CARACTERÍSTICAS
Confira os usos e cuidados necessários para alguns tipos de lareira:
Lenha
Produz uma chama avermelhada, com duração dependente da quantidade e qualidade da lenha. Não há restrições quanto à instalação em quartos. O preço depende do tamanho da chaminé, da localização na casa e do material. O kit mais simples, sem o duto, custa a partir de R$ 384. Para limpar, é preciso esperar que as cinzas esfriem. Algumas são equipadas com gaveta de cinzas, mas é possível usar uma pá e vassoura para retirar a sujeira. A chaminé pode ser limpa um vez por ano, por profissional qualificado.
No caso da lareira estufa, é recomendado que fique embaixo de coberturas, para que não molhe e oxide, e para que o sistema de aquecimento por convecção seja melhor aproveitado. O modelo Vesúvio custa R$ 5.289 e gera fogo de 2 a 3 horas. A limpeza é feita com uma pá para coletar as cinzas.
Álcool
O combustível é o álcool 92,8º INPM. Capacidade para 2 litros de álcool, que gera fogo por 5 horas. Aquece bem um ambiente de até 35 metros quadrados. Após 30 horas de uso, pode formar fuligem no recipiente. Para limpar, colocar álcool no compartimento e sacudir, despejando depois. Por precaução, esperar a chama apagar para reabastecer de álcool. Em ambientes menores de 25 metros quadrados, é recomendada a ventilação com uma fresta de, no mínimo, 1 centímetro na janela. Não pode ser utilizada em banheiros. Os preços variam de R$ 1,7 mil a R$ 4,9 mil.
É possível também encontrar lareiras a álcool pela loja virtual de objetos de decoração ObraVip.com. São cinco modelos, que variam de R$ 7,2 mil a cerca de R$ 18 mil. Para comprar, acessar www.obravip.com ou ligar para (51) 4063-8293.
Gás
As pedras vulcânicas na superfície deixam a chama mais avermelhada. Pode ser alimentada com botijão ou gás encanado. Um botijão de 45 quilos gera fogo de 45 horas. É necessário instalar com ponto elétrico e de gás, assim como um fogão, porque o start é por controle remoto. Não é recomendada a instalação em quartos. É necessário um duto de exaustão e, dependendo do tamanho, é preciso fazer uma coifa de respiro ou manter janelas abertas no ambiente. A cada 10 usos, as pedras vulcânicas devem ficar de molho em solução de água com sabão de coco e expostas ao sol por 24 horas, para voltarem à coloração normal. A lareira custa a partir de R$ 4,1 mil e pode ser feita sob medida. Seguir as recomendações de segurança do fabricante sobre os riscos de vazamentos de gás.
Fontes: Cil Credidio, do segmento de vendas da Construflama, fabricante de lareiras de São Paulo (SP), fone (11) 5181-3071. Agda Hein, gerente da loja Fogo e Lazer, da fábrica de lareiras Dometal, de Pinhais (PR), fone (41) 3362-1152. Milton Peixoto Filho, gerente comercial da Artfire, fabricante de lareiras ecológicas de Araucária (PR), fone (41) 3013-2121. Fernanda Maia Giacomel, da Labro Fuego revendedora de estufas ecológicas chilenas e argentinas no Paraná, fone (41) 3039-0995.
Feitas com diferentes materiais e alimentadas com diversos combustíveis, as lareiras, além de esquentar, são artigos que integram as pessoas. Podem também se tornar objetos de decoração da casa, não apenas por sua estrutura, mas pelo próprio fogo que produzem.Para o arquiteto Jorge Elmor, mais importante do que o material utilizado é o poder de reunião trazido pela lareira, sendo recomendado que fique em local de circulação de todos. "Geralmente a lareira está posicionada no centro de um ambiente, para que as pessoas fiquem ao redor, em meia lua. Isso remete às seitas primitivas, quando os povos acendiam as fogueiras em rituais."Hoje, as pessoas que desejam criar esse clima em casa têm outras opções além da lenha, como o álcool, o gás e até mesmo biofluídos. Elmor acredita que a lenha oferece mais aconchego ao ambiente, mas as outras opções de combustíveis são alternativas para facilitar a vida das pessoas. "Elas são tentativas de domesticar o fogo. É preciso simplificar a vida do homem moderno", diz. Tradicional
Para o arquiteto, a lareira a lenha se aproxima dos moldes mais primitivos, do tempo em que os homens se reuniam ao redor da chama para celebrar. "O fogo que ela produz ainda tem características próprias: a coloração peculiar e a labareda irregular", aponta.
