Decorado do empreendimento Marc Chagall, da Plaenge: 37 unidades custam a partir de R$ 1,3 milhão.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Menos impactado pela crise econômica, o segmento de imóveis de alto luxo vê crescer a demanda pelas unidades e o investimento dos incorporadores na oferta de apartamentos com cifras milionárias em Curitiba.

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De janeiro a abril deste ano, o número de apartamentos novos com preços acima de R$ 2 milhões comercializados na cidade duplicou, passando de oito para 16 unidades no comparativo com o igual período de 2015.

INFOGRÁFICO: Veja os dados do mercado de luxo e superluxo em Curitiba

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Acompanhando este movimento, a oferta de apartamentos superluxo (que considera as unidades vendidas e em estoque) também cresceu e chegou às 604 unidades em abril de 2016, um incremento de 38,5% no número de unidades lançadas até o mesmo mês do ano passado, analisando-se os lançamentos ofertados desde 2008. Os dados são da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR).

Só em 2016, dois empreendimentos da categoria superluxo foram lançados, além de um terceiro classificado como de luxo, que tem valores entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões.

Para o consultor de mercado da Ademi-PR, Marcos Kahtalian, o fato de a oferta deste tipo de empreendimento ter ficado aquém do tamanho da cidade durante um bom tempo é um dos fatores que justifica a elevação destes índices.

Outro ponto destacado por Clóvis de Albuquerque Filho, diretor comercial da Construtora San Remo, é que o público consumidor deste tipo de empreendimento sofre menos os impactos do momento desfavorável da economia [além de depender menos do crédito imobiliário], o que faz com que vislumbre a possibilidade de investir na aquisição do bem.

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Exclusividade

O senso de exclusividade apresentado pelos imóveis de alto luxo é outro fator que estimula a demanda e contribui para os resultados do segmento. Formado pela combinação de diferentes características – que vão da localização, qualidade dos acabamentos e número reduzido de unidades ao design dos apartamentos/empreendimento– ele desperta o desejo do consumidor, que percebe no bem uma oportunidade única.

“Quando o comprador consegue visualizar que está adquirindo algo completamente diferente de tudo o que já viu, isso mexe com a emoção da família e acaba sendo mais forte do que os problemas econômicos que o país vem enfrentando”, acrescenta Alfredo Gulin Neto, sócio diretor da Incorporadora AG7 Realty.

Preço

No último ano, tendo abril como mês de referência, o valor médio do metro quadrado privativo dos apartamentos da categoria superluxo foi reajustado em 7% e chegou aos R$ 11,6 mil.

No segmento de luxo, o reajuste ficou na casa dos 4%, com o preço do metro quadrado privativo sendo comercializado a R$ 9,2 mil em abril. A oferta da categoria, por sua vez, regrediu 13% e somava 1,4 mil unidades no igual mês.

“Houve uma venda significativa destas unidades [em meses anteriores] sem que a reposição do estoque conseguisse acompanhá-la”, explica Kahtalian. O consultor reforça, ainda, que estes são mercados bastante limitados e exigentes, orientados pela qualidade dos produtos.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]