A diversidade de pisos disponíveis no mercado pode tornar difícil a tarefa de escolher o revestimento ideal para cada cômodo da casa. De forma geral, não há uma regra específica que oriente a escolha, valendo aqui a preferência do morador e aspectos como facilidade de limpeza e necessidade de manutenção dos diferentes modelos.
“É preciso que o cliente avalie o que ele precisa deste piso. Se quer luxo ou praticidade, um revestimento com brilho ou um mais discreto”, resume a arquiteta Angelica Pecego, sócia do Pecego + Mandarino Arquitetos.
Deve-se prestar atenção, também, às questões referentes à resistência ao tráfego (o indicado para uso residencial é a partir do PEI 3) e aos confortos térmico e acústico dos diferentes pisos, como acrescenta a arquiteta Giuliana Soncin, da GS Arch. “No hall de entrada, por exemplo, é aconselhável usar um piso mais resistente, como porcelanato ou pedra, pois ele recebe os resíduos e a umidade que trazemos da rua nos sapatos”, ilustra.
Outra dica é optar por revestimentos frios – pastilhas, cerâmicas e porcelanatos – nos ambientes úmidos, como banheiros, cozinhas e áreas de serviço. Já nos espaços externos, a orientação é optar por pisos fáceis de limpar e que não sejam escorregadios, o que proporciona mais segurança aos moradores.
Conheça as características e custos de alguns dos principais tipos de piso disponíveis no mercado.
Madeira
Queridinha dos arquitetos, a madeira maciça tem na beleza estética e nos confortos térmico e acústico seus principais atrativos. Versátil e disponível em diferentes tipos de madeira, ela pode ser instalada com as tábuas retas, na diagonal ou formando mosaicos, por exemplo. Sua manutenção é mais trabalhosa, sendo necessário o lixamento e revisão do piso a cada três anos, em média. Angelica explica que a instalação em áreas úmidas pode resultar em desgaste excessivo. O m² do piso de madeira custa entre R$ 90 e R$ 100, em média, com a instalação entre R$ 50 e R$ 70 por m².
Porcelanato
A resistência e a versatilidade das peças são os principais atrativos do porcelanato, como este escolhido em um projeto do escritório Pecego + Mandarino Arquitetos. Angelica conta que há opções de acabamento polido e sem polimento e de peças que imitam mármore, madeira e pedras, como as impressas em HD. O revestimento pode ser aplicado em todos os ambientes internos e externos, não acumula ácaro e tem manutenção simples, bastando a limpeza com pano úmido e detergente neutro. Por se tratar de um piso frio, a desvantagem fica por conta do conforto térmico reduzido na comparação com outros tipos de revestimento. O custo do piso gira entre R$ 40 e R$ 300 por m², enquanto a instalação varia de R$ 30 a R$ 80 por m2.
Pastilha
Mais utilizada no revestimento de paredes, as pastilhas também são uma opção interessante para o piso, como destaca Giuliana. Segundo ela, as tramas podem ser utilizadas em toda a extensão do piso ou como um detalhe, o que dá um toque moderno ao ambiente. Resistentes, elas podem ser instaladas em áreas secas e úmidas e são tão fáceis de limpar quanto os porcelanatos e cerâmicas. A desvantagem fica por conta da quantidade de rejunte necessária para o acabamento devido ao tamanho menor das peças – esta característica também pode fazer com que elas se soltem com mais facilidade. O preço das pastilhas parte de R$ 40 o m². A instalação gira entre R$ 40 e R$ 50 por m², em média.
Cimento queimado
A facilidade e o custo reduzido da aplicação são algumas das vantagens do piso de cimento queimado. Com um aspecto rústico, ele garante um toque moderno ao ambiente e pode ser aplicado em cozinhas, banheiros e dormitórios. Angelica conta que manchas e “defeitos” naturais deixam o piso com um aspecto ainda mais bruto, e que outra opção são os cimentos tecnológicos, disponíveis em diferentes cores. A arquiteta alerta ainda que, se o piso for mal executado, poderá apresentar rachaduras. Como todo piso frio, o cimento tem no conforto térmico reduzido sua principal desvantagem. O custo é de cerca de R$ 15 por m², já que ele é aplicado diretamente.
Carpete
O conforto térmico e a beleza das tramas são algumas das principais vantagens do carpete. O revestimento, no entanto, perde para outros pisos no que se refere à necessidade de manutenção mais constante e aos problemas alérgicos que podem ser desencadeados ou agravados pelo revestimento. “O uso do carpete é mais uma questão cultural. Nos Estados Unidos, por exemplo, ele é muito usado porque as pessoas têm na cabeça que será preciso trocá-lo a cada três anos, em média. Aqui, o piso precisa durar mais tempo”, comenta Giuliana. O carpete residencial custa a partir de R$ 80 por m², em média, já com a instalação.
Vinílico e laminado
Comercializado em manta ou em régua, o piso vinílico tem na resistência uma de suas principais características. Giuliana explica que ele não sofre a ação da umidade e se adapta melhor às diferenças de nível no contrapiso, ao contrário do que ocorre com os laminados de madeira. Este revestimento, também chamado de carpete de madeira, tem boa resistência, mas pode lascar com a queda de um objeto pontiagudo. O custo do laminado varia de R$ 30 a R$ 180 o m². Já o vinílico custa entre R$ 13 e R$ 150 por m².