Para ele, a lareira a lenha deve ser utilizada por pessoas que apreciem o ritual de acendê-la, como a empresária Ana Abreu. O modelo, em limestone vermont (um tom de bege) com todas as faces trabalhadas, foi instalado no centro da sala de estar de Ana, como uma escultura que complementa o estilo contemporâneo e clássico da decoração. "Ela integra o home e a copa. Ali nós passamos a maior parte do tempo, assistimos tevê, jantamos. É o ponto-chave da casa", diz a empresária.
Lupercio Manoel e Souza também optou pelo tradicional para compor o espaço Lounge no Jardim, na Casa Cor Paraná 2010. O decorador usou a lareira Vesúvio, da revendedora de estufas chilenas e argentinas no Paraná Labro Fuego, em um ambiente de estar ao ar livre, com cadeiras, mesas e guarda-sóis. "Quis fazer um espaço mais aconchegante e inusitado", explica.
Praticidade
Outras opções para quem deseja ter uma lareira em casa são as alimentadas por bio-fluídos e álcool. Para usá-las, é necessário despejar o combustível no recipiente destinado e atear fogo.
As profissionais Elôa Pellizzari, Mariana Assad Slivak e Walkiria Nossol Lobo da Rosa decidiram experimentar essa nova proposta no espaço Living Room, da Casa Cor Paraná. Duas lareiras de bio-fluído da paulista EcoFireplaces foram embutidas na mesa de centro, feita de madeira laminada com uma chapa de aço. "É uma alternativa prática, que confere um caráter bem funcional ao móvel", comenta Walkiria.
Assim como o bio-fluído, o álcool é outra tendência para quem quer evitar as adaptações exigidas por uma lareira a lenha. No espaço Salão Nobre, os arquitetos Maurício Pinheiro Lima e Carla Matiolli usaram o recurso em uma estrutura de mármore.
A arquiteta Karen Camilotti também escolheu a lareira a álcool para seu espaço na Casa Cor Paraná, o ambiente funcional Sala Vip e Piano Bar. No centro do salão de mais de 170 metros quadrados, um conjunto de sofás forma uma ilha deixando duas lareiras a álcool em evidência. Os modelos são da Artfire, de Araucária (PR), protegidas com vidro. "Além da temperatura, quis deixar o clima mais quente, mais convidativo."
Para os arquitetos Viviane Tabalipa e Bruno Soares Martins, a lareira a álcool também da Artfire foi uma opção para alcançar um de seus objetivos no espaço Sítio da Gralha Azul da Casa Cor Paraná: o convívio ao ar livre. "Curitiba é uma cidade fria, por isso os espaços externos acabam sendo subutilizados. O fogo faz com que a pessoa também aproveite essas áreas", diz Bruno. Com móveis de madeira teca ao redor, a lareira faz papel de mesa de centro do deque, que une outros dois ambientes do espaço: um lounge e um bosque.
Gás
Lareiras a gás são indicadas para ambientes onde a tubulação ou botijão de gás possam chegar. Ambientes da Casa Cor Paraná 2010, como o ambiente Home Club, de André Bertoluci e Flávia Caldeira, a opção automatizada foi usada nos ambientes interno e externo.
O arquiteto Jayme Bernardo instalou no Espaço Varanda: Green Bar duas lareiras da Decorflama em um balcão, envoltas em água. Segundo ele, o reflexo provoca um efeito marcante. "Os elementos naturais juntos resultam em uma composição única", revela.
A dona de casa Luciane Nazário adaptou a lareira a lenha para uma a gás, por achar mais prático. "É mais fácil e mais limpo. Ficou um ambiente aconchegante para receber os amigos, uma sala com temperatura agradável no inverno", diz. Para Jorge Elmor, arquiteto responsável pelo projeto, no contexto da decoração, com linguagem mais contemporânea, e da praticidade almejada pela família, essa era a melhor opção. "A base em mármore e o duto em aço corten dão aspecto mais moderno. A adaptação foi simples, precisamos apenas levar a tubulação de gás até a lareira", explica Elmor.
O executivo Rudinei Belinkevicius também optou pela lareira a gás pela praticidade, além do baixo custo. "É uma operação mais limpa e que gasta pouco combustível. Isso fez com que ampliássemos o uso, no mínimo três vezes por semana", diz. A arquiteta responsável Viviane Tabalipa concorda e aponta para a comodidade da opção. "A lenha realmente dá um efeito mais bonito, mas algumas pessoas têm uma vida corrida e precisam de soluções rápidas. Nesse caso, não é preciso se preocupar com a madeira e o ambiente esquenta mais rapidamente", diz. Para otimizar o aquecimento da lareira, Viviane tirou as paredes da cozinha e a integrou às salas de estar e jantar.
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