Cálculo garante segurança e ergonomia

Os motivos que levaram a escada a assumir um papel de destaque na arquitetura de interiores é consenso entre os arquitetos consultados. A escassez de espaço em novas construções e a necessidade de aproveitar melhor a área disponível têm aumentado o número de imóveis com mais de um pavimento. É nesse contexto que a estrutura se tornou indispensável e passou a ser vista com novos olhos. Além disso, também aumenta a necessidade de cuidados em relação à segurança e conforto.

A construção dessas estruturas deve seguir as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) – como a NR 18 para edificações comerciais e a NBR 9050, de acessibilidade –, defende o engenheiro especialista em manutenção de segurança Cláudio Slosaski, da Checkup Engenharia Diagnóstica. Ele explica que as escadas devem ter espelho (altura do degrau) e patamar (largura) de tamanhos constantes, sem diferenças ao longo dela. "Isso é muito importante também em uma escada residencial, caso contrário facilmente causará acidentes". É fundamental que a escada não seja inclinada excessivamente (o máximo de inclinação recomendado é 30 graus), tenha áreas de descanso a determinadas alturas e tamanhos de patamar e espelho com medidas confortáveis (não muito alto).

Tudo isso, diz Slosaski, precisa ser definido por cálculo do arquiteto responsável pela construção, que levará em conta o espaço útil e a altura entre um pavimento e outro para determinar o melhor projeto da escada.

Revestimento

Outra preocupação, define Slosaski, deve ser com o revestimento utilizado nas escadas. Segundo ele, é preciso fugir de materiais com superfície muito lisa. "Elementos como porcelanato, mármore e granito polidos só podem ser utilizados se tiverem fita antiderrapante em suas extremidades", diz. Porém, a escada também não deve ser antiderrapante demais. "Isso também pode causar acidente, pois acaba travando a pisada. O revestimento deve ser um meio-termo entre o liso e o áspero."