História
Menos é mais, disse o frasista genial
Nascido em 1886, Ludwig Mies van der Rohe trabalhou como designer de interiores em Berlim e logo foi convidado para dar aulas na Bauhaus, escola vanguardista de artes plásticas, arquitetura e design que funcionou na capital alemã entre 1919 e 1933. O arquiteto mudou-se para os Estados Unidos na década de 1930.No capitalista mercado norte-americano, Mies encontrou maior demanda imobiliária e desenvolvimento tecnológico acentuado, fatores que impulsionaram sua carreira.
Entre suas obras mais famosas está a conceitual Casa Farnsworth (fotos), nos arredores da cidade de Chicago.
Ele também projetou edifícios para empresas, como o da IBM em Chicago e o Seagram em Nova York, além do icônico Pavilhão de Barcelona, construído em 1929 para a feira internacional da cidade espanhola.
Além dos projetos arquitetônicos e da conhecida poltrona Barcelona, Mies é autor de frases que entraram para a história e funcionam como balizas para design e arquitetura: "Less is more" (menos é mais) e "God is in the details" (Deus está nos detalhes). O arquiteto faleceu em agosto de 1969, em Chicago.
Projetos que primam pelo racionalismo e sofisticação são algumas características da obra do alemão Ludwig Mies van der Rohe, expoente da arquitetura do século 20. E ele continua fazendo escola.
Edificações com claras referências aos desenhos de Mies estão espalhadas pelo mundo e em Curitiba não é diferente alguns prédios bem conhecidos foram inspirados no trabalho do mestre dos ângulos retos.
"Quando se trata de arquitetura moderna, Mies é a liderança", diz o arquiteto curitibano Luis Salvador Gnoato. "O estilo dele é muito significativo, com espírito germânico e não emocional como o dos latinos. Mies não inventa nada: os desenhos são rigorosos e clássicos, sem concessões a adornos ou enfeites", explica.
Entre os projetos que trazem características da obra do alemão na capital, Gnoato cita o prédio da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), no Centro Cívico, e o edifício da Caixa Econômica Federal, na Praça Carlos Gomes. O Palácio 29 de Março, sede da Prefeitura de Curitiba, também tem influência de Mies van der Rohe. O que eles têm em comum? Além da limpeza de formas, todos foram assinados por Rubens Meister, que também projetou o Teatro Guaíra, a Rodoferroviária e o Centro Politécnico da UFPR, entre outras grandes obras.
Origem
A aura de Mies nos projetos de Meister tem um motivo, aponta Salvador Gnoato: nascido em São Paulo e criado em Curitiba, o engenheiro tinha ascendência germânica. Ele sabia falar o idioma e estudou em escola alemã na infância. Tendo acesso a publicações internacionais, Meister reproduzia aqui o que era tendência fora do país.
O arquiteto e historiador Irã Dudeque conta que a obra de Mies é organizada em ângulos de 90 graus.
"Ele usava ao máximo esse ângulo e mantinha uma regularidade. Entre os pilares de um prédio, por exemplo, há sempre a mesma distância. O projeto era resolvido obedecendo a esses preceitos", diz.
A arquitetura de Mies van der Rohe racionalizou o processo de criação, observa Dudeque. "Ele foi um dos maiores arquitetos do século passado. Como é um clássico, sempre que há crise, volta-se aos ensinamentos dele. A referência de Mies permanece porque funciona".
Mobiliário
Em pleno ano da Alemanha no Brasil, vale relembrar toda a obra de Mies van der Rohe, que imortalizou seu traço também no desenho de mobiliário. É dele a famosa poltrona Barcelona, que tem estrutura de aço em forma de X, com assento e encosto em couro. A peça é reconhecida e reproduzida no mundo todo.
Para as arquitetas Estela Netto e Adriana Morávia, Mies é um ícone a Barcelona sempre está nos projetos de interiores da dupla. "Ela é perfeita para ambientes residenciais e comerciais", diz Adriana. "A leveza, a forma ligada à função, a utilização rica de materiais e a beleza indiscutível de seu mobiliário serão sempre referência", salienta Estela.
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