Um pé no Brasil e outro no Chile: Fernando Fabian, da Plaenge, diz que a economia chilena apresenta cenário positivo para crescimento do mercado imobiliário| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo

Diferenças

Projetos atendem hábitos de famílias chilenas

Fernando Fabian viaja regularmente ao país vizinho para acompanhar os negócios e já conhece as peculiaridades do mercado local. Para os chilenos, oferecer churrasqueira na varanda dos apartamentos é uma novidade – bem aceita pelos clientes da Plaenge, de acordo com o executivo.

Outro detalhe é que os compradores estão acostumados a adquirir imóveis novos parcialmente mobiliados. "Os apartamentos têm de ser entregues com a cozinha montada, incluindo os eletrodomésticos", observa Fabian.

Conservadores

Nos hábitos cotidianos, os chilenos são mais conservadores do que os brasileiros. "Não gostam da cozinha integrada aos ambientes de estar, como já é comum aqui", aponta. As famílias preferem manter os cômodos de serviço, incluindo a cozinha, separados da área social.

Um detalhe que se inclui nos projetos de lá é um acesso direto das áreas de serviço para os dormitórios, sem passar pela parte social. Os chilenos mantém, ainda, o hábito de ter um ambiente para ocasiões especiais. É uma verdadeira sala de visitas, explica Fabian: o espaço é pouco utilizado no dia a dia e não tem aparelho de TV. A sala íntima, para a família, é separada da sala principal.

CARREGANDO :)

Na contramão das incorporadoras paranaenses que fecharam parcerias com empresas de São Paulo para lançar grandes empreendimentos em Curitiba, a Plaenge saiu do Paraná para atuar no exterior. Além de manter um braço nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a construtora, que exibe números robustos – crescimento de 589% nos últimos cinco anos – rompeu a fronteira e chegou ao mercado chileno.

Os mais de dez anos de atuação no Chile têm saldo positivo: há três empreendimentos em construção, que somam 333 unidades residenciais, nos edifícios Ipanema, Altos de Martel e Valles do Piruco, todos na cidade de Temuco. Antes, a Plaenge já havia construído sete edifícios no Chile, totalizando 888 apartamentos entregues.

Publicidade

Parceria

A oportunidade de atuar lá surgiu quando um executivo chileno propôs parceria a Fernando Fabian, diretor da Plaenge. Experiente no mercado, o executivo tinha desenvolvido projetos imobiliários e buscava uma construtora de confiança que trouxesse, também, aporte financeiro. "Foi logo depois do 11 de setembro de 2001 e ele não conseguia financiamento, por isso nos procurou", lembra Fabian.

A associação entre a Plaenge e o executivo chileno se concretizou em 2002 e deu início ao primeiro ciclo da empresa no país. Os três empreendimentos residenciais deram à incorporadora o conhecimento e a confiança necessários. Já em carreira solo, a empresa lançou outros quatro edifícios em 2009, com a marca Plaenge Chile. O terceiro momento é marcado, agora, pela construção de três empreendimentos e o objetivo de expandir a atuação no país.

Cenário

Fernando Fabian diz que a empresa vai crescer, proporcionalmente, mais no país vizinho do que no Brasil, nos próximos anos. A explicação está na estabilidade da economia chilena e nos índices que o país apresenta: o PIB chileno cresceu 5% em 2012, enquanto a inflação fechou o ano em apenas 1,5%.

Publicidade

Os indicadores do setor também animam. O custo da construção no Chile é, em média, 30% mais barato do que no Brasil, por conta dos métodos construtivos mais avançados e eficientes. Com tecnologia agregada, a construção de um prédio dura somente um ano. Por outro lado, o metro quadrado dos terrenos é mais caro, observa o diretor da Plaenge.

Já o sistema de financiamento imobiliário, diferente do brasileiro, tem prazo mais longo e taxas de juros mais baixas. "Financia-se praticamente todo o valor do imóvel", explica.

Perspectiva

Além disso, observa Fabian, o ciclo de entrega de imóveis novos no Brasil está no auge, após o grande volume de lançamentos a partir de 2008. "No Chile temos perspectiva de realizar mais lançamentos. Há muito que crescer por lá", diz.

Há quatro anos, Gustavo Tomasetti Marcondes se juntou aos três executivos brasileiros e aos funcionários chilenos da Plaenge. Engenheiro civil, Marcondes cursa mestrado em Administração de Projetos Imobiliários e tem o desafio de consolidar a expansão da incorporadora paranaense no país.

Publicidade