
Como funciona
A caixa que recolhe a água da chuva é enterrada, recolhida através de um ralo. Após captada, passa por tubulações que conduzem até um reservatório, depois para a mangueira. Ao mesmo tempo que o morador lava o carro, a água suja sai por outro ralo e é conduzida por tubulação, para passar por um tratamento de resíduos caixas separadoras de óleo e outros resíduos serão instaladas para que a água que vai para a rede de esgoto seja limpa destes produtos.
Um condomínio de 112 apartamentos em fase de acabamento no bairro Cachoeira, no limite de Curitiba com o município de Almirante Tamandaré, será entregue em junho deste ano com um lava-car exclusivo para os moradores que funcionará com sistema de reutilização de água da chuva. Esse é um dos detalhes do residencial Colinas Cachoeira nos quais se aplica o conceito de sustentabilidade foco da construtora Conceito & Moradia.Desde a fundação, a construtora aplica sistemas sustentáveis de forma gradativa nos projetos, conta o diretor da empresa, Eurico Borges dos Reis. O primeiro empreendimento, diz ele, tinha apenas coleta seletiva de resíduos sólidos. "Hoje agregamos outros sistemas, como as duas regulagens nos vasos sanitários dos banheiros, para descarga de três ou seis litros. Além disso, há captação de água de chuva para uso no lava car e nos apartamentos, medidores individuais de consumo de água e tanque para coleta de óleo de cozinha." Segundo Borges dos Reis, nesse novo condomínio o óleo será coletado por uma empresa específica que, em troca, dará produtos de limpeza aos moradores.
O lava-car foi um dos primeiros itens do condomínio que chamaram a atenção da estudante Isadora Silva de Hollanda, 19 anos. Ela afirma que o conceito foi decisivo para que definisse pela compra de seu primeiro imóvel. Isadora confessa que não levava tão a sério as questões de sustentabilidade na sua rotina, mas declara que é um incentivo para colocá-las em prática daqui para frente. "Além da economia de água e com material de limpeza, que não será necessário comprar, será a oportunidade de poder colaborar com o meio ambiente sem muito esforço", afirma a estudante.
Móveis
A fábrica Decormade, na Cidade Industrial de Curitiba, que tem uma linha própria de móveis, vendida na loja de mesmo nome, faz parcerias com fornecedores e premiados designers que trabalham com o conceito de sustentabilidade para incentivar o consumo destes produtos entre os consumidores. Os vendedores são preparados por meio de palestras, que conscientizam sobre a preocupação social e com o meio ambiente, contam os proprietários, Maria e Mauro Schwartsburd. "Parte da fabricação é voltada à sustentabilidade, com madeira certificada, colas sem emissão de vapores tóxicos e reaproveitamento de resíduos", diz Mauro.
A empresa caminha para ser 100% sustentável. Mas os proprietários revelam que o custo ainda é o grande obstáculo para que todos consigam se adequar. "A própria certificação da madeira tem um custo. Um produto de acabamento à base de água custa o dobro da base de solvente". Mesmo assim, Mauro incentiva o setor e acredita no papel fundamental dos consumidores. "A falta de comprometimento impede que as pessoas priorizem esta aplicação, principalmente por ser mais cara. Mas continuará assim enquanto a demanda não aumentar."
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