Edson Alvares finalizou a construção de sua casa após conseguir três empréstimos na Caixa| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Apesar da crise financeira que abalou o mundo no último trimestre do ano passado, a Caixa Econômica Federal pôde comemorar um aumento de 61% no volume de crédito concedido para a compra de materiais de construção em todo o Brasil. Além disso, mais pessoas foram beneficiadas, já que houve um crescimento de 91% no número de contratos assinados, que passou de 72.301, em 2007, para 138.273, em 2008.

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Para o professor do curso de Economia da UniFae Lucas Dezordi, esse aumento é reflexo do forte aquecimento do setor da construção civil nos três primeiros trimestres de 2008. "Nesse período o setor bateu recordes na geração de emprego, na produção e de financiamentos da Caixa para construção", afirma.

O Paraná seguiu o ritmo nacional. Em 2007, foram assinados no estado 7.339 contratos de Construcard – modalidade que financia de R$ 1 mil a R$ 180 mil – o que representou R$ 121,7 milhões de crédito aos paranaenses para a compra de material de construção. Em 2008, essa quantia saltou para 13.889 contratos (89% de crescimento) e para R$ 202,6 milhões de crédito (66% de aumento). Curitiba também apresenta bons resultados, com um crescimento de 70% no número de contratos e de 52% em recursos emprestados aos curitibanos para essa finalidade (veja tabela ao lado).

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Devido à crise financeira mundial, o cenário ainda é incerto para este ano, mas o professor Dezordi acredita que a tendência é a de que o Construcard continue a crescer, mas em taxas menores. "O ritmo de crescimento dessa modalidade de empréstimo tende a cair. Mesmo assim deve continuar crescendo, mas de forma mais modesta. A economia mudou muito. Não acredito que vá crescer mais do que 20% no primeiro trimestre de 2009", prevê.

A operadora de telemarketing e consultora de produtos Marcia Batista da Silva foi uma das beneficiadas pelo Construcard em 2008. Ela conseguiu um empréstimo de R$ 10.200 para a compra do material de construção para erguer nos fundos de sua casa um imóvel para que sua filha pudesse morar com o marido. "Quando ela engravidou, resolvemos construir uma casinha para eles nos fundos. Já estamos no processo de acabamento", conta.

O professor universitário Edson Alvares gostou tanto dessa forma de financiamento que já conseguiu três empréstimos pelo Construcard. Na primeira vez fez um contrato de R$ 25 mil, na segunda, de R$ 15 mil, e na última, de R$ 37 mil. Hoje, a casa dele está pronta. "Além de ser desburocratizado, com o Construcard dá para pechinchar nas lojas de materiais de construção porque pagamos à vista. O cartão é aceito em todo o Brasil."

Vantagens

O gerente geral da agência Vila Hauer da Caixa, Gilberto Bortolan, explica que a procura por essa modalidade de empréstimo é grande por ter juros baixos – TR mais 1,69% ao mês. "Para conseguir o empréstimo, é rápido e fácil. Se o solicitante já for cliente da Caixa, o processo é mais dinâmico ainda." Além disso, o índice de inadimplência é baixo, o que permite ao banco ofertar um maior volume de crédito.

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Outra vantagem é a aceitação do cartão nas grandes redes de materiais de construção em todo o país. O presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção de Curitiba (Acomac), Rogério Martini, diz que o cartão é aceito na maioria das lojas da cidade e que os vendedores estão instruídos a receber essa forma de pagamento sem fazer questionamentos ao cliente. "O Construcard tem grande aceitação nas lojas, porque é uma garantia de recebimento do pagamento."

Para a população de baixa renda, que tem vencimentos mensais de até R$ 1.900, uma boa opção é o Construcard FGTS, cujo limite de financiamento é de R$ 25 mil. O empréstimo tem juros de 6% a 7,16% ao ano, de acordo com a faixa de renda do tomador. "Para as pessoas participantes do FGTS há mais de 3 anos, há uma redução de meio ponto porcentual na taxa anual", ressalta o gerente da Caixa. Informações no site da www.caixa.gov.br.