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Yamawaki, da Proa Arquitetura: projeto do Taisho priorizou um espaço confortável e aconchegan- te, que permita a permanência do cliente por longo tempo | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
Yamawaki, da Proa Arquitetura: projeto do Taisho priorizou um espaço confortável e aconchegan- te, que permita a permanência do cliente por longo tempo| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Cuidados

Fique por dentro dos aspectos que envolvem a construção ou reforma de um imóvel para a instalação de um negócio

• Região

Mais que no caso do imóvel residencial, a localização é fundamental. Além da visibilidade, o local escolhido influencia nos processos logísticos da empresa.

• Legislação

É preciso verificar se a prefeitura permite imóveis comerciais na região onde se pretende implantar as unidades. Em alguns municípios, por exemplo, a taxa do IPTU varia de acordo com a finalidade do imóvel. E eventuais alterações físicas devem ser aprovadas pela prefeitura para que o imóvel receba o "Habite-se" com a caracterização de comércio.

• Eletricidade

É preciso verificar a capacidade dos disjuntores, para garantir que não existe risco de sobrecarga. Em cidades quentes é bom prever pontos de ar condicionado. O ideal é que o piso seja elevado para que a fiação seja segura e a manutenção seja fácil. Para economizar energia, é possível usar tijolos de vidro e usar lâmpadas frias em áreas de circulação.

• Banheiros

Imóveis de mais de 50 metros quadrados precisam ter no mínimo dois banheiros. Mesmo com trabalhadores do mesmo sexo, é preciso ter um banheiro masculino e outro feminino.

• Serviços

Se o prédio tem outros itens como pátios livres e playground para crianças, é possível agregar valor. Dependendo da finalidade do mesmo, estes itens podem ser essenciais para um cliente adquiri-lo.

Fonte: I-Value e Universidade Gaia.

Para comer bem

O menu é fundamental para decidir a decoração dos restaurantes

O projeto arquitetônico e a organização de um imóvel comercial têm de estar de acordo com o uso que será feito do mesmo. Em restaurantes, até o menu interfere nas cores, revestimentos e móveis que serão usados. "Os espaços dos restaurantes tem de ter a ver com o que é servido e precisam ajudar a ampliar a sensação da degustação", explica o arquiteto Keiro Yamawaki, sócio da Proa Arquitetura.

A arquiteta Renata Pisani explica a diferença básica entre dois tipos de restaurantes. "Nos lugares onde vendem fast foods e lanches há alguns elementos que são usados para forçar que a passagem dos clientes pelo lugar seja rápida, porque essa é a natureza desse tipo de comércio", diz. Luz fria, cores quentes (como vermelho e laranja), mobiliário menos confortável e ambiente mais barulhento influenciam para que a passagem da pessoa pelo local seja mais acelerada. "Como tem muita gente para atender, a intenção não é que a pessoa estenda sua estada", considera Yamawaki.

Em restaurantes que servem à la carte a intenção é manter o cliente na mesa, porque quanto maior o consumo, mais interessante é para o local. "Se a pessoa se sente bem no lugar onde vai comer, ela acaba pedindo mais um vinho, a sobremesa e quanto melhor for a experiência dela no espaço, mais provável é a fidelização. Por isso, nesses bistrôs, as cores usadas são mais suaves e tudo é organizado na intenção de criar um ambiente mais agradável e acolhedor", indica Renata.

A arquitetura gastronômica também vai depender do que está disponível no cardápio. No restaurante especializado em comida japonesa Taisho, projetado pelos arquitetos da Proa, a ideia foi aliar a sofisticação dos pratos à da arquitetura. "Para atender a proposta do local, projetamos um espaço amplo, com itens modernos, sem deixar de lado os elementos históricos e culturais, que estarão mais na decoração do que na estrutura do mobiliário", afirma.

Além das questões mais práticas, como localização, há outros elementos nos projetos comerciais e corporativos que são determinantes para o sucesso do empreendimento. São as condições do lugar que vão determinar a quantidade tempo e a qualidade do tempo que os clientes ficarão no estabelecimento.

Uma grande loja de departamentos exige um espaço amplo para expor produtos e precisa antever a circulação dos clientes. Um escritório, onde funcionários ficarão muitas horas por dia trabalhando, pede cores mais agradáveis, móveis confortáveis e paisagismo. Já se o negócio depende do destaque de uma marca, como no caso de uma franquia, a programação visual do local tem de ser feita de maneira especial. "É uma série de detalhes arquitetônicos que podem fazer a diferença. O projeto do imóvel comercial tem de ter escala direcionada para o produto que se quer vender. O mesmo espaço que foi projetado para a venda de carros não vai funcionar para vender roupas", compara o arquiteto Keiro Yamawaki, sócio da Proa Arquitetura.

Ele comenta a necessidade de se atentar aos detalhes do projeto em uma loja de rua. Nesse tipo de comércio, é preciso pensar no fluxo de carros e pedestres na rua. "Se a inclinação da vitrine está incorreta, ela deixa de ser um mostruário e passa a ser um espelho. O trabalho com materiais diferentes na fachada, como pedras, porcelanato e placas de madeira, também é estratégia para atrair clientes", exemplifica.

Em shoppings e centros comerciais mais amplos, como supermercados, a intenção é fazer com que o consumidor não se sinta nem desprotegido ou enclausurado. "Em um grande shopping, por exemplo, você tem de organizar os espaços de maneira equilibrada, para que quem vá até lá não se sinta deslocado ou fora da escala que está acostumado. Adensamento de produtos ou muita amplitude costuma causar desconforto", analisa o arquiteto. Nesses lugares, o uso de iluminação natural, paisagismo e cobertura de vidro no teto, por exemplo, transmitem sensações agradáveis.

Flexível

Para o imóvel comercial, é ideal que o espaço seja planejado pensando no produto que será vendido ali. No entanto, muitas salas comerciais são feitas para venda e aluguel posteriores, o que impossibilita uma personalização mais efetiva. "Nesses casos, vemos que o layout dos projetos tem de ser bem flexível. Hoje a empresa está organizada no espaço de uma maneira, mas depois pode mudar ou aquele lugar pode abrigar outro tipo de companhia. Então, uma das preocupações na hora de planejar o comercial é tomar cuidados técnicos, como a instalação de pisos flutuantes", elucida a arquiteta Fernanda Borio, do escritório Borio Stockler Arquitetura.

Corporativos

Nos imóveis onde são instaladas empresas e escritórios, a preocupação maior do projeto, além de flexibilidade, é garantir a ergonomia e proporcionar um ambiente agradável. "Nesses casos, é preciso escolher móveis confortáveis, como cadeiras com apoio para os braços, mesas e apoios com alturas reguláveis, além da aplicação de cores suaves nas paredes e aconchegantes na mobília", sugere Fernanda.

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