Neste domingo (23) Elon Musk divulgou a mudança de nome do Twitter para X. A iniciativa chega uma semana depois que o bilionário anunciou o lançamento da x.AI, sua nova empresa de inteligência artificial, que entrou na corrida das Big Techs pela liderança nas ferramentas de IA generativa. A página X.com já redireciona para a plataforma do Twitter.
Em seu perfil no X, o aplicativo já teve sua logomarca alterada, exibindo o X ao invés do passarinho azul, Musk chegou a lançar um concurso, no sábado (23) para que os usuários enviassem uma proposta de design para a nova marca. “Se um logotipo X bom o suficiente for postado hoje à noite, iremos ao ar mundialmente amanhã”, publicou.
As mudanças foram implementadas no momento em que Musk assumiu publicamente que a empresa dá prejuízo. Em resposta a uma usuária no dia 15 de julho, o empresário afirmou que estava com o fluxo de caixa negativo, “devido à queda de aproximadamente 50% na receita de publicidade, além da pesada carga de dívidas”.
O estilo personalista de liderança de Musk é indicado por alguns usuários, críticos e por parte da mídia como sendo um dos principais fatores da queda na receita e de uma possível fuga para outras plataformas mais “amigáveis”, como o Threads, lançado pela Meta no início de julho para concorrer com o Twitter.
No entanto, mal o aplicativo vinculado ao Instagram começou a funcionar e foram feitas diversas queixas a respeito de conteúdos censurados, ou seja, nada de novo no mundo da Meta.
"Controvérsias" do livre discurso
Novas políticas de uso da plataforma que deram voz a republicanos, conservadores, críticos do governo Biden e do discurso oficial sobre a origem da Covid-19, entre outros temas, geraram inúmeras críticas ao Twitter, que foi acusado pelos adeptos do politicamente correto de se tornar um ambiente tóxico.
Veja algumas controvérsias nas quais Musk se envolveu desde que adquiriu a plataforma.
Entre as publicações nas quais anunciava o X, Musk disse que adora o “feedback negativo nesta plataforma. Muito preferível a algum departamento de censura mal-humorado!”.
Assim que assumiu a liderança do Twitter, Musk passou a divulgar as ingerências do governo norte-americano para censurar determinados conteúdos na plataforma, principalmente relacionados à Covid-19 e às eleições de 2020 nos EUA. As denúncias ficaram conhecidas como Twitter Files.
Aplicativo de tudo
Não é de hoje que Musk pretende ampliar os alcances do Twitter criando o que ele costuma chamar de aplicativo de tudo, a exemplo do WeChat na China, que mistura mensagens em texto e voz, rede de pagamentos, transmissões, videoconferências, videogames, compartilhamento de fotos, vídeos e de localização.
Em maio deste ano, ao anunciar a contratação de Linda Yacarrino como CEO do Twitter, Musk disse em seu perfil que estava ansioso para trabalhar com a executiva com o objetivo de transformar o Twitter no X, o aplicativo de tudo.
Segundo Yacarrino, os fãs e críticos do Twitter levaram a “sonhar mais alto, inovar mais rápido e realizar nosso grande potencial. X fará isso e muito mais. Já começamos a ver o X tomar forma nos últimos 8 meses por meio de nossos rápidos lançamentos de recursos, mas estamos apenas começando”.
Na trilha de lançamentos que levaram o Twitter ao X, está a realização de lives, o pagamento pelo selo de verificação, a remuneração de usuários pela repercussão e o engajamento com suas postagens, a publicação de textos longos, entre outros.
Musk nunca escondeu sua preferência pela letra “X”. Originalmente, o nome do Paypal era X.com (ele recomprou o domínio da plataforma em 2017). Além disso, o caractere também faz parte do nome da SpaceX, nomeia o SUV da Tesla e até um dos filhos do bilionário, que se chama X Æ A-XII.