O aquecimento do mercado imobiliário em 2010 teve reflexos também no setor de consórcios. Dados divulgados ontem pela Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio (Abac) mostram que foram negociadas 223,6 mil novas cotas em 2010, que representam um crescimento de 8,8% na comparação com 2009, quando foram vendidas 205,6 mil cotas. O ano passado fechou com 580 mil participantes de grupos desta modalidade.O aumento específico para o segmento foi superior ao registado pelo mercado como um todo segundo a Abac, houve um incremento geral de 8,2% no número de novas adesões no ano passado, em comparação com 2009. "Além da maior quantidade de grupos formados, houve um incremento relevante, de cerca de 14%, no valor médio das cotas", afirma o presidente executivo da entidade, Paulo Roberto Rossi. Em 2010, o valor médio das cartas de crédito para compra de imóveis foi de R$ 94,9 mil, frente a R$ 83,2 mil no ano anterior. "A migração que vem ocorrendo entre as classes sociais, com brasileiros da classe D transferindo-se para C, e os da C indo para B, sinaliza o desejo de conquistar mais qualidade de vida e a possibilidade de planejamento dos investimentos. Nesse contexto, o consórcio aparece como opção", diz Rossi.
Para ele, o desempenho de 2010 permite projetar um crescimento nos consórcios de imóveis em torno de 10% em 2011 maior que a estimativa para as demais áreas, que fica entre 7% e 8%. Entre as administradoras paranaenses o otimismo para 2011 é ainda maior do que o apontado pela Abac. Para Tatiana, é possível crescer até 30% em 2011. "O consórcio de imóveis passou a ser visto como uma alternativa de investimento, uma forma de poupar, e não somente como opção para quem não conseguia o aporte inicial para dar entrada em um apartamento financiado", opina. A empresa teve um crescimento de 23,83% em sua carteira de negócios em 2010, em relação a 2009.
O mesmo porcentual de crescimento é estimado pelo gerente comercial do Consórcio Araucária, João Nerbas. "O mês de janeiro e o início de fevereiro mostram que 2011 terá pelo menos 30% a mais de cotas de consórcio negociadas", afirma. De acordo com ele, ao lado dos veículos leves, os imóveis são os produtos mais procurados para compra por meio de consórcio.
Diante do mercado, o Consórcio Voupar, tradicionalmente ligado ao fechamento de grupos de veículos, estreia no consórcio de imóveis em 2011. O trabalho será feito em parceria com a Caixa Consórcios, e a empresa projeta crescimento de 20% em 2011.
FGTS
Entre as razões para o bom desempenho do segmento em 2010, a Abac aponta a possibilidade de uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para quitação, liberado desde março de 2010 pela Caixa Econômica Federal. Foram usados R$ 54,7 milhões para amortização ou quitação de parcelas, por 3.192 participantes entre março e dezembro do ano passado. "Ainda havia desconhecimento dessa possibilidade por parte de alguns consorciados. Como isso está se consolidando, será mais um fator de aumento na procura por consórcio", opina a superintendente da Ademilar Consórcio de Imóveis, Tatiana Schuchovsky Reichmann.
Essa foi uma das razões que levou o administrador Diego de Almeida Polansky a escolher o consórcio para adquirir um imóvel. "Eu tinha um certo tempo para comprar o apartamento e coloquei na ponta do lápis, comparando os juros que pagaria no financiamento", lembra. "Levei em consideração também a possibilidade de usar o FGTS nas duas modalidades (financiamento e consórcio)."
A conta de Polansky foi a seguinte: os juros do financiamento de um apartamento de R$ 100 mil eram suficientes para pagar um aluguel de R$ 500 por sete anos. "Ao perceber isso, preferi o consórcio, torcendo para ser contemplado nesse período", brinca. Comtemplado há seis meses depois de pagar apenas quatro parcelas , ele pretende usar o FGTS no fim do ano e abater ao menos oito parcelas do consórcio.
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