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Marcelo Rosenbaum reforçou a ideia de que o mercado em ascensão da classe C também precisa de design bem pensado | Fotos: Rodolpho Bührer/Gazeta do Povo
Marcelo Rosenbaum reforçou a ideia de que o mercado em ascensão da classe C também precisa de design bem pensado| Foto: Fotos: Rodolpho Bührer/Gazeta do Povo
  • Presidente do Simov, Aurélio Sant’Ana, diz que a intenção é transformar o Paraná em um polo do conhecimento moveleiro

Cada novidade em móveis vista nas lojas nasce nos projetos e nas inovações tecnológicas que a indústria promove continuamente, com o apoio na troca de experiências e conhecimento de encontros como o 1.º Congresso Moveleiro Para­naense, realizado entre quarta e sexta-feira em Curi­tiba e Arapon­gas, paralelamente. "O Para­ná é o segundo estado brasileiro em produção moveleira, perdemos apenas para o Rio Grande do Sul. As atualizações são muito rápidas nes­­se setor e muitos empresários não têm acesso ao que é discutido fora do Paraná e do Brasil", analisa o pre­­sidente do Sin­­dicato da In­­dús­tria do Mobiliá­rio e Marcenaria do Estado do Pa­­ra­­ná (Simov), Au­­rélio Sant’A­na. A entidade foi uma das apoiadoras do evento promovido pela Federa­ção das In­­dústrias do Estado do Pa­­raná (Fiep), por meio do Con­­selho Setorial da In­­dústria Move­leira, ao lado dos sindicatos das In­­dústrias de Móveis de Ara­­pongas (Sima) e das Indús­trias da Marcena­ria de Francisco Beltrão (Sindimad­mov).Dois temas nortearam os debates em Curitiba no primeiro dia do evento: inovação e sustentabilidade. "Ainda estamos longe do ideal no tema sustentabilidade. A grande preocupação tem sido com relação a procedência da matéria-prima. Mas não se pensa se todo o pro­­cesso é ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável, o tripé da sustentabilidade", afirma Sant’Ana.

O trabalho sustentável na in­­dústria moveleira passa por processos de gestão e inovação mais aprimorados. "Não é só uma questão de ter máquinas modernas, mas também de ter inteligência na gestão e na inovação para criar produtos com menos impacto", apontou o professor e e membro da Aca­­demia Bra­sileira de Marke­ting e do Conselho do Programa Marca Bra­­sil Premium do Ministé­rio do De­­senvolvimento, Lincoln Seragini, durante sua palestra.

Design para o crescimento

O investimento em design faz parte da rede de inovações necessárias. O designer Marcelo Rosen­baum, que trabalha desenvolvendo produtos com ênfase nos valores da brasilidade e da sustentabilidade, participou do evento e falou sobre a questão. "Os novos consumidores, com mais acesso a crédito, ficam obrigados a comprar produtos de qualidade inferior e que não se adaptam a realidade das casas desses brasileiros. A indústria precisa aprender a trabalhar com o design começando pela pesquisa das necessidades das famílias. Ser sustentável também é ser social e inclusivo", ressaltou.

Para ele, o mercado de móveis pa­­ra a classe C (famílias com renda en­­tre R$ 1.115 e R$ 4.807) espera que o aquecimento do setor imobiliário – especialmente com o programa Minha Casa, Minha Vida – chegue às lojas de móveis este ano. "Mas é muito im­­portante que o empresário respeite esse consumidor e ofereça produtos pensados para ele, com investimento em design", completa.

No Paraná, estado que tem cinco mil indústrias moveleiras, que geram, aproximadamente, 40 mil empregos diretos, o aquecimento do mercado começa a ser traduzido em números. No ano passado as vendas industriais tiveram queda de 1,7%. O índice no primeiro bimestre de 2010 foi 12,7% maior do que no mesmo período do ano passado, de acordo com a Fiep.

"A indústria paranaense produz principalmente para o consumo interno, o que nos faz ter a obrigação de entender o novo mercado consumidor brasileiro, que tem crédito para comprar e precisa de produtos que se adequem a sua realidade", afirma Sant’Ana.

Arapongas

No interior, o Congresso foi promovido durante a Feira Interna­cional da Qualidade em Máquinas, Ma­­térias-primas e Acessórios para a In­­dústria Moveleira (FIQ).

"O principal polo moveleiro do estado fica em Arapongas, mas há uma boa produção em Curitiba. A intenção, ao não concentrar o Con­­gresso na capital, foi dar oportunidade de todos os empresários terem acesso a essas informações", comenta Sant’Ana.

A cidade do norte do estado recebeu também o evento científico do Congresso, com estudantes e pesquisadores apresentando trabalhos voltados para o setor e oficinas de produção ministradas por técnicos do Serviço Na­­cional de Aprendizagem Indus­trial (Senai).

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