Projeto
Contraste e escala monumental são marcas do novo Taisho
O projeto da Proa Arquitetura para o novo Taisho pretende tornar a construção um marco arquitetônico para a região do Água Verde. Sócio do escritório, Keiro Yamawaki diz que a arquitetura possibilita fazer novos experimentos para surpreender os antigos clientes e conquistar novos frequentadores. "Queríamos fazer um restaurante com escala e design emblemáticos para Curitiba", afirma o arquiteto.
Na fachada, com pé-direito duplo, foi utilizado um revestimento personalizado. São grandes peças em concreto, moldadas em formas de madeira, deixando aparentes os veios do material na textura. A Tresuno, indústria de São Paulo responsável pela fabricação, confecciona as peças sob medida, na cor, tamanho e demais especificidades pedidas pelo cliente.
"Além do efeito estético interessante e inovador, junto aos vidros, o revestimento é único: nenhum estabelecimento terá igual ", ressalta Yamawaki, lembrando que a personalização é forte tendência na arquitetura para restaurantes.
Christiane Kurozawa, uma das autoras do projeto, observa que o Taisho tem a ala de serviços concentrada em um dos lados da edificação. "Isso é importante para a funcionalidade do espaço e também um pré-requisito para o projeto ", destaca. Como o terreno é estreito, foi criado um jardim lateral para que as pessoas possam se sentar próximas à janela, o que sempre agradou os frequentadores do Taisho. Os projetos de interiores e paisagismo foram feitos em conjunto pela Bergamini & Inoue Arquitetos e a Proa Arquitetura.
Se a gastronomia ganha importância cada vez maior como hobby ou atividade comercial, a arquitetura especializada nesse segmento tem acompanhado essa evolução. Espaços gourmet nas áreas comuns de edifícios, churrasqueiras e cozinhas integradas à sala já são itens indispensáveis nos projetos de empreendimentos residenciais. Mas quando se trata de construir ou renovar bares e restaurantes, escritórios de arquitetura tomam a dianteira ao concretizar espaços que devem atrair clientes integrando charme, inovação e funcionalidade.
A "vitrinização" é uma das tendências recentes da arquitetura de restaurantes, observa Keiro Yamawaki, sócio da Proa Arquitetura. "As pessoas gostam de ser vistas por quem passa na rua e também querem observar o movimento externo enquanto comem", explica o arquiteto.
Vidros
Responsável pelo projeto do novo restaurante Taisho, que será inaugurado esse mês na Avenida Iguaçu, no Água Verde, Yamawaki conta que o cliente requisitou a integração visual. Por essa razão, a fachada tem muitos vidros. "Restaurante cheio atrai mais clientes. Quem passa e vê gente lá dentro fica tentado a entrar. Acabou a época de estabelecimentos fechadinhos", diz.
"Como arquitetos, isso nos leva a criar um diálogo com a rua e reforça nosso compromisso com a cidade. Não há muros altos isolando o local. Usamos vidros, transparências e outros recursos para eliminar a sensação de separação", salienta Keiro Yamawaki.
Protegido
Considerar a acessibilidade e a mobilidade, além de incluir áreas externas no projeto, são fatores arquitetônicos ditados pela mudança de hábitos dos consumidores. Espaço para estacionamento tornou-se item imprescindível nos últimos anos - de preferência, com acesso fácil e protegido ao restaurante, aponta Yamawaki.
Ele relata também que, apesar do clima instável, o curitibano gosta cada vez mais de usufruir de espaços ao ar livre em bares e restaurantes mas com algumas particularidades. "Externo sim, porém protegido", afirma o sócio da Proa Arquitetura. O novo Taisho tem área externa, com deck e jardim, afastada da rua. "O cliente não fica exposto à fumaça dos carros nem ao barulho do trânsito", diz o arquiteto.
Cientes dessa preferência, as arquitetas Daniela Barranco Omairi e Deisy Cruz incluíram um deck na proposta para a Kebaberia Velho Oriente, na Rua Itupava.
"Tivemos o privilégio de trabalhar com um cliente aberto às nossas idéias", comenta Daniela. O projeto do deck, com 40 metros quadrados, se concretizou e acrescentou um charme extra ao restaurante de comida árabe. A área, integrada ao jardim da casa dos anos 70 que foi totalmente reformada para receber a kebaberia, tem capacidade para até 40 pessoas.
Visual
O projeto de paisagismo e a iluminação valorizam ainda mais o espaço. "Criamos uma parede iluminada por lampiões que criam um efeito quadriculado muito interessante", ressalta Daniela Omairi.
Para o projeto da kebaberia, as sócias visitaram estabelecimentos em São Paulo e pesquisaram bastante sobre o estilo de vida mediterrâneo. Os elementos da decoração refletem essa influência.
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