Se há alguns anos era fácil encontrar um grande número de pessoas dispostas a serem síndicas do condomínio onde moram, hoje, esta realidade mudou. Os problemas decorrentes da administração em prol do bem coletivo afastou até mesmo os mais experientes. Mas, se essa figura pode ser considerada escassa nos condomínios atuais quando se fala de moradores interessados na função , há quem não abra mão de representar os interesses comuns.
Aproveitando o Dia do Síndico, comemorado amanhã, a reportagem da Gazeta do Povo ouviu as experiências e dificuldades de alguns deles. Mônica (28 anos), Azionir (59 anos), Isolde (56 anos) e Luiz Mário (59 anos) são exemplos de pessoas que, apesar de diferentes histórias e idades, costumam arregaçar as mangas para fazer do local onde moram um ambiente harmonioso. O segredo de uma boa administração e do sucesso, segundo eles, está entre a paciência e a rigidez, mas sobretudo na boa vontade de querer ver o que é seu cada vez melhor.
A designer gráfica Mônica Mendes foi síndica pela primeira vez do prédio onde mora com apenas 25 anos e hoje já está na terceira gestão. O maior desafio, segundo ela, foi aprender a lidar com os moradores e tomar decisões rápidas. "Também é preciso ter paciência ", diz. Para ela, o que os moradores levam em conta é a disponibilidade de quem exerce o cargo. "Como trabalho em casa, posso atender praticamente o tempo todo."
Luiz Mário Sierakowski, que é dentista, assumiu a administração do condomínio por falta de candidatos, mas não se arrepende. Segundo ele, é difícil encontrar quem tenha disposição para resolver os problemas. "Aqui trabalho sempre com a política da boa vizinhança. Como o prédio é de pequeno porte todos se conhecem, por isso um conversa amigável é o que resolve." Sierakowski enxerga o cargo de síndico como uma forma de colaborar para o bem comum. "Meu consultório fica no térreo do edifício e, sempre que possível, atendo os moradores lá também."
Para o funcionário público aposentado Azionir Jazar, a solução para atender às necessidades de todos os condôminos foi abrir uma pequena sala na portaria do prédio. "Lá faço o expediente das 20 às 22 horas. É o melhor horário já que todos estão chegando em casa", afirma. A bancária aposentada Isolde Antunes, conta que ter experiência administrativa ajuda muito, mas gostar do que faz é o principal segredo. "Não espero acontecer para trazer soluções. Prefiro a precaução: evito problemas com a manutenção diária do prédio."
Profissão
De acordo com o vice-presidente de condomínios do Sindicato de Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-Pr), Dirceu Jarenko, a primeira e mais importante questão a ser lembrada é que síndico não é uma profissão. "O morador que aceita esta função não é um funcionário. Ele serve para representar os interesses de todos", diz. É a convenção coletiva que define se o síndico receberá uma bonificação pelo cargo e se será isento da taxa de condomínio. Porém, é importante lembrar que ele deve ganhar um ou outro benefício e nunca os dois ao mesmo tempo", explica.
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