Marcada pela imigração européia e oriental de fins do século 19 e início do 20 e pelas migrações internas da década de 70, a capital recebe ainda grande fluxo de novos moradores provenientes, principalmente, do interior do estado.
A pureza de sangue curitibana é causa de brigas desde o momento da fundação da cidade. Mas se levado em conta um estudo rigoroso daqueles que podem ser considerados efetivamente descendentes dos pioneiros, apenas dez sobrenomes sobressaem: Grou, Pereira, Reis, Leme, Cunha, Góes, Pinto, Side, Soares e Quevedo.
O curitibano que atualmente se diz clássico representante da cidade antiga, é o que descende dos moradores anteriores ao processo de migração das populações da zona rural paranaense, que ocorreu com toda força no final da década de 60, quando a produção de café entrou em decadência e as massas rurais começaram a inchar as grandes cidades.
Antes vila da Capitania de São Vicente da Coroa Portuguesa, depois 5.a Comarca de São Paulo e apenas em meados do século 19 capital do Estado do Paraná, Curitiba consolidou sua população com correntes migratórias bem distintas. As principais foram a européia e oriental do fim do século retrasado e início do passado e a migração interna setentista.
Segundo explica Lourival Peyerl, diretor de pesquisa e banco de dados do IPPUC, esse curitibano antigo começa a decair a partir dessa última migração, quando a cidade recebe maiores contingentes de "estrangeiros". "Se há bairros que podem ser ditos mais curitibanos, são aqueles mais próximos do Centro, que têm a população consolidada e pequena movimentação de entrada e saída de moradores", explica.
Quanto aos recentíssimos movimentos migratórios, eles repetem o modelo das décadas próximas, provindo majoritariamente do interior do estado. Para manter as características de Curitiba sem dificultar esse fluxo natural, Peyerl diz que a cidade deve preservar seus valores mais importantes, como o respeito à cidade que uma parcela importante da população valoriza e defende, a qualidade de vida já alcançada, a limpeza das ruas, as floreiras das ruas, o transporte coletivo, os parque e bosques. "É necessário repassar estes valores para quem chega, para que também os valorize e passe a respeitar e defender", finaliza.
Números
52,3% são curitibanos natos
38,2% são provenientes do interior do estado
2,8% são catarinenses
2,3% são paulistas
4,3% são gaúchos, mineiros e outros.
Evolução populacional
1853 - 6.7911872 - 12.6511890 - 24.5531900 - 49.7551920 - 78.9861940 - 140.6561950 - 180.5751960 - 361.3091970 - 609.0261980 - 1.024.9751991 - 1.315.0351996 - 1.476.2532000 - 1.587.315
Fontes: IBGE e IPPUC.
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