As construtoras parecem ter se adaptado à nova dinâmica do mercado imobiliário de Curitiba. Depois do boom da oferta de novas unidades e do recente cenário de restrição do crédito, as incorporadoras têm apostado na redução dos lançamentos e em campanhas de vendas e para reduzir os estoques e fazer caixa.
E a estratégia tem dado resultado. Até maio deste ano, o Valor Geral de Vendas (VGV) comercializado cresceu 21% em relação ao mesmo período de 2014, atingindo a marca de R$ 1 bilhão. O número de unidades vendidas também aumentou 13%, para 2,4 mil unidades. Os números são da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) e se referem aos apartamentos residenciais novos.
10,7 mil
era o número de apartamentos residenciais novos que estavam disponíveis para venda em Curitiba no mês de maio de 2015. O número é 9,8% menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado. A redução do estoque foi motivada pela retração na oferta de novas unidades – que apresentou queda de 40% –, e pelo aumento das vendas, com alta de 13% nos primeiros cinco meses deste ano.
“Estamos em um momento de muitas entregas, no qual praticamente todas as grandes incorporadoras entraram com campanhas fortes para potencializar a venda do estoque pronto e gerar caixa”, explica Felipe Sebben, gerente regional da PDG. Na empresa, tais ações resultaram em um aumento de 23,7% nas vendas, que totalizaram R$ 94 milhões no primeiro semestre.
O amadurecimento do mercado, que levou à retração na oferta de novas unidades, foi outro aspecto que contribuiu para reduzir o estoque, na opinião do gerente regional da Plaenge, Luiz Gustavo Salvático. Nos primeiros cinco meses do ano, foram lançadas cerca de 1,5 mil unidades, 40% a menos do que no mesmo período de 2014. Aliado ao crescimento das vendas, isso fez com que o estoque total de maio ficasse em 10,7 mil unidades, menor número desde maio de 2014.
Preço dos imóveis novos cresce abaixo da inflação em Curitiba
Nos primeiros cinco meses deste ano, o preço dos apartamentos novos em Curitiba acumulou valorização média de 1,8%, confirmando a tendência de crescimento abaixo da inflação registrada no período, que somou 5,34% segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da capital e região.
Leia a matéria completa“Existe a efetiva possibilidade de fecharmos este ano com um estoque abaixo dos 10 mil apartamentos e mais próximo do ideal, que giraria entre seis e oito mil unidades”, projeta Fábio Tadeu Araújo, diretor de pesquisa de mercado da Ademi-PR.
Foco no alto padrão
Com um público capitalizado e que continua comprando, os empreendimentos voltados aos segmentos de médio e alto padrão e de luxo – com preços que variavam entre R$ 400,001 mil e R$ 2 milhões – tornaram-se o foco das construtoras em 2015, correspondendo a quase metade dos empreendimentos lançados de janeiro a maio deste ano. “Estes nichos não eram o objeto daquele crescimento anterior e passaram a ser vistos agora. Eles se destinam a um público que já mora bem e que tem uma decisão de compra mais madura”, lembra Salvático.
Só no segmento de alto padrão, com preços entre R$ 600,001 mil e R$ 1 milhão, a oferta mais que dobrou no período em relação aos mesmos cinco meses do ano passado, somando 243 unidades.
No que diz respeito às vendas das unidades lançadas em 2015, o segmento de luxo – com valores acima de R$ 1 milhão até R$ 2 milhões – é o que mais se destaca, tendo comercializado 106 das 229 novas unidades apresentadas ao mercado até maio.