Originalmente conhecida como entrada da estrada do Mato Grosso, a Rua Comendador Araújo era responsável por desafogar o movimento dos viajantes que saíam da Praça Osório rumo a Campo Largo e Ponta Grossa. Há também indícios de que esses viajantes desbravavam terras sentido Mato Grosso, daí o nome original da via.

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Em um passado mais recente, porém, a Rua Comendador Araújo foi conhecida apenas por Oceano Pacífico. Pelo que consta nos relatos do livro "Ruas e Histórias de Curitiba", o nome seria uma referência dos moradores que acreditavam alcançar o Pacífico a partir dela, rumo ao Oeste e ao poente, por meio dos Andes.

Já a atual denominação é uma homenagem ao antigo ervateiro e também deputado provincial Antonio Alves de Araújo. Ele morou por muitos anos em um sobrado na esquina com a praça Osório, onde atualmente se encontra um prédio residencial com lojas no térreo. "Como antigamente era de costume, o comendador doou o sobrado para a Santa Casa, que decidiu construir um prédio em parceria com uma construtora. Em troca, a Santa Casa ficaria com alguns apartamentos residenciais e também algumas lojas, como essa onde se encontra a ótica", comenta Eugênio Czmyr, sócio-administrativo da Ótica Basílio, um dos estabelecimentos localizados no edifício.

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De acordo com Czmyr, quando seu pai – Basilio – decidiu montar o negócio próprio, em 1968, a Comendador Araújo era uma rua atraente para quem estava começando. "Como o comércio não era consolidado por ali, o valor do aluguel era muito baixo", diz.

Atualmente, a atração principal da rua é a iluminação pública, que virou até mesmo cartão postal da cidade e acabou valorizando o comércio local. Para o proprietário da Espaço Imóveis, Pedro Nachornik, o que influenciou significativamente a presença maciça do comércio na Comendador Araújo foi a instalação de uma grande loja de roupas femininas, localizada no centro da rua. "Ela foi uma espécie de âncora para o comércio. Depois vieram outras redes, como a loja de automóveis Slaviero, o Shopping Omar e a Itaipu Binacional. Mas ainda há resquícios de residências antigas, como o castelo onde hoje é o Unibanco e a galeria Glaser", explica.

Por ser uma via relativamente curta, Nachornik afirma que a rotatividade de imóveis é baixa, motivo que atrai investidores sempre que existe uma loja ou apartamento disponível. "Ela é considerada um prolongamento da rua XV. Todo o comércio forte se expandiu até a Comendador, fato que a deixou disputada e comercialmente valorizada", finaliza.