Um sistema construtivo que levanta uma casa em até sete dias, com durabilidade de pelo menos 50 anos e conforto termoacústico, com valor de obra até 15% menor, foi anunciado essa semana como uma maneira inovadora e rápida de construir em escala industrial. Chamado de concreto PVC, o sistema permite diferentes tipos de edificação com uso reduzido de madeira e água e mínimo desperdício de materiais. A geração de resíduos é 80% menor e o uso de água e energia, 70% mais baixo. O sistema permite uso menos intenso de mão de obra especializada. Há 500 casas montadas desse tipo pelo Brasil para experimentação, a maioria em Santa Catarina, no município de Araquari, onde está a fábrica do produto. "A aceitação é muito boa. Lá, especificamente, foi estratégico por causa das enchentes e necessidade de moradias de emergência", afirma o diretor da Global Housing International, Roberto Gandolfo. Em situações emergenciais, aponta o vice-presidente da Dupont, Paulo Vieira, o método tem sido usado em vários países do mundo.
O valor do metro quadrado varia para cada região. No caso do estado vizinho, custa em média R$ 900. Ou seja: construir uma casa compacta, de 50 metros quadrados, sai por cerca de R$ 45 mil na região, para o consumidor final.
Produção
O sistema requer mão de obra apenas treinada, porque 80% da produção é feita industrialmente. Os blocos pré-montados saem de fábrica numerados para o encaixe com possibilidade de se criar diversos tipos de arquitetura , com espaço determinado para passagem de tubulação, que fica embutida. As placas têm 20 centímetros de largura e 8 de espessura. O comprimento é cortado de acordo com o projeto.
"Depois de montada, a estrutura é finalizada com concreto e pode receber qualquer tipo de cobertura (madeira, metal). Se, futuramente, o morador quiser aumentar o imóvel, pode fazer, inclusive pelo sistema tradicional, basta seguir as informações do manual", diz Gandolfo. A casa aceita qualquer tipo de revestimento interno e externo.
Capacidade
A produção atual é de cinco mil kits por ano, mas pode aumentar a quantidade em até dez vezes. A estimativa é produzir de 40 a 50 mil kits ao ano. "Desenvolvemos o sistema. A ideia é que municípios, arquitetos, construtoras e governos se interessem, principalmente para construção de moradias populares", afirma Rui Chammas, vice-presidente de polímeros da Braskem.
A jornalista viajou a convite da Dupont.
Peças de PVC são encaixadas