Sistema construtivo
Tecnologia usada nos Estados Unidos combina aço e madeira
DivulgaçãoUma nova tecnologia de construção que não usa cimento está chegando ao Brasil. Já empregado com sucesso em países como os Estados Unidos, Canadá e Chile, o modelo construtivo tem como características o uso de uma estrutura de perfis leves de aço ou de madeira fixada com placas OSB estruturais (foto). De acordo com a empresa LP Brasil, líder mundial na fabricação de placas OSB e responsável por trazer a tecnologia para o mercado brasileiro, essa nova forma de construção civil é apontada como tendência do setor e pode ser utilizada na construção de prédios de até cinco andares. Ainda segundo informações da empresa, a técnica permite vantagens no orçamento, já que não existem imprevistos durante a execução, pouca geração de resíduos, menos de 1%, e cumprimento do prazo na entrega.
A falta de cimento nas lojas especializadas em materiais da construção civil tem atrapalhado o trabalho de concreteiras e construtoras. Diante de um mercado aquecido e de dezenas de projetos em andamento, com data definida para a entrega, a saída encontrada por quem está construindo é recorrer a formas alternativas para substituir o produto e evitar atrasos nos cronogramas dos canteiros de obras. Entre elas estão a argamassa pronta e a cal. "No caso da argamassa pronta, basta abrir o pacote e utilizar no assentamento dos tijolos", afirma o analista de comércio exterior Hudson Caldas Lins. Junto com o irmão, Lins vai inaugurar nas próximas semanas uma fábrica do produto no município de Palmeira, próximo a Ponta Grossa, região dos Campos Gerais. "Nossa intenção é preencher essa lacuna que existe com a dificuldade de encontrar cimento", complementa. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), o consumo do produto no Paraná aumentou 57% nos últimos quatro anos.
A argamassa, conhecida no mercado como C3X, tem algumas vantagens em relação ao cimento entre elas, o alto rendimento e o baixo preço. De acordo com Lins, é necessária uma quantidade menor do produto entre os tijolos. "Enquanto é preciso sete quilos de cimento por metro quadrado, bastam apenas dois quilos de argamassa". Ele defende, ainda, que ela é mais barata se comparada ao cimento pronto (considerando que, além do produto em si, é preciso comprar areia e água). Mas a argamassa não pode ser utilizada no revestimento nem na concretagem.
O administrador do empreendimento Neo Superquadra, no Centro Cívico, João Lima, está acostumado a utilizar o produto na obra. Segundo ele, a argamassa é a alternativa mais prática. "O fornecedor entrega com mais facilidade. Além disso, a logística de armazenagem é melhor", afirma.
A velocidade de execução também é um diferencial em relação ao cimento. Enquanto o produto tradicional demora cerca de 7 dias de cura (endurecimento), a argamassa leva apenas 72 horas. "A nossa intenção é que a argamassa substitua gradativamente o cimento", diz, otimista, o futuro dono da fábrica em Palmeira.
Cal
A cal também passou a ser bastante utilizada nos canteiros de obras, já que exerce praticamente as mesmas funções do cimento para assentamento de tijolos e revestimento o produto não tem função estrutural. Ele oferece vantagens como maior resistência à umidade e mais elasticidade, diminuindo a ocorrência de rachaduras e trincas decorrente do tempo. Porém, o fato de ter o tempo de cura mais longo que o cimento é uma grande desvantagem competitiva, em especial no momento atual, com o mercado da construção civil aquecido, precisando cumprir prazos e datas de entrega. A cal demora 20 dias, em média, para endurecer.
No Paraná, existem mais de 60 produtores que garantem o fornecimento continuo do material. De acordo com o secretário executivo da Associação dos Produtores de Derivados do Calcário (APDC), João Bandil Neto, não há chance de falta de cal nas lojas de material de construção, mesmo com o aumento da demanda. "Pelo que sabemos, a falta de cimento ocorre por conta da falta da pozlana (cinzas). A cal não precisa desse componente, o que garante uma produção continua", afirma.
Quanto ao preço, a cal é até 50% mais barata que o cimento, e o preço é mais estável. "A competitividade do setor é grande, o que garante bons preços ao consumidor", diz Bandil.
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