Entre as principais preocupações do setor da construção civil está a falta de mão de obra capacitada para preencher as vagas que se abrem a cada lançamento anunciado pelas construtoras. Entre janeiro e abril de 2010, o setor contratou formalmente 6.947 profissionais em Curitiba, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. No mesmo período do ano passado, foram registrados 2.072 novos funcionários no setor. O crescimento astronômico da demanda acendeu o sinal vermelho há alguns meses. O Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR) estima que sejam necessários outros sete mil trabalhadores nos canteiros de obras até dezembro de 2010. "Esse contingente precisa ser treinado para ocupar os postos que se abrirão. A melhor saída para isso é envolver os empresários para que incentivem seus funcionários; e firmar parcerias com outras entidades e com o governo", afirmou o presidente do Sinduscon-PR, Hamilton Pinheiro Franck em evento, na sede da entidade em Curitiba, na segunda-feira. Ele garantiu que, embora haja uma preocupação, não há falta efetiva de mão de obra. "O setor funciona bem e os esforços para aumentar o número de profissionais capacitados buscam evitar que o apagão se confirme", disse.
Convênio
Durante o evento, foi firmado um convênio entre o Sinduscon-PR e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Paraná (Senai-PR), pertencente ao Sistema Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), para um novo curso dentro do programa Caminhos da Profissão.
A modalidade de capacitação não tem custo para empresários e profissionais e ocorrerá dentro dos canteiros de obras. "A intenção é treinar os serventes e ajudantes para que se tornem pedreiros, carpinteiros e armadores. Treinaremos os profissionais que já estão trabalhando, fazendo com que subam de posto na obra e com isso abram suas vagas para novos profissionais com menos conhecimento técnico da área, que também serão treinados, gerando assim uma cadeia", avalia Franck.
O presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, explicou que a vantagem do curso é a possibilidade de os profissionais mais experientes, como os mestre de obras, transferirem conhecimento de forma didática. "O instrutor do Senai ensinará os fundamentos da profissão (técnicas de concretagem, assentamento, entre outras) e facilitará essa transferência de conhecimento entre os trabalhadores mais e menos experientes. Os alunos terão ainda uma formação cidadã, incluindo questões ambientais", comentou.
O Sinduscon indicará as empresas associadas preparadas para receber o curso. O construtor precisará dispor de um espaço físico, com pontos de água e luz e fornecer materiais, como quadro e tela para projeção. O Senai oferecerá os professores, apostilas e o certificado de conclusão do curso. Cada turma terá entre 16 e 20 pessoas e serão 160 horas/aula, distribuídas em dois meses e meio (quatro horas por dia). "Na próxima semana, teremos duas turmas em andamento e até o fim do ano pretendemos capacitar ao menos 10 mil trabalhadores da construção civil em todo o Estado, nos diversos cursos oferecidos. O maior contingente estará concentrado na capital e Região Metropolitana", afirmou o diretor regional do Senai-PR, João Barreto Lopes.
No próximo mês, o Sinduscon pretende apresentar um estudo mostrando a necessidade de mão de obra na construção civil para os próximos anos no Paraná. "Estimamos um crescimento em bom ritmo por pelo menos mais seis anos, pensando também nos investimentos programados e necessários em infraestrutura, que demandarão mão de obra. É preciso se preparar para esse futuro próximo", prevê Franck.
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