanciou a empresa desta mentalidade. "A maioria das pessoas do Facebook, incluindo eu, discorda fortemente" do que foi escrito neste memorando, disse ele no sábado (31). E acrescentou: "nunca acreditamos que os fins justificam os meios".

O próprio autor da mensagem interna usou seu Twitter para dizer que também não acredita no que está escrito naquela mensagem. "Ter debates sobre questões fortes como esta é uma parte crítica do processo e para fazer isso efetivamente temos de considerar até mesmo ideias ruins, mesmo que para eliminá-las", escreveu. Ele disse ainda que o memorando ajudou a melhorar o Facebook.

Mesmo assim, o memorando revela a extensão do quão bem as lideranças da rede social entendem os ricos social e psicológicos de suas ferramentas e acrescenta ainda mais elementos ao escândalo de privacidade divulgado no mês passado. Informações pessoais de cerca de 50 milhões de usuários foram parar nas mãos da empresa Cambridge Analytica sem consentimento. A empresa de marketing atua em estratégia política e atuou na campanha de Donald Trump.

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