• Carregando...
Nishizawa: vencedor do prêmio Pritzker 2010, considerado o Nobel da Arquitetura | Priscila Forone/ Gazeta do Povo
Nishizawa: vencedor do prêmio Pritzker 2010, considerado o Nobel da Arquitetura| Foto: Priscila Forone/ Gazeta do Povo
  • Projeto Casa A, de Nishizawa: residência para um casal de artistas no Japão

Natureza e arquitetura praticamente se misturam em um mesmo espaço nos projetos do premiado arquiteto japonês Ryue Ni­­shizawa, professor da Universidade Nacional de Yokohama, no Japão, que esteve em Curitiba na segunda-feira para ministrar palestra a estudantes e profissionais da área de arquitetura, na Universidade Positivo. Por características como essas que Nishizawa, em parceria com sua sócia no escritório Sanaa, Kazuyo Sejima, foi o grande vencedor do prêmio Pritzker 2010, considerado o Nobel da Arquitetura, em reconhecimento a projetos de museus, prédios de universidades e lojas de alta costura projetados no Japão, EUA e Europa.

O prêmio é uma homenagem em vida a um arquiteto cuja obra demonstre qualidades, como ta­­lento, visão e compromisso, e ofereça contribuição significativa para a humanidade e ambiente construído. "Sinto-me muito honrado, porque é um dos maiores prê­­mios na área de arquitetura. Fazemos projetos sem saber se se­­rão compartilhados por outras pessoas. É importante saber desse reconhecimento", afirmou.

Entre os projetos de áreas particulares apresentados, Nishizawa destacou a Casa A (foto), uma residência para um casal de artistas no Japão. Nele, o arquiteto deixa evidente a integração com o exterior, a sutileza e a continuidade. "Criei uma casa transparente, que parece ter uma integração com o jardim, presente em vários pequenos espaços externos. As janelas são altas, para aproveitar ao máximo a incidência de luz solar, porque o Japão é um país muito úmido, e uma claraboia que abre e fecha", disse. A sensação que se tem é de um am­­biente agradável, arejado.

O arquiteto planejou todos os aposentos como se fossem salas de estar, para que os moradores permaneçam por mais tempo no local sentindo-se confortáveis. A divisão entre os cômodos é translúcida, bastante tênue. "Dedico-me muito a esse aspecto nos meus projetos."

Entre projetos mais amplos, foi apresentado o Pavilhão de Vidro do Museu de Artes de Tole­­do, em Ohio, nos EUA. Nishizawa se preocupou em criar um prédio baixo, para não perturbar as altas árvores ao redor, existentes no local. Paredes de vidro dividem o espaço. "Os visitantes sentem-se no exterior e quem passeia pelo parque pode ver o que ocorre dentro do museu. Os reflexos se misturam."

Homenagem

Nishizawa foi homenageado por estudantes e professores, que ofereceram lembranças da cidade, e respondeu a várias perguntas dos participantes. Em um dos questionamentos, ele afirmou que foi influenciado por diversos arquitetos e fez reverência ao brasileiro Oscar Niemeyer. Para o japonês, o arquiteto é uma grande influência desde os tempos de faculdade, em Tóquio. "Visitei alguns projetos e sou muito impressionado pelo o que ele faz."

A obra preferida de Nishizawa é a estrutura do auditório no parque do Ibirapuera, em São Paulo, que tem uma porta retrátil. "Parece um local totalmente aberto. Ele criou uma relação linda entre a natureza e as pessoas."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]