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Modalidade tem se tornado popular e especialistas temem que a hipoteca tenha reputação ruim como o empréstimo consignado | Felipe Rosa/Gazeta do Povo
Modalidade tem se tornado popular e especialistas temem que a hipoteca tenha reputação ruim como o empréstimo consignado| Foto: Felipe Rosa/Gazeta do Povo

Facilitado

Bancos melhoram condições para hipoteca

As instituições financeiras querem animar os clientes para usar a hipoteca e, por isso, tem facilitado esse tipo de empréstimo. No Banco do Brasil, a renda mínima exigida passou de R$ 10 mil para R$ 6 mil. "Essa mudança é significativa, porque consegue abranger um público-alvo bem maior", explica o gerente de mercado Pessoa Física no Paraná do banco, Paulo Henrique Gomes Amaral. No último mês, o prazo passou de 120 para 180 meses e as taxas mínimas caíram de 1,55% ao mês para 1,52%. A avaliação do imóvel foi simplificada. "Essa é um operação que estava faltando nesse conjunto de crédito mais baixo com prazo mais longo", considera.

Outra utilização do dinheiro proveniente da hipoteca é a quitação do imóvel financiado. A operação, disponível na Caixa Econômica, é feita para clientes que já pagaram mais de 70% do valor devido. "Fazemos a análise de cada caso e se vemos que é interessante para o cliente, sugerimos hipotecar o imóvel para terminar de pagar o financiamento e trocar por uma parcela mensal com valor menor", explica Paulo de Tarso, gerente regional da Caixa Econômica no Paraná. "O produto passa a ser bastante sustentável para o cliente e para o banco", afirma.

Um produto atraente e ain­­da novo no mercado imo­­biliário brasileiro é o empréstimo hipotecário, tam­­bém chamado de empréstimo com garantia de imóvel. O produto consiste em emprestar dinheiro de uma instituição financeira e deixar como contrapartida um imóvel, que deve estar regularizado e registrado no nome do interessado no empréstimo.

A modalidade foi remodelada pelos bancos para tor­­nar-se mais interessante. "A hipoteca foi melhorada. Os bancos que operam essa linha se mexeram para diminuir as taxas, para que o produto se torne uma boa opção. Para os bancos ela é positiva porque a garantia é muito forte", explica Marcelo Prata, presidente da Associação Brasileira e Corretores de Empréstimo e Financiamento Imobiliário (Abracefi). O risco da hipoteca parece óbvio, mas Prata endossa: "não é preciso ter dúvida que o risco desse empréstimo é perder parte do imóvel ou tê-lo leiloado".

Resgatar uma parte do va­­lor da casa para outros fins depende de um planejamento específico. "Você tem de saber que não vai ficar apertado para pagar. Em até três meses, que é um prazo pequeno, o imóvel pode ser retomado", diz Prata. Para não perder o bem, é preciso fazer as contas e garantir que a parcela será paga em dia. De acordo com ele, nesse produto financeiro em que o imóvel está em jogo, não costuma haver inadimplência. "Vemos muitos casos em que as pessoas até quitam antes do prazo o financiamento, para não deixar o imóvel, que muitas vezes é o único, à mercê da instituição", analisa.

Opção

Como o dinheiro emprestado não tem direcionamento específico, a hipoteca pode ser uma boa opção para quem não tem está conseguindo acessar outra opção de crédito. "Se o interessado está endividado no cartão de crédito, está pagando juros exorbitantes no cheque especial e não consegue acessar linhas mais baratas, hipotecar a casa pode ser uma opção, para quem tem saúde financeira", diz Prata.

"Vemos que o produto é usado por pequenos empresários, que querem investir em seu negócio, mas ainda não tem uma linha específica de financiamento ou as linhas disponíveis vão ter taxas mais caras. Aí, a hipoteca passa a ser uma boa opção, porque o interessado vai ter como investir e como os prazos para pagamento são longos, não prejudica seu fluxo monetário mensal", indica Paulo de Tarso do Amaral Rodrigues, ge­­ren­­­te regional da Caixa Eco­­nômica Federal.

O gerente explica que a operação tende a se tornar popular porque as taxas são atraentes e os pra­­zos podem ser ampliados por até 180 meses. "Já vemos uma diferença de tratamento dos clientes com relação à hipoteca. As pessoas têm vindo perguntar, querem saber do que se trata e quanto custa. Isso não acontecia antes", afirma. Outro fator que atrai os clientes é a facilidade para concessão do crédito. "Não é preciso muita burocracia. Basta que o cliente tenha o imóvel em seu nome e o imóvel esteja regularizado", explica Rodrigues.

Operação popular

A popularização da hipoteca preocupa os especialistas. Para Marcelo Prata, o temor é que a hipoteca perca a confiabilidade. "Se o produto crescer muito rápido, uma preocupação que temos é que aconteça o que houve com o crédito consignado, que tem um estigma ruim porque começaram a aparecer aproveitadores e aí o risco de fraude ficou muito grande, porque todo mundo queria ganhar", explica.

Para quem pretende fazer essa transação e colocar o seu imóvel como garantia, a indicação é pesquisar bem a instituição que vai fazer essa transação. "É preciso ver quem está concedendo o crédito, se a empresa tem histórico confiável para não correr o risco de perder. É importante ressaltar que nenhum banco pede taxa antecipada para liberação de crédito e isso já é um indício que tem algo errado", endossa.

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