Rua XV de novembro, Praça Santos Andrade, Rio Belém. Quem visitar a 7.ª Bienal Internacional de Arquitetura deste ano - um dos mais importantes eventos de arquitetura do mundo, que acontece em São Paulo - pode se surpreender com algumas paisagens bem conhecidas dos curitibanos, porém com uma cara totalmente nova.
É que no estande da regional paranaense da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea-PR), um dos que compõe o evento, estão expostas imagens com dez projetos de remodelação de trechos da cidade. Entitulados 10 idéias para Curitiba, os trabalhos apontam caminhos para o desenvolvimento urbano da capital. Todos foram desenvolvidos em um único fim de semana, em agosto deste ano, por um mutirão de mais de 70 pessoas, entre profissionais da arquitetura, professores e alunos do curso de arquitetura e urbanismo do Centro Universitário Positivo (Unicenp). A iniciativa foi promovida pela Asbea-PR, em comemoração aos seus 10 anos, e pela universidade.
Segundo o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo do Unicenp, Orlando Ribeiro, todo os projetos são aplicáveis. "Eles partem de necessidades antigas da cidade, como recuperar os rios e a malha ferroviária da capital, e de necessidades que surgiram mais recentemente, como aproveitar o espaço do metrô", avalia. Opinião semelhante a do presidente da associação, Dalton Vidotti. "Ainda em agosto deste ano apresentamos as idéias ao prefeito Beto Richa. Ele se mostrou muito receptivo, pois todos os trabalhos têm muita viabilidade", diz.
IntegraçãoA idéia é aproveitar o miolo das quadras nas áreas centrais. Isso porque em grande parte do centro da cidade os prédios ocupam apenas a porção do terreno mais próxima a rua. Atrás desses edifícios existe sobra de área livre. Pelo projeto, seriam criadas aberturas entre os prédios para se chegar ao centro das quadras, onde poderiam ser criadas praças, como em algumas cidades européias, ou outras construções.
Linha verdeO desenho propõe novas diretrizes de construção e ocupação urbana na Linha Verde via expressa em construção que ocupará a atual BR-116. A idéia é criar uma identidade arquitetônica para o local, que faça uma ligação visual entre os dois lados da avenida. Assim, o projeto aponta regiões em que deverão ser planejadas apenas áreas verdes, regiões para o comércio e outras para prédios de grande porte.
Novo terminalO projeto indica a construção de um novo terminal rodoviário, em uma área afastada do centro de Curitiba. A atual rodoferroviária passaria a ser um terminal de integração com a região metropolitana. Também pelo projeto é proposta a criação de uma linha férrea com trem de alta velocidade que faria a ligação direta do Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, a este novo terminal.
Galeria urbanaA imagem mostra uma visão da Rua XV em dois níveis, um térreo e outro subterrâneo. O projeto elaborado pelo mutirão propõe uma revitalização deste tradicional endereço de Curitiba. A idéia é criar uma galeria no espaço subterrâneo da rua. Ela seria integrada ao metrô que está fase de projeção. Com calçamento e área para pedestres, o espaço seria ocupado por pontos comerciais ao longo de sua extensão.
UnificaçãoA idéia aponta a construção de um enorme estacionamento subterrâneo, na praça Santos Andrade. A estrutura permitiria a recuperação do projeto paisagístico original do local. Além disso, está prevista a transformação do trecho da rua Conselheiro Laurindo em frente ao Teatro Guaíra em parte da praça. O objetivo é unir dois ícones da construção paranaense: o teatro e a Universidade Federal do Paraná.
Bairro esportivoNeste projeto, a idéia é transformar o Rebouças em um complexo esportivo metropolitano. Com o crescimento da cidade, as indústrias que antes ocupavam a região se deslocaram para pontos mais afastados. No bairro ficaram vários imóveis vagos. O objetivo é utilizar estas áreas para a colocar Curitiba no cenário nacional dos esportes, de olho na Copa do Mundo de 2014 e na candidatura do Brasil para as Olimpíadas de 2016.
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Serviço: A 7ª. Bienal Internacional de Arquitetura começou no dia 10 de novembro e vai até 16 de dezembro. Está localizada na Fundação Bienal, no Parque Ibirapuera em São Paulo (Avenida Pedro Álvares Cabral, sem número). O estande da Asbea-PR fica no térreo, logo à esquerda da rampa de entrada. A mostra fica aberta de terça a sexta, das 12 às 22 horas, e sábados e domingos, das 10 às 22 horas. Informações: www.bienalsaopaulo.globo.com.Confira a lista de arquitetos participantes na página www.gazetadopovo.com.br
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