As estrelas do banheiro

Do branco ao preto, da louça à pedra natural. Os modelos de cubas são tão variados que fica difícil escolher. Só uma das fabricantes brasileiras, a Deca, tem quase 100 modelos, com diferentes dimensões, formas e aplicações. O gerente de Desenvolvimento de Produtos da marca, Edison Luiz Anholon, afirma que não há um modelo melhor do que o outro em termos práticos. "A escolha é muito mais uma questão de beleza e adequação ao ambiente onde a cuba será aplicada". Nesses critérios pode-se incluir também o custo. "Boa parte dos clientes acaba trocando a escolha da cuba por causa do preço. É um fator de escolha importante", diz a arquiteta Danielle Schmaedecke.

Nas lojas de material de construção, o preço das cubas variam de R$ 160 a mais de R$ 2 mil. O material mais comum (e também o mais barato) continua sendo a louça, mas outros como o poliéster, o acrílico, o vidro, o metal e a pedra natural também têm seu espaço.

Embora as cubas de embutir (que ficam abaixo do tampo) e sobrepor (que ficam com uma borda acima do tampo) sejam mais tradicionais e largamente aceitas pelos consumidores, as de apoio (totalmente acima do tampo) ganham cada vez mais espaço desde que entraram no mercado a cerca de 10 anos. "Logo que lançamos a nossa primeira cuba de apoio, a L70, em 2000, ela caiu no gosto dos arquitetos, pois se tratava de uma nova proposta de design, quadrada, e toda acima do tampo, algo inédito no mercado. Mas o grande segredo do sucesso foi tornar disponível, logo em seguida, novos modelos com design e dimensões variadas", conta Anholon.

Design

Anholon diz que formas mais ousadas, retas, quadradas e retangulares com qualidade só foram possível com o desenvolvimento de uma massa cerâmica especial, conhecida como Fine Fire Clay. "Por ser uma cerâmica com baixa retração e deformação durante o processo de fabricação, permite maior ousadia no design". O investimento em design pelas fábricas é pesado e busca os maiores nomes internacionais. "A última série lançada pela Roca, a linha Urbi, foi desenhada por um famoso estúdio italiano, Carlo Urbinati. Antes outros designers como David Chipperfield, Schmidt & Lackner, Herzog & Meuron e Giorgio Giogiaro também desenharam produtos para a marca", aponta o gerente de marketing e produto da Roca (marcas Incepa, Roca e Celite), André Zechmeister.

Cores e combinações

Zechmeister comenta que o branco corresponde a mais de 80% da vendas de cubas, seguido do bege. "A louça branca continua sendo mesmo a curinga da decoração, por ser fácil de encontrar, de combinar e com preço acessível", diz a arquiteta Ana Paula Haag. Para ela, espaços pouco usados, como o lavabo, permitem uma ousadia maior em cores e materiais, assim como ambientes descontraídos e jovens.

Os tons fortes mais em evidência, segundo o gerente de produto da Sicmol, fabricante de cubas em poliéster e madeira, Ubiratan da Cruz, são o amarelo, o vermelho, o preto e o verde. "São cores que deixam o ambiente mais alegre."

No lavabo residencial e em alguns banheiros comerciais também vale a aposta em uma cuba em um material mais sofisticado, às vezes mais caro, como a pedra natural ou o vidro. "Um investimento maior apenas nessa peça já transforma o banheiro em um show à parte", sugere Danielle. Em ambientes pequenos demais, Anholon, da Deca, só não recomenda cores muito fortes, evitando tornar o ambiente pesado e cansativo.

Entre as combinações certeiras da decoração está o tom sobre tom (tudo branco), o branco com a madeira e o clássico branco e preto. "Essa combinação cria um contraste que evidencia ainda mais a cuba", diz Danielle.

Inovação

Em termos de materiais, o mais novo e disponível em algumas lojas especializadas, como a Formaris de banho, de Curitiba, é o Corian –mistura de minerais e acrílico patenteado pela marca Dupont já usada na fabricação de produtos como cadeiras e que agora entra também no mercado de cubas. As peças no material podem ser criadas pelo arquiteto e encaminhadas a uma fábrica de onde saem prontas, sem emendas aparentes. Além da personalização e a qualidade de acabamento, o material oferece como vantagem a durabilidade. "Em caso de risco, basta usar uma esponja de lavar louça comum para tirar o defeito. O produto possui também tecnologia antibacteriana", explica a gerente da loja, Simone Gasparini. As peças à venda no showroom da loja custam de R$ 1 mil a R$ 3.500.