As vendas de carros elétricos aumentaram 66% este ano.
O presidente Joe Biden os promove, dizendo coisas como: “As viagens americanas serão totalmente eletrificadas” e “Não há como voltar atrás”.
Para garantir que não temos escolha no assunto, alguns estados inclinados à esquerda decidiram proibir completamente os carros movidos a gasolina.
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, emitiu uma ordem executiva proibindo-os a partir de 2035. Oregon, Massachusetts e Nova York copiaram a Califórnia. Os políticos do estado de Washington disseram que fariam isso acontecer ainda mais rápido, a partir de 2030.
Trinta países também dizem que vão eliminar gradualmente os carros movidos a gasolina.
Mas isso é apenas burrice. Isso não vai acontecer. É pensamento mágico.
Aponto alguns fatos “inconvenientes” sobre carros elétricos, verdades simples que políticos e ativistas verdes parecem não entender.
“Os carros elétricos são incríveis”, diz o físico Mark Mills, do Manhattan Institute. “Mas eles não vão mudar o futuro de forma significativa (no que diz respeito) ao uso de petróleo ou às emissões de dióxido de carbono.”
Fato inconveniente 1: vender mais carros elétricos não reduzirá muito o uso de petróleo.
“O mundo tem 15, 18 milhões de veículos elétricos agora”, diz Mills. “Se [de alguma forma] chegarmos a 500 milhões, isso reduziria o consumo mundial de petróleo em cerca de 10%. Isso não é nada, mas não acaba com o uso do petróleo.”
A maior parte do petróleo do mundo é usada por coisas como “aviões, ônibus, caminhões e equipamentos de mineração que obtêm o cobre para construir os carros elétricos”.
Mesmo que todos os veículos de alguma forma sejam convertidos para eletricidade, há outro problema: a eletricidade não é muito verde.
Eu rio conversando com amigos que estão todos empolgados com seu carro elétrico, assumindo que não polui. Eles ficam em silêncio quando pergunto: “De onde vem a eletricidade do seu carro?”
Eles não sabem. Eles nem pensaram nisso.
Fato inconveniente 2: Embora dirigir um carro elétrico jogue pouco carbono adicional no ar, produzir eletricidade para carregar a bateria adiciona muito. A maior parte da eletricidade dos Estados Unidos é produzida pela queima de gás natural e carvão. Apenas 12% vem de energia eólica ou solar.
As empresas automobilísticas não anunciam isso. “Os veículos elétricos em geral são melhores e mais sustentáveis para o meio ambiente”, disse Linda Zhang, da Ford, em entrevista à BBC.
“Ela é engenheira da Ford”, digo a Mills. “Ela não é ignorante.”
“Ela não é estúpida”, ele responde. “Mas a ignorância fala com o que você sabe. Você tem que minerar, em algum lugar da Terra, 500.000 libras de minerais e rochas para fazer uma bateria.”
As regulamentações americanas dificultam a mineração, então a maior parte é feita em outros lugares, poluindo esses países. Parte da mineração é feita por crianças. Algumas são feitas em locais que utilizam mão de obra escrava.
Mesmo que esses horrores não existissem, a mineração em si adiciona muito carbono ao ar.
“Se você está preocupado com o dióxido de carbono”, diz Mills, “o veículo elétrico emite de 10 a 20 toneladas de dióxido de carbono (da mineração, fabricação e transporte) antes mesmo de chegar à sua garagem”.
“A Volkswagen publicou um estudo honesto [no qual] apontam que nos primeiros 60 mil milhas (96,5 mil quilômetros) ou mais em que você estiver dirigindo um veículo elétrico, esse veículo elétrico terá emitido mais dióxido de carbono do que se você dirigisse um veículo convencional.
Você teria que dirigir um carro elétrico “100.000 milhas” (160 mil quilômetros) para reduzir as emissões em apenas “20 ou 30%, o que não é nada, mas não é zero”.
Não, não é.
Se você mora na Nova Zelândia, onde há muita energia hidrelétrica e geotérmica, os carros elétricos poluem menos. Mas nos EUA, seu “veículo de emissão zero” adiciona muitos gases de efeito estufa à atmosfera.
Políticos e vendedores de carros elétricos não mencionam isso. A maioria provavelmente nem sabe.
John Stossel é autor de "No They Can't! Why Government Fails—But Individuals Succeed". [Não, eles não podem: Por que governos fracassam e indivíduos prosperam]